Comentários/opinião
As duas matérias abaixo, publicadas pela Carta Maior, justificam o meu título, acima. Sem maiores comentários, porque considero desnecessários.Clique nos respectivos títulos dos artigos.
Modelo de austeridade de Merkel está em crise na Europa
As eleições na França e na Grécia, a queda do governo holandês e romeno, a recessão no Reino Unido, na Espanha e na Bélgica são sinais de um modelo econômico contra as cordas. Na reta final da campanha presidencial francesa, Angela Merkel se converteu na melhor aliada do candidato socialista François Hollande. A chanceler alemã rechaçou energicamente a proposta de Hollande de renegociar o pacto fiscal. "A Alemanha não decide o destino da Europa", respondeu Hollande.
O artigo é de Marcelo Justo, direto de Londres.
A austeridade está em crise. As eleições na França e na Grécia, a queda do governo holandês e romeno, a recessão no Reino Unido, na Espanha e na Bélgica são sinais de um modelo econômico contra as cordas. Até o ultra-ortodoxo presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, assinalou que o ajuste necessita de um plano para o crescimento. Em uma tentativa de parar uma bola de neve política antes que ela se torne incontrolável, a chanceler alemã Angela Merkel, principal impulsionadora pan-europeia do ajuste, acaba de anunciar que está sendo preparada uma “agenda de crescimento” para a cúpula de chefes de Estado e de governo europeus que ocorre em junho.
Ter um superávit muito superior e uma dívida pública muito inferior à da Alemanha não serviu de nada para a Espanha. Não protegeu o país da crise. Como pode, então, dizer-se agora que a maior causa da crise é o elevado déficit e a dívida excessiva, quando ter déficit zero e dívida pública baixa não evitou a crise atual? A resposta está na aliança que ocorreu entre a banca alemã e a banca espanhola.
O artigo é de Vicenç Navarro.
A grande debilidade do argumento neoliberal, que assume que o maior problema da economia espanhola é o déficit e a dívida pública do Estado espanhol, é que os dados, facilmente acessíveis, mostram a sua insustentabilidade. Quando a crise começou em Espanha, o Estado espanhol não tinha déficit. Antes pelo contrário, tinha um superávit, maior certamente que o que tinha o Estado alemão.