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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Dicotomias da formação no Brasil

Comentários/opinião
Por um lado, na primeira matéria, vemos a grande dificuldade para aumentar  0,5% do PIB no “fantástico” orçamento da educação no Brasil, ou seja, dos “incríveis” 7,0% para os “exorbitantes” 7,5%... Não dá vontade de mandar enfiar os 0,5% em “algum lugar”?
Por outro lado, na segunda matéria, vemos as condições do sistema de educação na Finlândia. E mais dados da educação no Brasil.
Para uma comparação aligeirada com a Finlândia, tomemos como referência o nosso estado do Paraná. Em área, a Finlândia é cerca de 1,5 maior; a população é cerca da metade; a renda per capita é maior que o dobro; o IDH é cerca de 0,9. Em termos de recursos naturais pode-se dizer que é menor e quanto às condições de clima é incomparável pior. O governo é parlamentarista, como em alguns países da Europa.
Donde, então, provêm as diferenças fundamentais que são tão evidentes? Será da idade das respectivas civilizações, ou da cultura, ou da política ou do quê? Eu acho que é “do quê”! E cada um defina isso como quiser!
Quanto vale a educação?
A principal polêmica da matéria continua sendo o percentual do PIB que deverá ser aplicado na educação. Os movimentos sociais prometem endurecer a campanha pelos 10%, mas o relator da matéria, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) antecipa que não conseguirá avançar para além dos 7,5% já autorizados pela equipe econômica do governo. Segundo ele, a meta da Casa é aprovar a matéria até abril, para que possa ser enviada ao Senado antes que as duas casas paralisem suas atividades por causa das eleições municipais.
A reportagem é de Najla Passos e publicada pela Agência Carta Maior, 27-02-2012.

O Brasil entre a ruptura e a inércia
Carta Maior, 28-02-2012
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Os dados do Enad confirmam: predominantemente, a opção pelo magistério é feita pelos que tem renda mais baixa (até três mínimos) e são obrigados a conciliar o trabalho e estudo. Entidades representativas dos municípios brasileiros alegam que nem isso podem pagar: precisariam de um subsídio federal de R$ 7 bi/ano para viabilizar a nova folha do professorado. Compare-se esse 'déficit' com o supergasto na ponta dos juros: fica claro que o salto na educação passa por um corte graúdo no apetite rentista, caso contrário, como atrair os melhores talentos que uma revolução educacional requer?
Na Finlândia, o extremo oposto que ocupa a 3ª posição no ranking do Pisa, entre 65 países, o magistério é a opção preferencial de um em cada cinco estudantes. Cursos de pedagogia são disputados em uma seleção rigorosa: 10 candidatos por vaga; o ensino é 99% público, não há 'incentivos' de desempenho para escamotear arrocho, classes são pequenas e o salário médio se equipara ao das carreiras mais valorizadas. Um dia a Finlândia decidiu que não podia desperdiçar nenhum jovem. E o Brasil?