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sábado, 28 de abril de 2012

1º de maio: a gênese do peleguismo

"O PSDB é um partido que dá prevalência ao trabalho sobre o capital".
Essa, do Alkmin, é de dar dor no ouvido até o fim dos tempos! É difícil encontrar maior desfaçatez e esse rapaz é muito corajoso. Talvez ache que, devido ao seu nome, possa transformar cocô em ouro ou uma deslavada mentira numa dourada verdade. Ou, o que é mais provável, ache que vive cercado de imbecis.
Leiam abaixo a transcrição da matéria de capa da Carta Maior, de 28-04-2012.
"Cada patrão mandou dez funcionários para cá. A gente tem que ficar até o fim [do evento] e levar o comprovante de que veio, para não descontar o dia de trabalho". A confidência foi feita por um dos participantes do primeiro congresso do "núcleo sindical" do PSDB, realizado em São Paulo, na última sexta-feira, conforme relato da Folha (28-04). Uma espécie de avant-première do 1º de Maio, o encontro liberou caciques tucanos para o feriadão prolongado com a consciência do dever cumprido. A lotação proletária foi assegurada pelo engajamento natural das bases: donos de construtoras e empreiteiras que prestam serviços ao Estado convocaram seus trabalhadores à luta, com direito a sanduíche de queijo, suco, biscoito e maçã. Mediante comprovante de comparecimento, a militância teria o  dia abonado trocando o saco de cimento pela faiscante oratória tucana. Cada empresa foi convocada a encaminhar pelos menos dez operários ao meeting.  Serra nem gaguejou ao afirmar aos presentes que a relação do PSDB com sindicatos 'não é novidade'; em seguida, pediu apoio à candidatura a prefeito de SP. "Temos nossa primeira tarefa: mobilizar nossos sindicalistas para a campanha eleitoral deste ano", disse o ex-governador com indisfarçável mau humor diante do rival Aécio Neves (leia mais aqui : 'Por que Serra está nervoso?'). Alckmin foi de longe o mais combativo; sapecou um  'companheiros e companheiras' na saudação e arrematou com a frase cuja autenticidade sintetiza a de todo o evento: "O PSDB é um partido que dá prevalência ao trabalho sobre o capital".

Há uma nova classe média surgindo no Brasil?

Comentários/opinião
Estou de pleno acordo com o professor, meu guru, presidente do Ipea e futuro prefeito de Campinas-SP...
Tenho chamado a atenção em comentários anteriores para os enormes equívocos nas interpretações apressadas de dados de pesquisas e censos para classificação das classes sociais e econômicas no Brasil. Dou uma pequena ideia disso.
Há pouco tempo respondi uma pesquisa na Internet, dentro dos parâmetros do censo do IBGE, e constatei estarrecido que sou rico... E sempre pensei que fosse classe média média, no máximo. Isso porque tenho duas TVs, dois computadores, um imóvel, não tenho carro mas ganho acima de R$ 5.000,00 por mês, ou seja, assim como milhões de brasileiros que trabalharam por mais de 35 anos – e eu por 58 anos, desde 1954, façam as contas – e estão aposentados pelo INSS e também por algum fundo de pensão que continuarão pagando até morrer. Como eu.
Pombas, se sou rico, qual é a classificação do Eike Batista? Eu sei, ele é, bi, tri, quadilhonário.  Porém, fiquemos com o Carlinhos Cachoeira ou qualquer ruralista habitante do Congresso Nacional ou qualquer juiz dos superiores tribunais do país ou, ou, ou etc etc e etc.
Os critérios para essas classificações absurdas são motivados por equívocos ou por más intenções? No sentido de disfarçar contradições inexplicáveis entre a miséria de tantos e a plutocracia de poucos?
As pessoas deveriam ser classificadas pelas suas reais condições de vida, incluídos os benefícios públicos.
Leiam a matéria da Carta Maior, 27-04-2012.
Em novo livro, Marcio Pochmann sustenta que o resgate da condição de pobreza e o aumento do padrão de consumo não tiram por si só a maioria da população emergente da classe trabalhadora. Para o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é preciso a politização classista desse fenômeno para aprofundar a transformação da estrutura social, sem a qual a massa popular em emergência ganha um caráter predominantemente mercadológico, individualista e conformista sobre a natureza e a dinâmica das mudanças socioeconômicas no Brasil.
São Paulo - O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann está lançando, pela Boitempo, um estudo sobre a mobilidade na base da pirâmide social brasileira durante o início do século XXI. Nova classe média? analisa as recentes transformações na sociedade e refuta a idéia de surgimento de uma nova classe no País, muito menos a de uma nova classe média.
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