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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Farra do "nosso" capitalismo tupiniquim (II)

Comentários/opinião

Em 08-02-2012 postamos a matéria intitulada conforme acima, complementada agora com a matéria abaixo, dentro do mesmo tema. Aliás, por certo irão ocorrer ainda muitas "complementações"...
Em tempo - É claro que também se correlaciona com a matéria postada hoje, mais abaixo... Ou não?

UOL NOTÍCIAS - ECONOMIA - 16/02/2012 - 13h56

Lucro de 2011 da Vale é o maior da história entre brasileiras de capital aberto

O lucro de R$ 37,814 bilhões informados pela Vale para o exercício de 2011 é o maior já registrado por uma empresa de capital aberto brasileira, segundo levantamento da consultoria Economatica.
A consultoria comparou os lucros nominais de todas as empresas brasileiras de capital aberto, conforme os números oficiais encaminhados à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Além da Vale, o lucro de 2011 de outras quatro empresas também figuram entre os 20 maiores lucros da história no país: Petrobras na 3ª colocação (R$ 33,313 bilhões), Itaú Unibanco em 14º lugar (R$ 14,621 bilhões), Banco do Brasil em 16º lugar (R$ 12,126 bilhões) e Bradesco em 19º lugar (R$ 11,028 bilhões).
Entre os 20 maiores lucros, o setor bancário é o que mais se destaca. A Petrobras acumula nove dos 20 maiores lucros e a Vale, seis.
MAIORES LUCROS DE EMPRESAS BRASILEIRAS DE CAPITAL ABERTO
Posição
Empresa
Setor
Lucro líquido (em bilhões de R$)
Ano
1
Vale
Mineração
37,814
2011
2
Petrobras
Petróleo e gás
35,189
2010
3
Petrobras
Petróleo e gás
33,313
2011
4
Petrobras
Petróleo e gás
32,988
2008
5
Vale
Mineração
30,070
2010
6
Petrobras
Petróleo e gás
28,982
2009
7
Petrobras
Petróleo e gás
25,919
2006
8
Petrobras
Petróleo e gás
23,725
2005
9
Petrobras
Petróleo e gás
21,512
2007
10
Vale
Mineração
21,280
2008
11
Vale
Mineração
20,006
2007
12
Petrobras
Petróleo e gás
17,861
2004
13
Petrobras
Petróleo e gás
17,795
2003
14
Itaú Unibanco
Bancos
14,621
2011
15
Vale
Mineração
13,431
2006
16
Banco do Brasil
Bancos
12,126
2011
17
Itaú Unibanco
Bancos
11,708
2010
18
Banco do Brasil
Bancos
11,296
2010
19
Bradesco
Bancos
11,028
2011
20
Vale
Mineração
10,443
2005
Fonte: Economatica

“Afinal, o Brasil tem jeito?”

Comentários/opinião
A resposta – sim e não – é dicotômica e deveria ser contraditória. Mas não é.
O Brasil tem jeito pelas suas imensas possibilidades, hoje ímpares no mundo. E isso pode ser demonstrado física e matematicamente. Todavia, ele não tem jeito pelo modo como é administrado, porque praticamente todos os governos têm tratado este país como se fosse uma empresa privada, de poucos, muito poucos, acionistas. Isso, desde que foi “inventado” pelos portugueses há cinco longos séculos.
Para não ir muito longe no tempo e considerando apenas o atual período neoliberal de três décadas é absolutamente insano – para ser muito condescendente -  o processo de “doação  de sangue” nacional para os vampiros econômicos e financeiros nacionais e internacionais.
Caso fossem suprimidos apenas alguns “frascos” desse “derrame hematofágico” nacional - sua viabilidade foi demonstrada muitas vezes - para redistribuí-los ao povo deste país, será que fica difícil adivinhar o que iria acontecer? Em breve tempo o Brasil se tornaria a maior e melhor nação do mundo.
Essa afirmação está isenta de qualquer tipo de xenofobismo!
Vejamos, apenas como exemplos, dentre muitos – muitos, mesmo - as duas matérias abaixo, publicadas no IHU Notícias de hoje, 16-02-2012.

O maior corte orçamentário da história

Os jornais noticiam o maior corte da história - R$ 55 bilhões - no orçamento federal de 2012, que prejudica as áreas sociais para garantir o pagamento da dívida pública. Conforme mostra o Portal G1, “Objetivo do corte é atingir meta de R$ 140 bilhões de superávit primário”, ou seja, a reserva de recursos para o pagamento da dívida. Como se já não fossem pífios os valores previstos para as áreas sociais na proposta aprovada pelo Congresso Nacional ao final do ano passado, agora o governo ainda corta mais recursos destas áreas.

O comentário é do sítio Auditoria Cidadã da Dívida, 15-02-2012.

Conforme mostra o Ministério do Planejamento, serão cortados R$ 20 bilhões de despesas obrigatórias (áreas de Previdência e Assistência Social, FGTS e outros, conforme a pág 20) e R$ 35 bilhões de despesas “discricionárias”, ou seja, que o governo não tem a obrigação legal de gastar. Conforme mostram as págs 22 e 23, as importantes áreas de saúde e educação sofreram cortes de R$ 5,5 bilhões e R$ 1,9 bilhão, respectivamente. Também serão cortados R$ 1,2 bilhão da Reforma Agrária, R$ 3,3 bilhões das Cidades, R$ 2 bilhões dos Transportes, e R$ 2,2 bilhões da Integração Nacional, dentre outros cortes.
Enquanto isso, os gastos com a dívida pública se mantêm intocáveis, e devem consumir cerca da metade do orçamento federal em 2012, enquanto todas as áreas sociais se espremem na metade restante.
Outra forma utilizada pelo governo para reservar mais recursos para o pagamento da dívida é a redução das aposentadorias dos servidores públicos, prevista no Projeto de Lei 1992/2007, que privatiza a previdência e a entrega aos bancos. Este projeto pode ser votado dia 28/2 no Plenário da Câmara dos Deputados, porém, os servidores públicos já se mobilizam fortemente contra mais esta medida neoliberal e privatizante. Notícia da Agência Câmara mostra que os servidores lotaram o Plenário 1 (o maior do Corredor das Comissões da Câmara) para acompanhar o lançamento da “Frente Parlamentar em Defesa dos Servidores Públicos Federais” que, apesar do nome, tem na Presidência um parlamentar que é favorável ao PL 1992. Ou seja: a luta será árdua.

Corte de R$ 55 bilhões vai garantir meta de superávit primário
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou que o corte de R$ 55 bilhões no Orçamento Geral da União de 2012 busca o cumprimento da meta cheia do superávit primário previsto para este ano, de R$ 140 bilhões. “É um contingenciamento alto, sim, mas vai garantir a obtenção do resultado primário que aprovamos na Lei de Diretrizes Orçamentária [LDO]”, comentou.
A reportagem é de Luciene Cruz e Wellton Máximo e publicada pela Agência Brasil, 15-02-2012.
Mantega destacou que a economia feita para pagar os juros da dívida pública e, consequentemente, manter a trajetória de queda em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), garante a consolidação fiscal do país nesse momento de instabilidade econômica mundial.