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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Aula de português: presidente ou presidenta?

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É incrível, mas politica também pode servir como meio de cultura...
Repasso o texto que recebi porque entendo como de grande utilidade e valia. Releve-se, no exemplo, alguns aspectos sub-liminares e sub-ideológicos... 
É que vejo, até em documentos oficiais, ser cometido o erro absurdo de chamar a presidente Dilma de presidenta! 
Questão de gênero e feminismo é uma coisa; burrice é outra, bem diferente...
Aula de português 

No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante.
Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.
Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha.
Diz-se: capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".
Um bom exemplo de erro grosseiro seria:
"A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta.
Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".
Por favor, pelo amor à língua portuguesa, repasse essa informação.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Planalto reage aos 10% do PIB em educação

Comentários/opinião
Claro, claro, mais uns dois ou três por cento do PIB para a educação irão dificultar demasiadamente os recursos para pagamento da dívida ou para o superavit primário ou, ainda, para manter as reservas internacionais, que rendem a metade daquilo que pagamos para os agiotas nacionais e internacionais. Grande opção, maravilhosa decisão! Para o capital nacional e internacional!

O governo federal espera contar com a ajuda de prefeitos e sobretudo governadores para tentar frear a tramitação de projetos de lei no Congresso que aumentem os gastos públicos correntes, num movimento que evitaria assim as "aventuras fiscais" criticadas ontem pela presidente Dilma Rousseff. Um dos principais alvos do Palácio do Planalto é a proposta que eleva os recursos da educação, que foi aprovada na terça-feira por uma comissão especial da Câmara e será analisada pelos senadores. O Executivo acredita que terá mais margem para negociar no Senado, onde o apelo dos governadores pode ter maior influência junto às suas bancadas.
A reportagem é de Fernando Exman e João Villaverde e publicada pelo jornal Valor, 28-06-2012.
A proposta fixa uma meta de investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação a cada ano. De acordo com o parecer do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), tal objetivo deve ser alcançado num prazo de dez anos. O gasto atual em educação é inferior a 6% do PIB. Inicialmente, o governo defendeu que a meta fosse fixada em 7%, mas sinalizou depois que poderia acolher a demanda do relator de elevar o índice para 7,5% ou até 8%. No entanto, o texto aprovado acabou prevendo uma meta de 10% do PIB. Na avaliação de autoridades do governo, a decisão foi uma estratégia para forçar o governo a fazer novas concessões.
"Estou atento. Trata-se de uma situação nova. Estamos avaliando o projeto, vamos ver", afirmou ontem o ministro da Fazenda,Guido Mantega.
Além da insatisfação com o governo do presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), a votação do projeto acabou evidenciando uma falha na articulação entre o governo e a base aliada. Nas últimas semanas, a interlocução entre o Palácio do Planalto e o relator chegou a ser reforçada pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que também é do PT do Paraná.

Já a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que atua politicamente no setor da educação, enfrentou dificuldades para defender em público uma meta de investimentos menor em educação, embora tenha seguido a orientação do governo durante as negociações.
A inquietação do Executivo foi verbalizada pela própria presidente. Ao anunciar um pacote de compras governamentais, Dilmaaproveitou para fazer um alerta sobre os riscos de aumento dos gastos correntes. "Aventura fiscal é a gente se comportar como se não estivesse acontecendo nada. Nós não nos amedrontamos, mas não podemos fingir que nada está acontecendo. É de todo importante que a sociedade, o governo federal, o Legislativo, o Judiciário, as entidades empresariais, enfim, todos nós tenhamos consciência de que a situação internacional é diferente", discursou a presidente.
"Nós temos recursos para encontrar um caminho e continuar crescendo. Primeiro, evitar as consequências e continuar crescendo. Agora, nós não podemos ter a soberba de achar que podemos brincar à beira do precipício ou tomar medidas que se tomariam mais fácil em tempos normais."
Outras propostas que preocupam o governo são o fim do fator previdenciário e o projeto que reduz a jornada de trabalho dos profissionais de enfermagem do sistema público de saúde.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

CREA-RJ apresenta propostas para documento que será discutido na Rio+20

Comentários/opinião
Muito significante e elogiável a iniciativa do Crea-RJ. No Paraná, o trabalho que estou desenvolvendo para o Crea-PR vai diretamente no mesmo rumo e direção. Ou seja, a inserção do Conselho de Engenharia, Agronomia e Geociências do Paraná no trato do desenvolvimento do estado, sob o viés científico, técnológico, social e geopolítico/econômico das políticas públicas nas áreas tecnológicas e correlacionadas. E sempre no interesse não apenas dos profissionais registrados, mas também da sociedade como um todo.
Aliás, o Crea-PR também esteve presente nos debates paralelos oficiais da Rio+20, apresentando relato sobre os trabalhos que vem desenvolvendo junto às entidades de classe e instituições de ensino, componentes do Sistema Confea/Creas no estado, bem como junto aos órgãos de governo em âmbito municipal, estadual e federal.
A matéria abaixo está publicada na revista Fator, em 18-06-2012.
Entidade estará presente também no evento “Diálogos com a Sociedade Civil” e na “Cúpula dos Povos”.
O documento que será discutido na Rio+20 pelos chefes de governo de diversos países do mundo está sendo preparado a partir de contribuições de entidades e da sociedade civil dos quatro cantos do globo. Considerando a importância da participação dos profissionais da área tecnológica para a construção da nova agenda internacional para o desenvolvimento sustentável do planeta para os próximos anos, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro, que já está inscrito na conferência, formou, em março, o Grupo de Trabalho Rio+20 que debateu, em encontros semanais, temas relevantes e consolidou uma proposta com os compromissos da entidade alinhados às questões de economia verde e uso racional dos recursos. Estas propostas serão entregues ao comitê organizador da conferência como contribuição do Crea-RJ ao Rascunho Zero, documento que será discutido na Rio+20.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Hidrelétricas e o aquecimento global. Uma revisão de valores. Entrevista especial com Philip Fearnside

Comentários/opinião
Creio tratar-se aqui de uma inversão do dito popular "atirar no que vê e acertar no que não vê" para "atirar no que não vê e acertar no que vê", ou seja, uma inversão de objetivos. O entrevistado usa referências do passado – Balbina e Tucuruí, realmente duas aberrações ambientais além de outros objetivos equivocados – como argumento da sua tese. Ultimamente se tem dispensado muitos cuidados ambientais nas construções de barragens, salvo alguns poucos erros intencionais que ainda persistem em razão de interesses subalternos.
É de se perguntar se existem dados concretos de emissão de metano realmente produzido por unidades de área e de tempo – p.ex. por km2 e por ano - nos lagos das hidrelétricas brasileiras. Itaipu, com os recursos que tem, poderia calcular isso, caso ainda não o tenha feito.
Na linha de argumentação do cientista, teríamos de acusar os egípcios de cometerem um gravíssimo crime ambiental contra a humanidade, desde há muitos milênios, por não terem canalizado o Rio Nilo e usarem suas cheias para sua agricultura e consequente sobrevivência. Seria também recomendável esgotar todos os lagos de água doce do mundo, como fontes de emissão de metano.
Quando vejo algum pesquisador estrangeiro na Amazônia, independentemente de suas qualificações, dando palpites sem dar-lhes consistência, fico pensando a serviço de quem ele se encontra. É que a Ciência nem sempre é isenta.

Propagada aos quatro ventos como fonte de energia limpa, as hidrelétricas também são responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa, e a omissão deste dado prejudica as tentativas de recuperação do clima, destaca o biólogo e pesquisador do Inpa.
Confira a entrevista.
Por estes dias, o mundo volta seus olhares para o Rio de Janeiro e para tudo o que está sendo discutido na Rio+20 e na Cúpula dos Povos, sendo um dos temas de destaque a questão energética. Aqui no Brasil, temos a cultura de grandes obras envolvendo a construção de hidrelétricas, afinal, esta sempre foi considerada uma matriz energética limpa e sustentável. No entanto, este não é um lugar comum. Será que a geração de energia por hidrelétricas pode ser considerada realmente “verde”? Na opinião do professor e pesquisador norte-americano Philip Fearnside, a resposta é negativa. “As hidrelétricas geram um grande impacto, sobretudo nos primeiros anos, porque ao formar o reservatório os resíduos das plantas se decompõem e geram logo metano. No entanto, a madeira das árvores, por outro lado, decompõe-se de forma lenta e não é uma grande fonte de metano. Depois, a emissão de metano diminui, mas continua, porque várias fontes de carbono são transformadas em metano e vão durar para sempre. Como a água sobe e desce de nível no lago, quando ela está baixa, forma-se um lamaçal em torno do lago, onde crescem ervas daninhas, e quando o nível da água aumenta, estas ervas ficam no fundo do lago, onde não há oxigênio, e elas viram metano, causando um impacto permanente. O problema é que demora muitos anos para pagar o passivo ambiental gerado por essas hidrelétricas. Então, nesse caso, é difícil dizer que se trata de uma energia verde ou limpa”, defende, na entrevista que concedeu por telefone à IHU On-Line. Philip aponta que “a área que será inundada para a construção de Belo Monte vai gerar uma quantidade enorme de emissões, e demorará 41 anos para pagar o custo ambiental desta hidrelétrica. Obviamente, essas questões não entraram no planejamento ambiental”.
Philip Fearnside (foto) é graduado em Biologia pelo Colorado College, nos Estados Unidos, e especializou-se em Sistemas de Informações Geográficas pela USP. Possui mestrado em Zoologia e doutorado em Ciências Biológicas pela University of Michigan, nos Estados Unidos. Atualmente é professor da Universidade Federal do Amazonas e pesquisador do CNPq e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Lei de mobilidade urbana: redesenhando as cidades. Entrevista especial com Nazareno Stanislau Affonso

Comentários/opinião
Um simples olhar para a foto que ilustra a matéria permite identificar donde ela provém: de qualquer uma das grandes cidades brasileiras. Também poderia ser de outras partes do mundo onde não há transporte coletivo de qualidade. Mas há uma diferença: duvido que exista em qualquer outro país uma política de transporte sobre pneus tão idiota e persistente como aqui. E mais, onde exista tanta facilitação para montadoras continuarem "montadas" na exploração da burrice tupiniquim. Dos governos e do povo alienado, na sua imensa maioria.

Caso essa lei seja de fato cumprida pelo Estado brasileiro, começaremos a delinear uma nova cidade”, diz o coordenador Nacional do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos – MDT.
“A lei da mobilidade urbana propõe uma mobilidade para todos, e não só para alguns, nem para pobre ou para rico. A opção é investir em um transporte de qualidade para todos”. É a partir dessa avaliação que Nazareno Affonso comenta a lei de mobilidade urbana, em vigor no país desde o dia 12 de abril deste ano, e afirma que ela “confronta a política de mobilidade instituída, que tem como base a universalização do uso e do acesso ao automóvel como meio de transporte universal da população brasileira”.
Membro de associações e movimentos sociais que reivindicam transporte público de qualidade, Affonso acompanha o debate sobre a mobilidade urbana há mais de 20 anos e assegura que o investimento em políticas públicas não é suficiente para redesenhar a mobilidade das cidades. “Quem não tem carro quer tê-lo. Então, não se trata apenas de uma mudança nas políticas públicas, mas de uma mudança de valores, de opção de vida, e de país”, avalia.
Em entrevista concedida à IHU On-Line por telefone, ele enfatiza que não existe um modelo ideal de transporte público, no sentido de reforçar os investimentos em metrôs, ônibus, bicicletas. A melhor forma de investir em transporte público e mobilidade urbana, assegura, é "verificar a relação entre capacidade, custo e tempo de implantação”.
Nazareno Stanislau Affonso é coordenador do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos – MDT e do escritório da Associação Nacional de Transportes Públicos – ANTP de Brasília. Também é diretor do Instituto RUAVIVA e é integrante do Conselho das Cidades e da Coordenação do Fórum Nacional da Reforma Urbana.

domingo, 17 de junho de 2012

Antes do dilúvio. Entrevista com Mike Davis

Comentários/opinião
Acabei de achar um novo guru. Esse é dos meus. E mais, ele veio de baixo e de uma região pobre dos EUA. Hoje é professor da Universidade da Califórnia e autor de livros como os citados. Não é pouca coisa.
Na entrevista, ele não só enfia os dedos nas feridas, inclusive as nossas. Enfia as mãos, os pés, a cabeça. Seguramente, encontrei um novo guru. E dos bons.


Florescem cenários apocalípticos nas críticas do urbanista norte-americano Mike Davis, para quem o futuro está sendo gestado em megalópoles convulsionadas. E será um futuro noir, solapado por catástrofes superlativas, guerras e pandemias de toda sorte. "A Rio+20 tem tanta chance de salvar o mundo como uma convenção de entusiastas do esperanto", ironiza o também historiador e fundador da New Left Review.
A entrevista é de Juliana Sayuri e Ivan Marsiglia e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 17-06-2012.
Autor de Cidades Mortas, Ecologia do Medo e Holocaustos Coloniais (Editora Record), Apologia dos Bárbaros, Cidade de Quartzo e Planeta Favela (Boitempo Editorial), Michael Ryan Davis cresceu no deserto californiano de El Cajon, foi aprendiz de açougueiro, caminhoneiro e militante estudantil. Atualmente, leciona na Universidade da Califórnia, em Riverside.
Eis a entrevista. Publicada no IHU Notícias, 17-06-2012.
Qual é sua expectativa para a Rio+20?
A Conferência tem tanta chance de salvar o mundo como uma convenção de entusiastas do esperanto ou um encontro de seguidores de Zoroastro. Há sérios pontos para discutir na Rio+20, mas a épica batalha sobre a mudança climática e o desenvolvimento sustentável foi irremediavelmente perdida na esfera da política internacional. Para os futuros historiadores não será difícil aquinhoar a responsabilidade. Mesmo que todos os países ricos compartilhem alguma culpa, alguém apertou o gatilho. O Protocolo de Kyoto foi assassinado no berço pelo Texas - isto é, pelo Partido Republicano norte-americano e os bilionários do petróleo de Houston que o financiam. Os democratas, por sua vez, lamentaram brevemente a morte de Kyoto e, em seguida, discretamente enterraram o aquecimento global como uma questão de campanha. A ausência do presidente Barack Obama no Rio é um sinal de que a mudança climática - questão de vida e morte para grande parte da humanidade - tornou-se órfã.

O que há por trás do neo-panelaço na Argentina


Comentários/opinião
É óbvio que as panelas eram de alumínio importado, as vestes dos "panelantes" eram das grifes de Paris e Nova York e a quantidade era a mesma que comparece a uma festinha em qualquer mansão de Buenos Aires. É só olhar a fotos, ou seja, de gente que adora e precisa de dólares para comprar essas coisas, in loco, três vezes por ano. No mínimo. A nossa imprensa reacionária é que gosta de vestir demônio com assinhas e auréolas de anjo.
Enviado por Luis Nassif, 13/06/2012 - 09:35
Por Marco Antonio L.
De Vermelho.org
A reivindicação para guardar dólares aparece como a causa principal que levou grupos de classe média e alta a realizar manifestações na Argentina. Os especialistas consultados pelo jornal Página/12 afirmam que estes grupos não suportam ver o avanço para uma sociedade mais igual.
Luciana Taddeo
Classe média e alta argentina volta a fazer panelaço contra Cristina Kirchner.
No último dia 8, um protesto convocado pelas redes sociais reuniu, segundo a polícia, cerca de 5 mil pessoas em Buenos Aires. O panelaço reuniu pessoas que protestavam contra o fim do controle à compra de dólares.
De acordo com Melina Deledicque e Mariano Féliz, membros do Centro de Estudos para a Mudança Social, a “demanda de ‘direito ao entesouramento de dólares’ no atual contexto parece pouco razoável e nada generalizante, em uma sociedade onde a capacidade de poupar se restringe a um setor muito reduzido da população”. 
Eles consideram ainda que este panelaço não representa o conjunto do povo trabalhador (e tampouco buscam isso) porque não questionam um projeto capitalista na crise.
Já para a socióloga Sandra Guimenez estes protestos são realizados pelos mesmos setores “antipopulares e antinacionais que, agrupados com setores da Igreja, a direita mais reacionária e alguns pró-políticos, têm muito claro que necessitam desestabilizar um projeto de país que pretende nivelar diferenças sociais”.
De acordo com a socióloga, o que acontece é que este setor não “tolera avançar (ainda que lenta e moderadamente) para uma sociedade mais igual”. Ela complementa que “cada vez que esta sociedade começa a sustentar um projeto que tende a ser mais ‘igualitário’, se produzem fortes enfrentamentos de classe. Em todo caso, esta sociedade tolera transversalmente a expectativa de que as pessoas que fazem parte essas classes melhorem sua situação, é dizer, se tolera a expectativa de ‘melhoria’. Mas isso é suportável se a melhoria não implica que se apaguem nem as diferenças nem os privilégios de classe.
Da Redação do Vermelho, com informações do Página/12

sábado, 16 de junho de 2012

Ex-banqueiro e 'papa' do decrescimento se enfrentam em Copacabana

Comentários/opinião
Há duas semi-verdades (o que é igual a duas semi-mentiras) no título da matéria. Nem Arminio Fraga é um verdadeiro ex-banqueiro nem Jackson é o papa do decrescimento, título que cabe com mais propriedade a Serge Latouche. Fraga saiu do BC do Brasil mas continua na "banca", de modo direto ou indireto. Acresça-se que, quando se fala em um encontro em Copacabana, para o grande público mais parece que foi nas areias da praia... O que, aliás, poderia ser mais adequado... Sabe como é, com uma caipirinha, uma água de coco, o footing do calçadão, essas coisas ruins da vida...
Sobre o tema, Fraga foi muito ladino, como sempre: concorda em mudar o mundo, mas não pode mudar o "seu" mundo, o das finanças, onde ele ganha o pãozinho de cada dia. Ou melhor dizendo, de cada hora ou minuto ou segundo. O trivial... Não entendo como tanta gente paga uma boa grana para ouvir tanta besteira, dita com a maior desfaçatez.

É concebível uma economia capitalista moderna que não se baseie no crescimento?
A pergunta foi o centro de um debate, na tarde desta sexta, entre dois economistas com ponto de vista distintos: Tim Jackson, professor de sustentabilidade da Universidade de Surrey (Reino Unido) e autor do livro "Prosperidade sem Crescimento", e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, do fundo Gávea Investimentos.
A reportagem é do Portal Uol, 15-06-2012. Divulgada no IHU NOTÍCIAS, 16-06-2012.
"A economia baseada no crescimento é insustentável, ao menos na sua forma atual. A própria crise financeira mostrou que esse modelo leva à instabilidade", disse Jackson. Em linha com a tese que defende em seu livro, o britânico criticou o "estímulo contínuo ao consumo": "A função da economia é levar prosperidade às pessoas, e ela transcende os bens materiais. Prosperidade é o bem estar da nossa família, é um mundo sustentável em possamos viver bem."
Fraga, por sua vez, disse não conceber um modelo sem crescimento econômico. "Mas acho que é concebível uma economia que se policie e se organize para crescer diferente, até crescendo menos a curto prazo, sem quebrar a longo prazo."

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Suicídios nas tropas americanas já superam mortes em combate no Afeganistão

Comentários/opinião
A notícia é assustadora para nós e deveria ser também para os estadunidenses, mas suponho que não é. Por que? Porque acho que a maioria dos soldados mandados para esse tipo de guerra não são filhos de famílias norte-americanas "legitimas". As tropas devem estar compostas, prioritariamente, por "chicanos" e outros também considerados inferiores, mais apropriados para servir de "buchas de canhão". Os EUA vem aperfeiçoando seus hábitos de fazer guerras fora de suas fronteiras e, ultimamente, com soldados não estadunidenses, da "gema". Fica fácil, assim.
Em mais de 150 dias, foram reportados 154 suicídios. O número de soldados norte-americanos que morreram por esta causa desde o início deste ano já ultrapassa o número de tropas mortas em combate na guerra do Afeganistão em 2012, confirmam números oficiais disponibilizados pelo Departamento da Defesa dos EUA. Em média, entre Janeiro e Junho de 2012, o Exército norte-americano perdeu uma pessoa por dia.
A reportagem é do sítio Opera Mundi, 13-06-2012. Divulgada no IHU Notícias, 15-06-2012.
No mesmo período, o número de tropas que morreram no Afeganistão foi de menos de 50%, o equivalente a 139, segundo o site icasualties.org, que reúne a contabilidade das mortes em combate.
A taxa de suicídio de tropas se encontra agora num nível histórico diante dos valores do período homólogo de 2011. Trata-se de uma elevação de 25% quando comparada com 2010. Nunca, na última década em que os Estados Unidos estiveram envolvidos em duas guerras (no Iraque e Afeganistão), o ritmo de suicídios entre militares foi tão elevado.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A crise, a corda e o pescoço

Comentários/opinião
Mais uma vez tomo um artigo do Saul Leblon como referencial. É que temos muitas opiniões em comum a respeito de muitos temas.
É interessantíssimo comparar o que ocorre no mundo, especialmente na Europa atual, e no Brasil. Tanto as similaridades como as dissimilaridades permitem análises e conclusões interessantes. Vejam os juros reais negativos vigentes por aí a fora e os juros reais positivíssimos que vigem por aqui. São situações dissímiles e símiles, ao mesmo tempo, dependendo do foco do olhar. Na Europa a banca, por muitas maneiras, cria ou induz dificuldades nos países periféricos europeus, sufoca-os e retorna "ajudas": ganha na ida e na volta. Para o Brasil, a banca recebe grana a juros baixos e empresta a juros escorchantes. O resultado final é o mesmo: ganha sempre!

A palavra crise dissimula o violento conflito de interesses que redesenha a geografia e a posse da riqueza no processo de derrocada econômica que se esboça na zona do euro nesse momento. Não há faixa de neutralidade no trânsito nervoso do dinheiro que ela provoca. A chantagem dos mercados contra a soberania democrática do povo grego, por exemplo, já produziu a ruína vaticinada por quem sabe materializar suas profecias.
Fugas diárias de US$ 1 bilhão vem desidratando o sistema bancário do país, num cotejo cercado de pânico e ameaças para impedir a vitória da esquerda unida, a Syriza, nas urnas do próximo domingo. Quem não se lembra do que acontece no Brasil, no interregno que antecede o voto, quando uma candidatura progressista roça a porta do poder?

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Todo espelho tem o verso e o reverso

Comentários/opinião
Dou testemunho de que a Coppe é uma instituição séria, referência inconteste para estudos energéticos nacionais e internacionais. É – espero que ainda seja – comandada pelo professor Pinguelli Rosa, personalidade também séria e respeitável. Entretanto, nada impede que um pesquisador da instituição possa estar defendendo, nessa questão de térmicas a gás, os interesses de grupos ou pessoas. Neste caso, leia-se Eike Batista, por exemplo. Não tenho elementos fáticos para afirmar isso, apenas suposições. Mas que é possível, é possível.
Quanto a fatos, é bom não esquecer que os aproveitamentos energéticos hidrelétricos já realizados montam apenas a cerca 1/3 do potencial hidrelétrico disponível no Brasil. É renovável, diferentemente do gás, com vários regimes complementares de chuvas, dadas as dimensões e características continentais do país e o seu sistema de transmissão interligado. Aliás, o maior do mundo. Alem disso o Brasil tem condições ainda incalculáveis de recursos renováveis.
Esses são fatos que estarão presentes até que o planeta Terra possa vir a se tornar igual ou semelhante ao planeta Marte. O que é possível - nada provável - que aconteça amanhã ou na semana que vem... Até lá, ou até 2035, previsões como as do professor Schaeffer podem ter valor apenas  como possibilidades, não probabilidades concretas. Ou são indicações de interesses econômicos/financeiros subalternos. Em qualquer situação, porém, sempre convém ficarmos atentos.
Hidrelétricas perdem até 30% com clima, diz Coppe
As mudanças climáticas tendem a exigir investimentos adicionais do Brasil em geração elétrica da ordem de US$ 50 bilhões até 2035 ou 2040, disse ontem o pesquisador Roberto Schaeffer, professor de planejamento energético do programa de pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).
A reportagem é de Francisco Góes e publicada pelo jornal Valor, 13-06-2012.
Os recursos teriam de ser aplicados em projetos de geração térmica a gás e em novas linhas de transmissão de eletricidade, que ajudariam a compensar perdas de até 30% na capacidade de geração de usinas hidrelétricas afetadas pelas mudanças de clima.

sábado, 9 de junho de 2012

30% das ameaças à biodiversidade vêm do comércio global

Comentários/opinião
É a tal globalização ou mundialização, o que dá na mesma coisa. E os resultados também são os mesmos e para os mesmos: para nós, os muitos e sem poder, sobram as migalhas e os restos; para os outros, os poucos e poderosos, vão as benesses e o enriquecimento.
O comércio internacional é responsável por 30% das ameaças à biodiversidade global, segundo um estudo publicado hoje na revista Nature. A conta inclui desde commodities primárias, como soja, carne, leite, madeira e minérios, até produtos finais industrializados, como iogurtes, chocolates, chapas de aço, móveis e materiais de construção.
A reportagem é de Herton Escobar e publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, 07-06-2012.
Os pesquisadores cruzaram dados ecológicos de espécies ameaçadas com dados logísticos de comércio internacional e mapearam como o consumo de produtos em um país afeta a sobrevivência de espécies em outro. Por exemplo, como tomar um café colombiano num restaurante na Alemanha afeta a conservação de macacos nas florestas da Colômbia. Ou como comer um bife de carne brasileira na Rússia influencia o desmatamento da Amazônia no Brasil.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

“PIB é uma medida incompleta e até enganosa da riqueza”

Comentários/opinião
Não carece ser feito qualquer comentário. Basta concordar com a afirmação do entrevistado, na matéria abaixo, divulgada pelo IHU Notícias, 08-06-2012. Grifo nosso.
A discussão central da Rio+20 será a substituição d PIB (Produto Interno Bruto) por outra medida que reflita o atual cenário da economia global, a qual não pode mais crescer infinitamente num planeta que caminha para ter 9 bilhões de habitantes. 
Essa é a opinião do economista e professor da USP Ricardo Abramovay, que lança, durante a conferência, seu novo livro,Muito Além da Economia Verde, pela Editora Planeta Sustentável. 
Ele é otimista sobre as chances de a Rio+20 fazer avançar o debate sobre novas métricas para a riqueza.  Mas avisa que só seguir o caminho da economia verde, conforme sugerido pela ONU, com "esverdeamento" dos setores poluentes e a mesma ênfase no crescimento, não é suficiente como solução. 
"A economia global terá de se reinventar, pois já não basta gerar empregos, pagar impostos e criar produtos. A nova economia terá de prover bem-estar às pessoas, para que o futuro não seja espartano por causa dos limites do planeta", afirma ele em entrevista à Andrea Vialli do jornal Folha de S. Paulo, 08-06-2012.

terça-feira, 5 de junho de 2012

O mundo imaginário da sucessão do Ipea

Comentários/opinião
O artigo de Saul Leblon publicado pela Carta Maior, 04-06-2012, desnuda de forma muito explicita o obscuro submundo onde imperam os lobbies político-ideológico-midiáticos, ou seja, o que rola nos pântanos da política nacional. Porém, nem sempre conseguem sair vencedores. É algo bastante raro, mas felizmente ainda acontece. Em quais situações? Onde existir firmeza ética, de valores, de seriedade política e de respeito pela competência e pelos compromissos com os interesses da sociedade e não os de grupelhos mal-intencionados. É o caso da figura diferencial do ex-presidente do IPEA, Marcio Pochmann, o qual tenho a honra e a satisfação de conhecer desde quando ele era pesquisador do Cesit, da Unicamp.

Com a saída de Marcio Pochmann, que concorrerá a prefeitura de Campinas, abriu-se a disputa para a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Imprensa entrou no jogo como parte interessada. E acabou saindo mal na fita. Trama relatada por Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Correio Braziliense e Valor Econômico inverteu regra de bom senso lógico: se os fatos não forem bem assim, problema dos fatos.
Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), caiu em janeiro de 2011, quando Wellington Moreira Franco assumiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), ministério ao qual o Instituto está subordinado. Tem mais: Marcio Pochmann censura pesquisas no Instituto desde que tomou posse em 2007. Sob sua direção, o órgão caracteriza-se pelo chapabranquismo militante. Acha pouco? Agora Pochmann vetou o nome de seu sucessor, indicado pela presidenta Dilma Rousseff que, em represália, vetou os nomes apresentados pelo economista e impôs um nome de preferência de Aldo Rebelo, que ainda não havia entrado na história. Depois disso, Moreira Franco indicará um interino em caráter definitivo. 
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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Os versos e reversos das medalhas, digo, das moedas

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Na matéria abaixo, está uma sucinta história dos Batistas, isto é, do Elieser e do Eike Batista. (Ainda falta a do Thor... que um dia também será contada...) Do pai, o Elieser, só os mais antigos conheceram a história; do filho, o Eike,  não apenas o Brasil atual, mas o mundo todo, já conhecem. Isso porque sua fama já cruzou todos cantos do planeta dada a sua constante autopromoção e promoção que lhe dedicam todos os seus áulicos – um eufemismo para ocultar o termo real, puxa-sacos - tanto os auto-deslumbrados quanto os profissionais da mídia, que lhe prestam e emprestam espaços inesgotáveis.
Eike – tido como o 8º homem mais rico do mundo - se jacta de que será o 1o. em curto prazo. Todavia, é bem provável que já o seja, se forem computadas riquezas que não estejam visíveis porque ainda não é conveniente declará-las. Isso se pode inferir das próprias indicações contidas da matéria abaixo e também do notório conhecimento que sabidamente ele "herdou" dos saberes dos qualificadíssimos profissionais que arrebanhou na Petrobrás e levou para suas empresas.
Por Hélio Fernandes - Publicado na Tribuna da Imprensa em 08/09/2010
Eike Batista: "Paguei meu imposto de renda com um cheque de 670 MILHÕES DE REAIS"
Deve ser verdade. Mas de onde vem essa fortuna, que segundo ele, é a maior do Brasil? Do pai, o melhor do Brasil?
Ninguém duvida, as dúvidas estão todas na sua vida, ou melhor, na vida do pai, que montou sua herança, antes mesmo dele nascer. Ninguém tem uma trilha (que gerou o trilhão) de irregularidades tão grande quando Eliezer Batista. E em toda a minha vida profissional, nunca escrevi tanto e tão vastamente sobre irregularidades, prejuízo ao Brasil, ENRIQUECIMENTO COLOSSAL, quanto sobre Eliezer. E logicamente nem uma vez de forma POSITIVA, sempre naturalmente NEGATIVA.
A partir do "Diário de Notícias" (1956/1962) e depois já na "Tribuna da Imprensa", Eliezer era personagem quase diário.
O roubo das jazidas de manganês do Amapá, assunto exclusivo deste repórter, ninguém participava, Eliezer era tão GENEROSO com os jornalões, como foi depois com o filho. O Brasil era o maior produtor de manganês do mundo. Como era de outros minérios, todos controlados por ele, presidente eterno da Vale.

A silenciosa praga das lavouras

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Aí está mais uma comprovação de uma das consequências do mau uso da ciência, tema que foi abordado em matéria anterior neste blog. Precisa dizer algo mais?

Regiões agrícolas com forte uso de agrotóxicos têm mais suicídios e mortes por câncer.
A reportagem é de Carla Rocha, Fábio Vasconcellos Natanael Damasceno e publicado pelo jornal O Globo, 03-06-2012.
José Andrade teve câncer de pele no nariz e num braço, amputou um dedo e sofre de depressão. Com problemas de surdez, vive com a irmã Maria Geralda. Eles já perderam dois irmãos, vítimas de câncer.
LEIAMAIS

domingo, 3 de junho de 2012

Paulistano desperdiça 17 dias por ano no trânsito

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Se eu tivesse certeza que teria mais dez anos de vida, com absoluta convicção apostaria qualquer valor com qualquer pessoa que, a continuar as coisas como estão indo no Brasil, nas grandes cidades como São Paulo os carros, ônibus e caminhões não se moverão mais nas ruas e será mais rápido andar a pé, onde não for possível andar de metrô, ou seja na maior parte das grandes cidades.
Pelos dados da matéria anexa e de outras, é possível estimar que hoje a maioria das pessoas em S.Paulo gastam 20% ou mais do seu tempo de vigília diária, em dias de trabalho, com deslocamento para o trabalho, ida e volta. É só fazer umas continhas.
As perguntas que não querem calar são: por que? até quando? tanto sacrifício vale realmente a pena?
Gabriel, 7, e Larissa, 10, já assistiram a "Carrossel", brincaram, jantaram (o pai preparou a comida: arroz, feijão, nuggets e linguiça), fizeram a lição de casa e nada de a mãe chegar.
A reportagem é de Ricardo Gallo e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 03-06-2012.
Passa das 20h40 de quinta e a executiva Sueli Dias e Silva, 44, ainda está no trânsito de São Paulo.
É no trânsito que Sueli, diretora financeira de uma multinacional, gasta boa parte de seu tempo. São ao menos duas horas por dia, ou 400 horas por ano (a considerar cerca de 200 dias trabalhados), algo como 17 dias do ano - ou 267 idas ao cinema.
"É muito tempo. Chego em casa cansada. Não consigo fazer academia, ficar com os meus filhos." Ela trabalha na Berrini, principal centro empresarial da cidade, na zona oeste, e mora a 23 km dali, no Tatuapé, na zona leste.
Enquanto a vida corre, a executiva está parada no trânsito, o que, em São Paulo, a torna mais regra do que exceção: pesquisa do IBGE divulgada em abril aponta que, tal qual Sueli, um a cada quatro moradores da cidade perde entre uma e duas horas ao ir para o trabalho, de carro, ônibus ou metrô - sem contar o tempo da volta.

Vírus usa linguagem de games feita na PUC-Rio

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Que a Ciência tem tido maus usos ao longo de toda a sua historia evolutiva, não é novidade. Pelo contrário, tem sido até bastante recorrente. Talvez, até este momento, o exemplo mais conhecido seja a descoberta da fusão e da fissão nucleares, usadas para a construção de armas atômicas. Mais recentemente, entretanto, temos descobertas das quais ainda não se tem avaliação segura da real amplitude e consequências de suas danações. Transgênicos, agrotóxicos, clonagens de seres vivos, etc são exemplos significativos dessas degenerescências. Uma situação moderna de invasão de privacidade e falta de ética e respeito pela privacidade das pessoas são os tais de vírus internéticos de rakers imbecis e irresponsáveis que invadem os espaços de quem nem conhecem e que estão trabalhando ou se divertindo inocentemente.
Agora, chega a invasão de áreas de segurança nacionais, com o estrito motivo de continuar dominando nações soberanas que tentam se defender de agressões de natureza territorial e/ou econômica por parte dos dominadores do mundo. Outra barbaridade.

Uma linguagem desenvolvida nos laboratórios da PUC do Rio de Janeiro no início dos anos 90 e conhecida por seu uso em jogos de videogames e aplicativos de celulares foi a escolhida para a fabricação de uma das mais poderosas armas cibernéticas de todos os tempos.
A reportagem é de Gustavo Chacra e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 03-06-2012.
Denominado Flame, o vírus atingiu uma série de computadores em todo o Oriente Médio com a intenção de espionagem internacional e de sabotagem de órgãos governamentais e militares. Empresas de segurança de informática, como aKaspersky Lab, da Rússia, e a Symantec, dos EUA, admitem nunca terem visto algo semelhante.
Até agora, da mesma forma que em outros ataques cibernéticos, ninguém assumiu a responsabilidade pelo Flame. No entanto, todos os dedos apontam para os EUA e Israel em razão dos alvos da operação terem sido, principalmente, nações como Irã, Líbano, Síria, Egito.

A toga, a língua e o caçador de blogs

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Há hoje no Brasil e no mundo o entendimento generalizado de que o poder corrompe e também é corrompido ou corrompível. Todavia não se trata do poder em si, mas do processo de exercício do poder ou, melhor, do mau exercício do poder.
Uma noite destas me atribuí o autoflagelo de ficar assistindo até altas horas o replay de um debate da CPMI dita do Cachoeira e adjacências. Não recomendaria tal loucura nem a um inimigo, caso o tenha.
Assiste-se ali a situações de todo o tipo, desde intervenções realmente bem colocadas e objetivas até as absolutamente descabidas por incontáveis razões e motivações pessoais ou partidárias. Tem, por exemplo, um cidadão de nome Onix – que não tem qualquer semelhança com pedra preciosa – e que, ao contrario, tem algo de natureza inqualificável e, mais que tudo, pegajosa e nojenta. E seu decoro – caso tentasse tê-lo - nada teria de parlamentar, mas, sim, tudo "para lamentar". É o líder do DEM na Câmara... Já a sua colega  de partido, Senadora Katia Abreu, líder no Senado, tem outra postura e, pelo menos, argumenta com inteligência, independente do conteúdo de seu posicionamento.
Torna-se absolutamente notório que o exercício do poder pode tanto enobrecer o verdadeiro cidadão como, em igual medida, trazer à tona tudo de putrefato e odioso que estiver contido no íntimo de indivíduos sem os necessários valores ou princípios tais como cidadania, respeito ao outro, moral, ética e equilíbrio comportamental. Infelizmente, indivíduos com tais deficiências chegam a postos de poder totalmente inadequados às suas reais formações, construção da personalidade, caráter e visão de mundo e dos seres humanos.
Além do que se passa e se vê no Parlamento, a matéria anexa acrescenta mais um formidável exemplo para a ideia que está colocada aqui para debate.
Escudado na proteção republicana da toga, o ministro Gilmar Mendes desnudou uma controversa agenda política pessoal na última semana de maio. Onipresente na obsequiosa passarela da mídia amiga, lacrou seu caminho na 6ª feira declarando-se um caçador de blogs adversários de suas ideias e das ideias de seus amigos. Em preocupante equiparação entre a autoridade da toga e a arbitrariedade da língua, Gilmar decretou serem inimigos das instituições republicanas todos aqueles que contestam os seus malabarismos discursivos, a adequar denúncias a cada 24 horas, num exercício de convencimento à falta de testemunhas e fatos que as comprovem.

sábado, 2 de junho de 2012

Em vez de forçar a mão no consumo, governo deve investir

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O articulista, como tantos outros, ouve as corujas piarem e não sabe onde nem do que se trata. Economistas sérios, como Marcio Pochmann, João Sicsú, Dércio Munhoz, Reinaldo Gonçalves e outros, têm entendimentos diferentes.  Por exemplo, Sicsú, com quem estive ontem em uma audiência pública no Senado Federel, entende que não apenas investimentos produzem o crescimento da economia mas também gastos de custeio, especialmente nas atividades públicas, porque aquecem o giro da economia. Ele diz também que só baixar juros não resolve porque bens duráveis não são trocados todos os dias, especialmente pelas classes que apenas melhoraram seu status recentemente.
Outra falácia: "os custos no Brasil estão altos de mais". Em relação a quem? Onde estão baixos? Só na China, porque os salários são baixíssimos, o povo é predominantemente pobre e não há consumo interno. Por enquanto.
Em outras palavras, existem lógicas e lógicas, algumas reais, muitas outras falsas e muita balela por aí, enganando os incautos. Portanto, "muito cuidado e um pouco de caldo de galinha sempre fazem bem". Isso já diz há muito, muito tempo, um sábio ditado popular.
"Economia perdeu vigor por falta de investimento das empresas e do governo e medo do colapso europeu", analisa Vinicius Torres Freire, jornalista, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 02-06-2012. Reproduzido pelo IHU Notícias, 02-26-2012.
Eis o artigo.
O pibinho ainda menor que o esperado, expectativa que já era miúda, não vai fazer lá muita diferença a não ser para a política e para as estatísticas do primeiro biênio de Dilma Rousseff.
Para o mundo real, não há novidade. Os problemas continuariam os mesmos ainda que o crescimento do primeiro trimestre tivesse sido de 0,5%, em vez de 0,2%.
O país não vai crescer 3% em 2012, mas 2,5%? Um pouco pior, decerto, mas esse meio ponto pode ser recuperado de modo razoável com um pouco mais de investimento e de sorte. Sim, sorte..