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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Mais exemplos de morte anunciada

Comentários/opinião
Quase tudo que começa mal tem enormes possibilidades e probabilidades de continuar mal e, principalmente, de acabar mal.
As matérias plotadas a seguir, transcritas do IHU Notícias, de hoje são exemplos disso, ainda que sobre temas aparentemente não conexos.
A transposição do rio São Francisco, cogitada e defendida pelo capital "empreendedor" há décadas, no PAC virou um dos seus ícones mais badalados. E combatidos pela sociedade pobre da região atingida, culminando com a greve do bispo, que envolveu até o presidente Lula.
Desde logo era sabido que não resolveria a situação de falta de água para a população, mas sim as necessidades do sistema produtivo intensivo dos grandes agricultores do semi-árido, já existentes ou a serem ali instalados. E, claro, os interesses das construtoras das grandes obras. Houve um grande debate, foram mostradas alternativas mais baratas e adequadas às condições da região e do seu povo, mas - como sempre - deu em nada: as obras passaram a serem licitadas sem projeto, executadas sem qualidade e economicidade, etc etc.
Falo tudo isso, porque quando estava no Confea, no advento do PAC, estive estudando a questão e até foi publicado um excelente trabalho, "Semi-Árido, uma visão holística", de autoria de um atento estudioso da questão do semi-árido. Em suma, a transposição do São Chico foi - ainda é e sempre será - , um exemplo de morte anunciada. Mactub, estava escrito.
Mutatis mutandis, assim o é a antiga, desgraçada e imbecil política de transportes centrada no princípio do "transporte sobre pneus" e do atual "todo apoio ao consumismo do automóvel". Porque fatalmente levará ao caos de uma absoluta imobilidade em todas as médias e grandes cidades do país, no máximo, - repito, no máximo - em uma década. Talvez antes. Quem viver, verá!
Preço de indenização duplica no São Francisco
transposição do rio São Francisco, maior obra de infraestrutura do país tocada com recursos da União, ganhou mais um capítulo para a sua coleção de irregularidades. Desta vez, os problemas estão relacionados à desapropriação dos imóveis que estavam ou ainda estão no caminho dos mais de 600 quilômetros de calhas de cimento da obra. Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) identificou indícios de superavaliação na desapropriação de milhares de imóveis. As indenizações analisadas pelos auditores totalizam R$ 69 milhões.
A reportagem é de André Borges e publicada pelo jornal Valor, 11-05-2012.
Os indícios são de que os valores globais das benfeitorias pagas às famílias teriam superado em 574% e em 222%, respectivamente, os limites inferiores e superiores usados como referência pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Essa superavaliação, no entendimento dos auditores, é reflexo de defeitos encontrados na metodologia usada para o calculo dos valores de indenização.

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A herança de Caim à espera dos cientistas
"A obsolescência física das estruturas urbanas é cada vez mais evidente e preocupa os especialistas. E o despreparo para enfrentar eventos climáticos extremos é grave. Pelo menos 5 milhões de pessoas vivem em áreas de risco", escreveWashington Novaes, jornalista, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, 11-05-2012.
E ele pergunta: "Até onde se pretende ir com uma frota urbana de veículos que já tem 37 milhões em circulação e se pretende que chegue a 70 milhões no fim desta década, ainda mais concedendo incentivos ficais? Quando vão ser contabilizados, internalizados e cobrados de quem os gera os custos ambientais e de saúde da poluição urbana?"
Eis o artigo.
Que se vai fazer com as metrópoles brasileiras, com as grandes cidades e seus graves e complexos problemas? Que soluções vão ser concebidas e implantadas nesses espaços, onde se concentram - só nas 15 maiores regiões metropolitanas brasileiras - 71,7 milhões de pessoas, ou 37,25% da nossa população? Como levar à prática a profusão de leis - Estatuto das Cidades, planos diretores, legislação sobre consórcios públicos, Estatuto da Metrópole, Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos,Lei da Política Nacional de Meio Ambiente, legislação sobre s saúde, sobre recursos hídricos, sobre crimes ambientais, entre muitas outras? Como compatibilizá-las umas com as outras? E como pôr a ciência a serviço desses temas, formando pessoal habilitado e especializado?