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terça-feira, 3 de julho de 2012

A letra miúda do caos

Comentários/opinião
O título e o conteúdo do artigo do Saul Leblon na Carta Maior de ontem me fazem lembrar dois fatos que os nossos jornais da época noticiaram apenas nos cantos das suas vigésimas páginas.
Um, foi a solução final da moratória declarada pela Rússia em 1998, quando os seus credores, após seis meses inglórios de uma disputa feroz, acabaram concordando com os termos leoninos, do ponto de vista dos interesses soberanos do país, que tinham sido impostos pelo governo russo. Ora, direis, a Rússia tem a bomba. Mas essa não é a razão principal. Infelizmente não cabe aqui uma dissertação maior. A qual, aliás, está abordada no meu livro "E se o capitalismo acabasse?" e em outros escritos por aí.
Outro fato foi a audiência a portas fechadas e a sós, sem assessores, que Lula e FHC tiveram no Palácio do Planalto em 2002, entre a eleição e a posse, por precisamente 55 minutos. Isto – o tempo - a imprensa divulgou, muito "en passant". Desse encontro, uma formiguinha imaginária me contou sobre um acordo verbal, jamais escrito, mais ou menos nos termos a seguir.
Ao final do encontro, um – a formiguinha não sabia qual deles, mas isso não é relevante para esta minha fábula fabulosa – teria dito: "Você não mexe com o meu povo e eu não mexerei com o seu". Ao que o outro respondeu: "Fechado!". Apertaram-se as mãos, Lula foi embora, as bruxas não foram caçadas e o acordo valeu até o mensalão. O resto da história, até agora, todo o mundo conhece...
Ofereço um pirulito para quem descobrir as similaridades. Que são várias.
No último fim de semana, Atlanta, nos EUA, registrou a maior temperatura de sua história: 41 graus Celsius. A onda de calor foi sucedida de tempestades; vendavais com força equivalente a de um tufão também fizeram 13 vítimas em Washington, na sexta-feira, provocando destruição residencial e falencia no fornecimento de energia. A capital dos EUA está praticamente paralisada desde então, espremida entre o caos e ondas de calor, as mais elevadas dos últimos 135 anos. 
No centro e no sul da Espanha os termômetros atingem cerca de 40 graus: recorde histórico para o verão. Enormes extensões de bosques ardem no pior incêndio em duas décadas, que já consumiu cerca de 50 mil hectares na região da Valencia, em meio à seca infernal. As mais intensas chuvas de monções em uma década mataram dezenas de pessoas na Índia (*NR). Milhares de aves morrem de fome na costa peruana, por conta da escassez de cardumes decorrente do aquecimento anormal das águas do Pacífico, sinal de ocorrência do El Niño, fenômeno cíclico de efeitos magnificados num planeta cada vez mais vulnerável.
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