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sábado, 24 de março de 2012

A águia e a galinha

Olá,
Hoje, troco de prosa e relembro uma fábula bastante popular, aquela da águia e da galinha.
Era uma vez – as fábulas sempre começam assim – um chacareiro que possuía um sitio onde, entre outras coisas, criava galinhas e produzia ovos para consumo próprio e para servir de produtos de trocas com a vizinhança, sem interesses comerciais. Bons tempos, aqueles...
Certa vez, andando pelas redondezas, em regiões mais elevadas, encontrou um filhote de águia, recém-nascido, que estava perdido do ninho e da mamãe águia. E iria morrer na certa, porque ainda não tinha condições de buscar sua própria sobrevivência.
Recolheu o bichinho, levou-o para casa, tratou dele com todo o carinho.   Também a esposa e os filhos se afeiçoaram ao pássaro, o qual foi logo aceito como filho adotivo pelas galhinhas com ninhadas de pintinhos. E a paz reinou no terreiro, sem quaisquer problemas.
Quando a aguiazinha ficou bem crescida, começaram alguns atritos entre as galinhas e a águia. O chacareiro, mesmo sob severas críticas da família,  achou que era hora dela ganhar o mundo dos ares e das montanhas, seu habitat natural.
Pegou a águia e jogou-a para o alto para que alçasse voo para a liberdade.
Ela, porém, ensaiou algumas batidas de asas, voou alguns metros, aterrizou e voltou para junto das galinhas, no terreiro.
O chacareiro ficou muito aborrecido e decidiu acabar com aquela história muito estranha. Pegou a águia, subiu até uns penhascos próximos e, lá de cima, jogou-a para que buscasse o seu destino, por si mesma: ou saísse voando ou se espatifasse lá em baixo.
A águia começou a bater as asas, ainda com certo descontrole, foi descendo mas logo se acertou e começou a subir, ganhar os ares e encontrar outros pássaros nas alturas, inclusive outras águias.
E foi-se em busca de novos ares e mundos.
Moral da história: Galinha sabe que é galinha e voa como galinha; águia, que pensa como galinha e voa como galinha, é galinha; águia, que pensa como águia e voa como águia, É ÁGUIA!
Podemos correlacionar essa historinha com a história de muitas pessoas, organizações, instituições, sociedades, países e nações que não têm percepção de suas potencialidades e competências  -- e mesmo quando as têm --, não sabem ou não querem usá-las na busca do seu destino e de seu futuro.

Michael Löwy critica Rio+20 e a propaganda da ‘economia verde’

Comentários/opinião
Sempre critico do sistema capitalista e seus engodos, Michel Löwy expressa análises e posições contundentes quanto à decantada Rio+20, em entrevista à revista Caros Amigos, edição 180.
Pesquisador diz não esperar nada da cúpula e critica a ‘economia verde’
Por Bárbara Mengardo.
Caros Amigos – O que você espera da Rio+20, tanto do ponto de vista das discussões quanto da eficácia de possíveis decisões tomadas?
Michael Löwy – Nada! Ou, para ser caridoso, muito pouco, pouquíssimo… As discussões já estão formatadas pelo tal “Draft Zero”, que como bem diz (involuntariamente) seu nome, é uma nulidade, um zero à esquerda. E a eficácia, nenhuma, já que não haverá nada de concreto como obrigação internacional. Como nas conferências internacionais sobre o câmbio climático em Copenhagen, Cancun e Durban, o mais provável é que a montanha vai parir um rato: vagas promessas, discursos, e, sobretudo, bons negócios ‘verdes”. Como dizia Ban-Ki-Moon, o secretário das Nações Unidas – que não tem nada de revolucionário – em setembro 2009, “estamos com o pé colado no acelerador e nos precipitamos ao abismo”. Discussões e iniciativas interessantes existirão sobretudo nos fóruns Alternativos, na Contra-Conferência organizada pelo Fórum Social Mundial e pelos movimentos sociais e ecológicos.