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sexta-feira, 30 de março de 2012

Águia ou galinha

Comentários/opinião
É... Quem pode ser águia, mas pensa como galinha, é galinha. E voa "voos de galinha". Infelizmente.
Nosso (nosso?...) Brasil é uma imensa águia, mas, por nunca ter querido se apoiar em longos e audaciosos planos de voo de águia, se contenta com voos de galinha, ou seja, episódicas tentativas e desistências.
O autor do artigo abaixo costuma dar tiros para muitos lados, ao sabor das ondas. Aliás, como muitos articulistas dos grandes jornais nacionais. Todavia, foi possível correlacionar este tema com uma fábula à qual tenho muito me referido ultimamente. Já leram a fábula que foi descrita neste blog há alguns dias?
A matéria foi divulgada no IHU Notícias em 30-03-2012.
"Frenético, governo faz série de reuniões com 'o PIB' e deve criar comitês setoriais para auxiliar a indústria", informa e comenta Vinicius Torres Freire, jornalista, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 30-03-2012.
Eis o artigo.
O governo econômico do Brasil está mesmo frenético.
Os economistas de Dilma Rousseff se encontram com os rapazes do mercado e prometem "mudanças de fôlego", além dos esparadrapos e remendos da "política industrial" improvisada no cotidiano.
Convocam os banqueiros a fim de cobrar redução das taxas de juros para empresas e consumidores (segundo o jornal "Valor"), que na média vêm subindo desde novembro.
As conversas com a indústria são tantas que o governo parece ter instalado um comitê de salvação pública das fábricas, por assim dizer. Na verdade, não se trata de piada.
O governo está para lançar um projeto que ele mesmo chama de "câmaras" ou "comitês de competitividade" (ou de "sustentabilidade"). Serão grupos consultivos de onde, em tese, vão sair demandas da indústria sobre impostos, custos, burocracias, problemas da "cadeia produtiva". O projeto é criar cerca de 20 desses "comitês" setoriais.
Clique acima para ler o texto completo.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Proposta de criação de banco de desenvolvimento divide Brics

Opinião/comentários
Não desejava nem desejo, mas sempre temi que os "brics" virassem "bric-a-bracs".
E isso, devido às imensas dificuldades para a construção de um sistema "meio filhote", diferente do "sistema-mãe", ou seja, do sistema capitalista, em brutal vigência nos dias atuais. O que significaria enfrentá-lo, ainda que parcialmente.
Em outras palavras, é impossível botar sequer um pé fora do lar sem estar disposto a seguir por conta própria, porque quem o chefia não permite confrontos, muito menos deserções.
Compare esta matéria, divulgada pelo IHU Notícias, 28-03-2012, com a matéria anteriormente postada, logo abaixo, neste blog.
De um lado, China e Índia pedem pressa e um cronograma "realista" para a criação de um banco de desenvolvimento formado pelo grupo conhecido como Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Do outro, Rússia e Brasil recomendam cautela no estabelecimento da nova instituição, imaginada para canalizar parte das reservas internacionais para projetos de desenvolvimento. Essa diferença marca a quarta reunião de chefes de governo dos Brics, que começa hoje em Nova Déli.
A reportagem é de Sergio Leo e publicada pelo jornal Valor, 28-03-2012.
Sem acordo nesse ponto, como também em outros, mas interessados em preservar o grupo - que dá aos cinco países maior cacife nas discussões internacionais -, os Brics discutiam ontem se montariam um grupo de trabalho ou uma força-tarefa para criar a nova instituição.
Por trás das designações, está a diferença entre o senso de urgência nos países do grupo, de economias heterogêneas, com renda per capita que varia entre US$ 2 mil e US$ 15 mil, composto por democracias e regimes autocráticos, países exportadores de commodities e grandes importadores.

Banco ético: uma alternativa às finanças predatórias

Comentários/opinião
São pequenas luzes que vemos no fim do túnel e não são de trem vindo de lá para cá. São sinalizações de que podemos andar nessa direção e que poderá ser haver terreno firme e possibilidades reais de mudanças de rumos.
O artigo, publicado pela Carta Maior de 22-03-2012, é de Paulo Kliass, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10.
O movimento dos bancos éticos ainda ocupa um espaço pouco expressivo no conjunto do sistema financeiro. No entanto, em razão da crise dos últimos anos, esse modelo alternativo (a grande maioria no espaço europeu) tem logrado conquistar um crescimento importante em seus nichos de atuação.
A crise por que passa o sistema financeiro internacional parece longe de ver seu fim. A partir do recrudescimento do cenário norte-americano em 2008, os efeitos negativos das dificuldades enfrentadas pelos bancos naquele país terminaram por evidenciar as reais características do fenômeno da globalização. O “financês” acaba por incorporar as expressões das ciências biológicas e da saúde, e passa a utilizar a imagem da “contaminação dos mercados”. Além da quebradeira em série de bancos nos Estados Unidos, a crise atravessou o Atlântico e aprofundou-se no espaço da União Européia. E sempre tendo como principais personagens - os detonadores da crise - os bancos e demais instituições financeiras.

domingo, 25 de março de 2012

Pontos e contrapontos (IV)

Comentários/opinião
A avaliação desta matéria deve ser feita em estreita correlação com a matéria plotada e comentada logo na sequência. Faz parte de um processo analítico que tenho chamado de pontos e contrapontos, para caracterizar dicotomias, incongruências e incoerências do sistema capitalista neoliberal em que vivemos.
Isso parece ser evidente nesta matéria e fica mais forte se comparado com a seguinte.
De 2007 a 2012, o governo baixou medidas que desoneraram as empresas em, no mínimo, R$ 97,8 bilhões, segundo levantamento da Receita Federal obtido pelo Estado. A cifra é o dobro do que o governo pretende gastar no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) este ano e corresponde a quatro vezes a verba reservada para o programa Brasil sem Miséria, prioridade da presidente Dilma Rousseff. Ainda assim, a alta carga tributária foi a queixa mais comum entre os 28 pesos pesados da economia que estiveram com Dilma na quinta-feira.
A reportagem é de Lu Aiko Otta e Adriana Fernandes e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 26-03-2012.
As desonerações não foram adotadas como uma estratégia ou política de governo, mas foram reações aos efeitos da crise global que deprime a economia mundial desde meados de 2008 e afetou gravemente a competitividade da indústria brasileira. Porém, o avanço dos importados e a tendência de desindustrialização parecem imunes à atuação do governo.
Leia a matéria, divulgada pelo IHU Notícias, 25-03-2012

Comentários/opinião
Normalmente, as avaliações de mudanças aparentes na situação das classes sociais baixas e médias no Brasil são medidas pelo consumismo. Porém, essas eventuais mudanças não significam, necessariamente, aumento de qualidade de vida. Às vezes é o contrário, mas isso exige uma longa e profunda discussão, o que não é feito. E continuamos vivendo de aparências, olhando apenas superfícies.
O que fica evidenciado, entretanto, é que o parâmetro prevalente é sempre o interesse do capital no incentivo ao consumismo, ou pior, ao hiperconsumismo, mesmo de quem não tem condições para tal.
Após a forte ascensão das classes D e E para C na última década, movimento semelhante de migração social já começa a se repetir da classe C para a B. Com renda familiar mensal entre R$ 2,2 mil e R$ 7 mil, nos próximos três anos a classe B deve ser o estrato social com maior potencial de consumo, ultrapassando a classe C. Em 2015, os 15,1 milhões domicílios de classe B terão R$ 753 bilhões para gastar, nas contas do Pyxis Ibope Inteligência.
A reportagem é de Márcia De Chiara e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 25-03-2012 e divulgada pelo IHU Notícias, da mesma data.
Essa cifra vai responder por 41,7% do consumo total das famílias e superar a fatia da classe C, estimada em 36,6% ou R$ 660 bilhões em 2015. "A previsão é que a classe B assuma a liderança como a maior classe em potencial de consumo", afirma a diretora de Atendimento e Planejamento de Geonegócios do Ibope Inteligência, Márcia Sola.

Criaturas do Sol

Comentários/opinião
É sempre muito salutar e elucidativo ler as matérias científicas do nosso professor, que ensina já há vários anos nos EUA.
"O Sol irradia por segundo cerca de 400 trilhões de trilhões de watts, isto é, 1 seguido de 26 zeros, equivalente a 100 bilhões de bombas nucleares de um megaton cada. Essa potência toda vem de reações de fusão nuclear que ocorrem no centro do Sol, onde o hidrogênio se transforma em hélio", escreve Marcelo Gleiser, professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 25-03-2012.
Segundo ele, "a imagem da nossa estrela como uma plácida bola de fogo no céu tem pouco a ver com o seu aspecto real".
Leia o artigo, divulgado pelo IHU Notícias, da mesma data.

sábado, 24 de março de 2012

A águia e a galinha

Olá,
Hoje, troco de prosa e relembro uma fábula bastante popular, aquela da águia e da galinha.
Era uma vez – as fábulas sempre começam assim – um chacareiro que possuía um sitio onde, entre outras coisas, criava galinhas e produzia ovos para consumo próprio e para servir de produtos de trocas com a vizinhança, sem interesses comerciais. Bons tempos, aqueles...
Certa vez, andando pelas redondezas, em regiões mais elevadas, encontrou um filhote de águia, recém-nascido, que estava perdido do ninho e da mamãe águia. E iria morrer na certa, porque ainda não tinha condições de buscar sua própria sobrevivência.
Recolheu o bichinho, levou-o para casa, tratou dele com todo o carinho.   Também a esposa e os filhos se afeiçoaram ao pássaro, o qual foi logo aceito como filho adotivo pelas galhinhas com ninhadas de pintinhos. E a paz reinou no terreiro, sem quaisquer problemas.
Quando a aguiazinha ficou bem crescida, começaram alguns atritos entre as galinhas e a águia. O chacareiro, mesmo sob severas críticas da família,  achou que era hora dela ganhar o mundo dos ares e das montanhas, seu habitat natural.
Pegou a águia e jogou-a para o alto para que alçasse voo para a liberdade.
Ela, porém, ensaiou algumas batidas de asas, voou alguns metros, aterrizou e voltou para junto das galinhas, no terreiro.
O chacareiro ficou muito aborrecido e decidiu acabar com aquela história muito estranha. Pegou a águia, subiu até uns penhascos próximos e, lá de cima, jogou-a para que buscasse o seu destino, por si mesma: ou saísse voando ou se espatifasse lá em baixo.
A águia começou a bater as asas, ainda com certo descontrole, foi descendo mas logo se acertou e começou a subir, ganhar os ares e encontrar outros pássaros nas alturas, inclusive outras águias.
E foi-se em busca de novos ares e mundos.
Moral da história: Galinha sabe que é galinha e voa como galinha; águia, que pensa como galinha e voa como galinha, é galinha; águia, que pensa como águia e voa como águia, É ÁGUIA!
Podemos correlacionar essa historinha com a história de muitas pessoas, organizações, instituições, sociedades, países e nações que não têm percepção de suas potencialidades e competências  -- e mesmo quando as têm --, não sabem ou não querem usá-las na busca do seu destino e de seu futuro.

Michael Löwy critica Rio+20 e a propaganda da ‘economia verde’

Comentários/opinião
Sempre critico do sistema capitalista e seus engodos, Michel Löwy expressa análises e posições contundentes quanto à decantada Rio+20, em entrevista à revista Caros Amigos, edição 180.
Pesquisador diz não esperar nada da cúpula e critica a ‘economia verde’
Por Bárbara Mengardo.
Caros Amigos – O que você espera da Rio+20, tanto do ponto de vista das discussões quanto da eficácia de possíveis decisões tomadas?
Michael Löwy – Nada! Ou, para ser caridoso, muito pouco, pouquíssimo… As discussões já estão formatadas pelo tal “Draft Zero”, que como bem diz (involuntariamente) seu nome, é uma nulidade, um zero à esquerda. E a eficácia, nenhuma, já que não haverá nada de concreto como obrigação internacional. Como nas conferências internacionais sobre o câmbio climático em Copenhagen, Cancun e Durban, o mais provável é que a montanha vai parir um rato: vagas promessas, discursos, e, sobretudo, bons negócios ‘verdes”. Como dizia Ban-Ki-Moon, o secretário das Nações Unidas – que não tem nada de revolucionário – em setembro 2009, “estamos com o pé colado no acelerador e nos precipitamos ao abismo”. Discussões e iniciativas interessantes existirão sobretudo nos fóruns Alternativos, na Contra-Conferência organizada pelo Fórum Social Mundial e pelos movimentos sociais e ecológicos.

sexta-feira, 23 de março de 2012

O contraponto tucano à petrobras

Comentários/opinião
Parece "chover no molhado", mas não é porque "tanto vai o pote à fonte que um dia quebra". Porém nem sempre "uma mentira repetida muitas vezes vira verdade", ou seja, "toda mentira tem pernas curtas".
O abuso de tantos ditos populares se aplica "como uma luva" ao caso da matéria destacada abaixo, na Carta Maior, 21-03-2012, referenciada ao texto de Saul Leblon, anexado abaixo.
O chover no molhado se refere à questão da real doação da Vale pelo governo FHC, tantas vezes denunciada como o maior exemplo de ação contra a pátria, nos últimos tempos.
Os três outros ditos se aplicam às ações e aos discursos da tucanagem, de hoje e de há muito tempo.
Numa entrevista famosa ao portal da revista Veja,em 2009, FHC justificou a venda da Vale do Rio Doce, entre outras razões, ao fato de a 2ª maior empresa de minério do mundo ter se reduzido --na sua douta avaliação--  a um cabide empregos, 'que não pagava imposto, nem investia'. Notícias frescas da Receita Federal abrem um contraponto constrangedor à discutível premissa fiscal tucana. A Vale foi acionada e dificilmente escapará, exceto pela boa vontade de togados amigos, de pagar R$ 30,5 bilhões sonegados ao fisco durante a década em que esteve sob o comando de Roger Agnelli, o centurião de tucanos e acionistas. O calote, grosso modo, é dez vezes maior que o valor obtido pela venda da empresa, em 1997; equivale a quase um ano de seu faturamento, com exportações da ordem de 300 milhões de toneladas de minério. Ademais do crime fiscal, o golpe injeta coerência extra a personagens desse episódio-síntese de uma concepção de país e de desenvolvimento desautorizada, de vez, pela crise mundial.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Existe um abuso do conceito de 'sustentabilidade'

Comentários/opinião
Como é bom ouvir os mestres criadores de princípios importantes para mundo e constatar como os princípios se desvirtuam com os processos, usos e abusos  que deles se faz. E sempre em decorrência de ações no sentido de atender a interesses econômicos, políticos e de poder nada recomendáveis. Enfim, dos aproveitadores de sempre. Para dizer o mínimo.
Por outro lado, a satisfação de constatar a autoridade com que esses mestres podem falar e todos os patifes aproveitadores e os pseudos donos do mundo têm que baixar a crista e ficarem calados, sem poderem dizer um "a".
Leiam a imperdível entrevista abaixo, divulgada no IHU Notícias, 22-03-2012.

O conceito de desenvolvimento sustentável e sua irmã, a sustentabilidade, têm sofrido abusos. Quem diz é a mãe das crianças, a norueguesa Gro Harlem Brundtland. Ex-premiê da Noruega, Brundtland, 73, chefiou a comissão que em 1987 produziu o relatório "Nosso Futuro Comum", onde o conceito foi cunhado. O relatório serviu de base para a Eco-92.
A entrevista é de Cláudio Angelo e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 22-03-2012.
Ela diz que o desenvolvimento sustentável ainda não foi implementado. E que, mesmo com o sequestro da noção de sustentabilidade por empresas que não têm práticas sustentáveis, o termo não deve ser abandonado. Brundtland abre hoje em Manaus o Fórum Mundial de Sustentabilidade.
Eis a entrevista.
A senhora cansou do termo "sustentabilidade"?
A expressão é "desenvolvimento sustentável". Nos últimos dez anos, as pessoas começaram a usar "sustentabilidade" como forma alternativa. Sempre tive cuidado em não usar a palavra "sustentabilidade" sozinha enquanto conceito. Precisamos de sustentabilidade em diversas áreas, mas também precisamos de desenvolvimento sustentável. E não estou de saco cheio disso, porque não aconteceu ainda.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Argentina YPF pode ser reestatizada?

Comentários/opinião
Por que a Argentina, de Nestor e Cristina tem estado à frente do Brasil, de Lula e Dilma em muitos aspectos? E eu não arriscaria dizer todos, mas poderia citar vários.
As três principais razões são simples. 1 – Ménen era um neoliberal imbecil e FHC um neoliberal esperto. 2 – A Argentina desceu ao fundo do poço e o Brasil, imenso e cheio de riquezas mil, entregou muita coisa mas ainda continuou com muito sem entregar, a não ser aos especuladores nacionais e internacionais, como até hoje. 3 – O povo argentino sabe sair para a luta quando a coisa aperta e nosso povo é muito acomodado e se acostumou a viver até com qualquer coisinha pouca. Simples, assim.
Clique abaixo para ler a matéria completa, reproduzida no IHU Notícias, 21-03-2012.
O mercado tem poucas esperanças de um final feliz para a ofensiva de Cristina Kirchner contra a YPF desde meados de janeiro. A expectativa é que o governo termine decretando a reestatização da companhia, como já fez com outras empresas:Águas Argentinas, Correio, Aerolíneas Argentinas, Fundos de Aposentadorias e Pensões, Papel Prensa e várias outras de menor porte.
A reportagem é de Marina Guimarães e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 21-03-2012.
Em todos os processos de reestatização, houve um período prévio de tensão e ofensivas - exceto no caso dos fundos de pensão, que pegou os mercados de surpresa. A Casa Rosada começou o ataque às petrolíferas por causa das elevadas importações de combustíveis no ano passado, de quase US$ 10 bilhões. No cenário de crise internacional com repercussões nos países emergentes e falta de divisas no país, a presidente quer reverter essa balança energética para manter o superávit entre US$ 10 bilhões a US$ 12 bilhões e garantir os dólares necessários para a economia.
A primeira medida contra a petrolífera foi a denúncia ao organismo antitruste, em janeiro, por "abuso de posição dominante" por causa do preço do diesel. Na causa, embora o alvo principal da estratégia do governo seja a YPF, outras quatro companhias foram denunciadas, entre elas a Petrobrás Argentina.

terça-feira, 20 de março de 2012

"O Brasil ainda é um país subdesenvolvido”. Entrevista com Marcio Pochmann

Comentários/opinião
A entrevista de Marcio Pochmann, divulgada pelo IHU Notícias de 20-03-2012, não é apenas mais uma entrevista do presidente do Ipea, dentre as tantas atuações em palestras, entrevistas, artigos, livros e outras matérias divulgadas. Trata-se de uma aula magistral do professor Pochmann sobre economia, política econômica, trabalho, emprego, etc, etc e etc. Só não entendo – embora tenha cá minhas interpretações...– o porque dele ainda não ter sido sacado do Ipea, dado que desde há muito é uma voz quase isolada dentro do governo, em discordância com os rumos da política econômica e principalmente financeira vigentes.
Clique abaixo para ler a matéria integralmaente.
O Brasil ainda é um país subdesenvolvido, infelizmente. E esse subdesenvolvimento não expressa apenas a desigualdade de renda, mas também a forma como a classe trabalhadora é inserida no mercado de trabalho". O comentário é de Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em entrevista à revista Visão Classista, 09-03-2012.
Eis a entrevista.
O Brasil tem assistido a um crescimento considerável de empregos nos setores de serviços e comércio, ao passo em que o setor industrial não tem acompanhado essa tendência. Quais deverão ser as consequências desse modelo em médio prazo?
Em primeiro lugar, isso não é uma novidade no capitalismo. O avanço do setor terciário é praticamente uma trajetória de expansão daquilo que muitos chamam de uma sociedade pós-industrial. Ocorre que o perfil desse setor terciário depende muito da estrutura produtiva industrial agrária. Você pode ter uma expansão de serviços quando uma economia é débil do ponto de vista de uma indústria e agricultura fracas, mas isso tende a permitir uma expansão dos serviços vinculados à distribuição, serviços vinculados a famílias e trabalhos domésticos e a serviços cuja remuneração não está relacionada a um nível maior de escolarização ou conhecimento.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Crise global: no olho do furacão

Comentários/opinião
No artigo abaixo – muito bom – a crise da Grécia é batizada como o olho do furacão, mas eu acho que está mais para buraco negro, aquele da implosão de uma estrela ou até de uma galáxia e, talvez um dia, do próprio Universo. Porém, há outra metáfora que me parece mais apropriada.
Imaginem uma fileira de peças de dominó, em pé, arranjadas de modo que, no inicio, as peças estão colocadas muito próximas e vão se afastando progressivamente. Imaginem também que elas estão oscilantes em proporção inversa, as primeiras mais e as últimas aparentemente firmes.
Se as peças se firmarem, nada acontece. Se a primeira cair, leva as demais até o ponto em que a separação seja maior do que o comprimento daquela imediatamente anterior, que já caiu.
Parece coisa infantil, não é? Pois é esse nível de infantilidade que domina e conduz o mundo do capital nestes tempos ditos “modernos”.
Clique abaixo para ler a matéria divulgada pelo IHU Notícias, 19-03-2012
"A lei da mercadoria, tão certeiramente definida por Marx, levou a lógica do capital até os rincões mais afastados do planeta. Para esta longa viagem, na sua equipagem o capital levou também as suas contradições e a propensão à crise. É o pulso das economias capitalistas", escreve Alejandro Nadal, economista mexicano, em artigo publicado pelo jornal La Jornada, 14-03-2012, e reproduzido por resistir.info.
Eis o artigo.
Dizem que o tempo é um invento para evitar que tudo aconteça no mesmo instante. A frase original é do escritor Ray Cummings e aparece no seu romance de ficção científica A garota do átomo dourado (publicado em 1929). Parece assim que hoje o tempo colapsa sobre si próprio e, efetivamente, todas as economias do planeta acusam simultaneamente os sintomas e as feridas da crise.
Isto pode parecer uma opinião demasiado pessimista. Afinal de contas a imprensa de negócios esforça-se por fazer-nos acreditar que a crise global entrou numa fase de acalmia e até de recuperação. A violência da crise na Grécia passou momentaneamente para um segundo plano com reestruturação da sua dívida, há uma semana. O euro parece que melhorou a sua posição e surgem outras "boas notícias". Nos Estados Unidos, pelo terceiro mês consecutivo, anuncia-se que foram gerados empregos e fala-se de uma "tímida recuperação".

domingo, 18 de março de 2012

A cabeça da Medusa. Artigo de Hilário Franco Júnior

Comentários/opinião
O articulista faz uma “correlação mitológica” que contem um certo sentido, destaca comparações com motivações subliminares e “submersas” de outras copas, o que também é válido, mas comete equívocos quando desliza para o campo ideológico e infere que o melhor e maior exemplo de corrupção no Brasil foi o mensalão, o qual teria sido inventado no governo Lula. E isso é depreciar, no mínimo, o conhecimento que as pessoas têm da nossa história política.
Por outro lado, não entra nas feridas vivas dos favorecimentos políticos, econômicos e financeiros que estão correndo por ai a fora nos “investimentos” para a Copa e a Olimpíada, cujos desvios somarão o equivalente a muitíssimos processos de mensalões. E são obras que de muito pouco servirão para o beneficio da sociedade após os eventos.
Esse esquecimento teria sido por ingenuidade, desconhecimento ou proposital do professor?
Clique abaixo e leia a matéria divulgada no IHU Notícias, 18-03-2012.
O aperfeiçoamento do "sistema Fifa" levou à descoberta de outro filão: promover as Copas do Mundo em países cujo controle das contas públicas não é, digamos, rígido. África do Sul (2010), Brasil (2014), Rússia (2018), Catar (2022) são oportunidades de ouro para grandes negócios. Desde que, evidentemente, os sócios locais aceitem "jogar o jogo", escreve Hilário Franco Júnior, professor do Depto. de História da USP, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, 18-03-2012.
Segundo ele, "o vazio político agora criado na CBF pode se prestar para acertos de conta entre desafetos variados na corrida pelo poder. Mas também é possível que trabalhe para uma reforma em profundidade da instituição, o que pela força modelar do futebol no Brasil serviria para uma reflexão global de nossa sociedade".

sábado, 17 de março de 2012

O país encosta nos limites do seu modelo

Comentários/opinião
A responsabilidade por qualquer erro político é menos de quem faz e mais de quem manda.
Na política econômica do governo Lula não havia essa dualidade porque as duas funções pertenciam a Henrique Meirelles! Agora, as responsabilidades estão naturalmente divididas entre Dilma e Mantega.
Vejam o editorial da Carta Maior, de 17-03-2012, a seguir, e a matéria anexada de Saul Leblon. 
A obsessão mórbida pela liquidez, alimentada durante décadas pela ração de uma Selic estratosférica, tornou-se viral no sistema econômico brasileiro. Volumes  desestabilizadores de riqueza foram calcificados nos dentes do metabolismo rentista ao longo de anos. O jornal Valor de 4ª feira (14-03) mediu um ínfimo pedaço desse gigantesco tártaro improdutivo:  290 empresas de capital aberto tem em caixa R$ 280 bilhões ( ou seja, o equivalente a 1/3 dos investimentos totais do PAC, de R$ 955 bi, previstos para todo o governo Dilma, de 2011-2014). No mesmo dia noticiava-se que o governo desistira de nacionalizar a experiência exitosa das UPPs implantadas nos morros cariocas por falta de verbas: R$ 1,6 bi previstos para a instalação de mais de 2.800 UPPs serão transferidos para cobrir buracos orçamentários na vigilância de fronteiras e ações anti-crack.
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