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sábado, 7 de janeiro de 2012

Apenas ilusão

Esse incrível descompasso vem sendo tratado de modo muito tímido e até medroso. É como se estivéssemos andando em um terreno lodoso, com olhos e ouvidos atentos apenas no entorno agradável: a floresta, os pássaros, os frutos, as flores,  as borboletas. Ou seja, sem olhar para baixo, com medo de desfazer o encanto. Ou como as bailarinas clássicas vestidas com seus “tutus du ballet”, participando de um lindo espetáculo, sem poder prestar atenção nos próprios pés, dentro das sapatilhas, cobertos de ataduras, resultado dos maus tratos que a profissão lhes produz.
IHU Notícias - 07-01-2012
"A sexta economia do mundo produziu em 2011 US$ 2,5 bilhões. No entanto, se dividimos esse valor pela população, encontramos que a renda per capita brasileira é apenas a 77º no ranking mundial, sugerindo que o padrão de vida médio no país ainda é significativamente inferior ao padrão europeu", constata Flávio Comim, professor de economia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e da Universidade de Cambridge, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 07-01-2012.
Segundo ele, "a ideia de ter um padrão europeu seduz, mas também pode nos afastar da verdade sobre onde estamos e quem somos".
Apenas ilusão
A imagem do Brasil como sexta economia do mundo é apenas uma ilusão para o cidadão comum.
Somos ainda um país muito desigual, no qual milhões vivem indignamente. Nosso desenvolvimento humano tem andado a passos lentos e, em vez de encararmos os fatos, preferimos uma atitude na linha do "me engana que eu gosto" quando nos deparamos com algumas estatísticas feitas "para inglês ver", com pouca materialidade no dia a dia de milhões de brasileiros.
A sexta economia do mundo produziu em 2011 US$ 2,5 bilhões. No entanto, se dividimos esse valor pela população, encontramos que a renda per capita brasileira é apenas a 77º no ranking mundial, sugerindo que o padrão de vida médio no país ainda é significativamente inferior ao padrão europeu.

As crises e seus ciclos


Luiz Carlos Correa Soares
Desde o século 19, pensadores como Karl Marx (1818 - 1883), o economista francês Clement Juglar (1819-1905), o economista marxista russo Nicolai Kondraitieff (1892-1938), o economista austríaco Joseph Schumpeter (1883-1950), têm se dedicado ao estudo das crises do sistema capitalista. E bem assim, muitos outros, como o nosso Ignácio Rangel (1914 –1994) e, mais recentemente, o canadense Iam Gordon.
É notório – e os estudos de Kondraitieff e Gordon demonstram isso -, há fortíssima correlação entre as crises e as guerras, tanto as grandes guerras como as "menores", principalmente aquelas em que os EUA são participantes destacados. A razão é óbvia: as guerras, em todos os tempos, sempre serviram para consolidar o poder econômico e político dos dominantes. No período do predomínio do capitalismo as guerras têm tido uma dupla finalidade adicional: obter vantagens diretas com a venda de instrumentos de guerra cada vez mais sofisticados e - após a destruição realizada -, com a reconstrução dos escombros!
Dentre os fatos econômicos e políticos relevantes ocorridos no período que vai desde o inicio do século 18 até os dias de hoje - conforme estudo que se encontra mais detalhado no meu livro Capitalismo Terminal, recentemente publicado – ocorreram várias crises, sendo que a primeira crise econômica e financeira se deu em 1720, na Inglaterra, produzida por uma onda especulativa que decretou a quebra de uma companhia marítima e do banco Law.
A segunda ocorreu um século e meio depois, de 1873 a 1896, cujo estopim foi o colapso da Bolsa de Viena e produziu a primeira grande depressão. As consequências principais foram falências de bancos europeus e norte-americanos, o desemprego, a pobreza, a miséria, isto é, o de sempre!
Daí em diante, os períodos entre as crises foram se estreitando cada vez mais. Assim, tivemos a crise de 1882, na França - ainda dentro da grande depressão de 1873/96 – com a quebra do Banco Unión Gènérale e queda nas Bolsas de Valores de Paris e Lion.
Em 1907, após vinte e cinco anos, empréstimos sem limitação produziram um efeito dominó com queda de ações e até ameaça de falência da Prefeitura de Nova York.
Depois de vinte e dois anos, em 1929, ocorreu uma grande onda especulativa que produziu a crise mais analisada e comentada até hoje. Suas consequências se estenderam pela década de 1930, inclusive o início da 2ª Guerra Mundial.
Em 1973, com a criação da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) ocorreu um grande e rápido aumento dos preços do petróleo e a chamada crise do petróleo.
Em 1981, uma crise iniciada nos EUA repercutiu fortemente na América Latina, inclusive no Brasil. Decorridos seis anos, em 1987, gastos excessivos do governo americano produziram uma bolha especulativa que produziu quedas recordes nas bolsas americanas, com reflexos no mundo todo.
Em 1994 deu-se a crise do México, a qual teve como maior conseqüência a "compra" daquele país e a expropriação de suas reservas petrolíferas. Em 1997, foi o caso da chamada crise asiática, repicada pela crise da Russia, em 1998.
Em 2000 estourou a bolha internética, com a crise das chamadas "empresas ponto com". No ano seguinte aconteceu o terrível onze-de-setembro. Em 2004 foi a vez da crise argentina, ainda como decorrência dos desmandos do governo Ménen.
A crise de 2008, apesar de facilmente previsível, teve gravidade, profundidade e abrangência bem maiores do que as últimas precedentes. Aliás, perdura até hoje, aos "solavancos" e sempre ameaçadora, como está mais do que evidenciado neste momento.
Pela seqüência acima, constata-se que no período de dois séculos e meio, isto é, até meados dos anos 1970, ocorreram seis crises. No período subsequente, de apenas três décadas, denominado neoliberal, ocorreram oito!
Assim, a periodicidade das crises do capital é cada vez menor. Pergunta-se: quando elas se tornarão mensais, semanais ou diárias? Quem se atreve a garantir que isso é impossível?
Para completar esta análise, vamos examinar brevemente algumas teorias a respeito dos ciclos, cujo exemplo físico, clássico, é o movimento pendular.
Quanto aos ciclos econômicos, algumas teorias têm mostrado que, independentemente de suas dimensões e épocas, eles obedecem a uma seqüência de seis etapas que podem ser assim sintetizadas: 1. transição do velho para o novo; 2. infância do ciclo; 3. maturidade do ciclo; 4. auto-questionamento e ajustes; 5. envelhecimento do ciclo; 6. transição para o "novo" novo.
Pela análise aqui procedida, tudo indica que o sistema capitalista está entre as fases 5 e 6, ou seja, caminhando rapidamente para o final de sua existência. E, de modo concomitante, está sendo gestado um "novo novo" modelo realmente humano, social, ecológico, político e econômico. Nessa ordem de prevalências. Todavia, ele está ainda em estado utópico (do grego 'u topos' = fora de lugar). Em outras palavras, ele já existe sem estar totalmente visível. E apenas pode ser perceptível a olhares muito atentos, destituídos das viseiras impostas pelo status quo ideológico vigorante no nosso cotidiano.
Nesse sentido, todo o esforço que vem sendo feito para manter o "doente na UTI", sob a esperança de uma última tentativa de "ressuscitação", tem tudo para ser inútil. Por quê?
Porque é possível enganar algumas pessoas por muito tempo ou várias pessoas por algum tempo, porém jamais todas as pessoas todo o tempo. Além disso, o "quádruplo processo matastásico e septicêmico" que o capitalismo auto-desenvolveu – dominação, exploração, ganância e exclusão desenfreadas – fatalmente o levará à morte.
E que isso ocorra já, agora, deve ser desejo e meta de todos os explorados que habitam o nosso Planeta Terra! "Explorados, uni-vos"...!

Um mundo de torturadores: a crueldade dos Estados

Dos 194 Estados da ONU, 100 praticam a tortura, seja para obter informações ou confissões, seja como metodologia para fazer reinar o terror. Síria, Egito, Argélia, Chile, Argentina, Brasil, Cuba, Estados Unidos, França, Espanha, China, Vietnã, Índia ou Rússia: não há continente que esteja livre dessa barbárie. Esta é a conclusão do informe “Um mundo de torturadores”, publicado na França. 
> LEIA MAIS http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19306&boletim_id=1089&componente_id=17365Direitos Humanos | 30/12/2011

Cúpula do Mercosul. Intenso debate

Em uma reunião da Cúpula do Mercosul, realizada em Montevidéu e marcada pela morte do subsecretário de Comércio Exterior da Argentina, Ivan Heyn, os presidentes chegaram a acordos em matéria tarifária. Cristina Kirchner assumiu a liderança pro tempore pedindo uma resposta comum à crise.
A reportagem é de Julián Bruschtein e publicado pelo Página/12, 21-12-2011. A tradução é de Luiz Carlos Correa Soares, colaborador do Cepat."Há um novo mundo, mas não há novas idéias", enfatizou a presidente Cristina Kirchner, parafraseando o lema da última reunião do G-20, em seu discurso na 42ª Cúpula do Mercosul, ao assumir a presidência pro tempore do bloco, função que estava com o uruguaio José Mujica. Em um dia ofuscado pela morte do subsecretário de Comércio Exterior argentino, Ivan Heyn, o encerramento da Cúpula dos presidentes do Mercosul foi agitado e com muito debate entre os mandatários.
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