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domingo, 25 de março de 2012

Pontos e contrapontos (IV)

Comentários/opinião
A avaliação desta matéria deve ser feita em estreita correlação com a matéria plotada e comentada logo na sequência. Faz parte de um processo analítico que tenho chamado de pontos e contrapontos, para caracterizar dicotomias, incongruências e incoerências do sistema capitalista neoliberal em que vivemos.
Isso parece ser evidente nesta matéria e fica mais forte se comparado com a seguinte.
De 2007 a 2012, o governo baixou medidas que desoneraram as empresas em, no mínimo, R$ 97,8 bilhões, segundo levantamento da Receita Federal obtido pelo Estado. A cifra é o dobro do que o governo pretende gastar no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) este ano e corresponde a quatro vezes a verba reservada para o programa Brasil sem Miséria, prioridade da presidente Dilma Rousseff. Ainda assim, a alta carga tributária foi a queixa mais comum entre os 28 pesos pesados da economia que estiveram com Dilma na quinta-feira.
A reportagem é de Lu Aiko Otta e Adriana Fernandes e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 26-03-2012.
As desonerações não foram adotadas como uma estratégia ou política de governo, mas foram reações aos efeitos da crise global que deprime a economia mundial desde meados de 2008 e afetou gravemente a competitividade da indústria brasileira. Porém, o avanço dos importados e a tendência de desindustrialização parecem imunes à atuação do governo.
Leia a matéria, divulgada pelo IHU Notícias, 25-03-2012

Comentários/opinião
Normalmente, as avaliações de mudanças aparentes na situação das classes sociais baixas e médias no Brasil são medidas pelo consumismo. Porém, essas eventuais mudanças não significam, necessariamente, aumento de qualidade de vida. Às vezes é o contrário, mas isso exige uma longa e profunda discussão, o que não é feito. E continuamos vivendo de aparências, olhando apenas superfícies.
O que fica evidenciado, entretanto, é que o parâmetro prevalente é sempre o interesse do capital no incentivo ao consumismo, ou pior, ao hiperconsumismo, mesmo de quem não tem condições para tal.
Após a forte ascensão das classes D e E para C na última década, movimento semelhante de migração social já começa a se repetir da classe C para a B. Com renda familiar mensal entre R$ 2,2 mil e R$ 7 mil, nos próximos três anos a classe B deve ser o estrato social com maior potencial de consumo, ultrapassando a classe C. Em 2015, os 15,1 milhões domicílios de classe B terão R$ 753 bilhões para gastar, nas contas do Pyxis Ibope Inteligência.
A reportagem é de Márcia De Chiara e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 25-03-2012 e divulgada pelo IHU Notícias, da mesma data.
Essa cifra vai responder por 41,7% do consumo total das famílias e superar a fatia da classe C, estimada em 36,6% ou R$ 660 bilhões em 2015. "A previsão é que a classe B assuma a liderança como a maior classe em potencial de consumo", afirma a diretora de Atendimento e Planejamento de Geonegócios do Ibope Inteligência, Márcia Sola.

Criaturas do Sol

Comentários/opinião
É sempre muito salutar e elucidativo ler as matérias científicas do nosso professor, que ensina já há vários anos nos EUA.
"O Sol irradia por segundo cerca de 400 trilhões de trilhões de watts, isto é, 1 seguido de 26 zeros, equivalente a 100 bilhões de bombas nucleares de um megaton cada. Essa potência toda vem de reações de fusão nuclear que ocorrem no centro do Sol, onde o hidrogênio se transforma em hélio", escreve Marcelo Gleiser, professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 25-03-2012.
Segundo ele, "a imagem da nossa estrela como uma plácida bola de fogo no céu tem pouco a ver com o seu aspecto real".
Leia o artigo, divulgado pelo IHU Notícias, da mesma data.