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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Pontos e contra-pontos: Nem tão limpa, nem tão barata

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Saio satisfeito do II Fórum Mundial de Desenvolvimento Econômico Local, realizado em Foz do Iguaçu com a presença de mais de 4.000 participantes de mais 50 países do mundo todo, excelentes relatos de experiências exitosas, interessantes debates e muitas ideias animadoras quanto à importância da organização da sociedade nas definições e execuções do desenvolvimento econômico, social e humano.
Anote-se que o evento foi encerrado com a presença do ex-presidente Lula, o qual pronunciou emotivo e aplaudidíssimo discurso sobre os avanços sociais e econômicos havidos no seu governo. Os positivos e inegáveis foram destacados, é obvio; os nem tanto, não foram destacados. Isso também é óbvio...
Saio do evento ao seu término, chego ao hotel e me deparo com a matéria alocada abaixo, expressa no IHU Notícias de hoje.
Uma conclusão nada confortável e aparentemente absurda: quantos pontos e contra-pontos existem assim como verdades, meias-verdades e até inverdades no que se diz e no que se faz e no que não se faz? E também no que não se diz mas se faz. Dá muito no que pensar.
Vejam a matéria anexa e as matérias nela referidas, especialmente a REPORTAGEM que fala das hidrelétricas do Rio Uruguai, no Sul do Brasil, um real exemplo do que ocorre em muitos – se não todos – os empreendimentos energéticos que foram e estão sendo implementados “neste país”. Para usar a expressão que se tornou “marca registrada” do ex-presidente Lula.
Nem tão limpa, nem tão barata
Reportagem cinematográfica produzida nas hidrelétricas do Rio Uruguai questiona custos reais da energia hidrelétrica.
A reportagem é do Coletivo Catarse, publicada no portal da Agência Pública, 30-10-2013.
“A população brasileira precisa estar informada de que a energia limpa e barata de hidrelétricas não existe”, alerta o professor da USP Célio Bermann. Percorremos os caminhos do rio Uruguai, divisa dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, para apurar a questão. O resultado desse trabalho é a reportagem cinematográfica “Barragem”.
A maior bacia hidrográfica da Região Sul do Brasil está cravejada de usinas hidrelétricas. O que era um complexo sistema de rios em corredeiras, hoje é uma sequência, quase que contínua, de lagos largos e profundos. E justamente nos últimos trechos em território nacional que ainda preservam características originais do ambiente, o governo federal quer autorizar a instalação de novos empreendimentos. Para isso não mede consequências, e passa por cima de direitos sociais, econômicos e ambientais.
Sempre com a posição de que se trata de um recurso natural sustentável, o planejamento das concessões de geração de energia são decididos pelo conceito daquela que consegue vender a tarifa pelo menor preço.”E se chega no menor preço pelo custo do investimento, a energia que cada fonte produz e o custo do dinheiro que tu pegas para realizar o projeto”, prega Ronaldo Custódio, diretor de Engenharia e Operação da Eletrosul, ao defender as hidrelétricas como a que melhor responde a essas exigências.
Acontece que um rio não é uma calha, um dreno, mas um organismo conectado por um sistema de fluxos à montante e à jusante. Para o  coordenador do estudo de impacto integrado da Bacia do Rio Uruguai (FRAG/Rio)Rafael Cruz, a primeira pergunta ao se pensar em barrar um rio é qual a capacidade de suporte para usinas hidrelétricas. “Quando se faz a contabilidade tradicional de uma usina hidrelétrica, e não se verifica a fragilidade do rio devido aos impactos ambientais, pode parecer limpa”, critica.

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