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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Militares criticam opiniões de ministras e omissão de Dilma

Comentários/opinião
Quem não deve, não teme. As forças militares brasileiras - tal como em quase todo o mundo - produziram vários fatos históricos difíceis de aceitar, impossíveis de aplaudir. Qual o problema de serem revisitados, conhecidos, revisados e, se necessário, punidos? A História é algo sempre em marcha inexorável, inclusive quando o conhecimento e o saber crescentes têm demolido dogmas de fé e mitos de deuses ou semi-deuses do Olimpo. Será que ainda existem espécies pretensamente acima do Bem e do Mal? Ou estão a serviço de “forças ocultas”? Ou, sem rodeios, em bom português, direto e reto: está em marcha algum novo golpe?
Em sinalização de como os militares da reserva estão digerindo a instalação da Comissão da Verdade, presidentes dos três clubes militares publicaram um manifesto censurando a presidente Dilma Rousseff e atacando as ministras dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e da Secretaria das Mulheres, Eleonora Menicucci, por supostas críticas dirigidas à caserna.
A reportagem é de Tânia Monteiro e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 21-02-2012.
Divulgada no IHU Notícias, 21-02-2012.
A carta, embora assinada por oficiais da reserva, traduz a insatisfação de militares da ativa, que são proibidos de se manifestarem. Eles se queixam de Maria do Rosário por supostamente estar questionando a Lei da Anistia e da titular da pasta das mulheres por "críticas exacerbadas aos governos militares".

Bruxelas: "Grécia é um protetorado da banca"

Sem comentários... E precisa?... 
Apenas alguns grifos e um alerta: atenção para a possível primeira peça do dominó do capitalismo!
Carta Maior, 21/02/2012
O 'acordo' de ajuste assinado entre Atenas e a troika do euro na madrugada desta 3ª feira, em Bruxelas, passará à história como o mais draconiano e humilhante exemplo da rendição de um país aos mercados em tempos modernos. O que se deliberou é pior até que os termos devastadores do Tratado de Versalhes, de 1919, que colocou a derrotada Alemanha da Primeira Guerra de joelhos, impondo-lhe reparações equivalentes a 3% de um PIB em frangalhos, ademais de autorizar os saques de fábricas e da então poderosa marinha mercante germânica. 
A pilhagem associada à crise mundial de 29 esfarelou a moeda alemã e exauriu a poupança das famílias. O desespero e a hiperinflação pavimentaram a chegada de Hitler ao poder, em 1933: a ascensão nazista jogou o mundo na Segunda Guerra Mundial. 
Negociador pelo lado britânico em Versalhes, Keynes renunciou à missão em protesto contra o massacre. Em 1920 escreveria 'As Consequências Econômicas da Paz', antecipando o desastre em marcha. O que se decidiu em Bruxelas neste 21 de fevereiro de 2012 conecta as gerações gregas do presente e do futuro a um implacável sistema de transfusão que as condena a servir aos credores até a morte. Todo o dinheiro do 'socorro' acertado (130 bi de euros) - liberado em troca de demissões em massa, corte de salários e aposentadorias, vendas de patrimônio público, supressão de serviços essenciais e até de medicamentos à rede pública de saúde - não poderá ser tocado pelo Estado grego.
Depositado em conta bloqueada e supervisionada por um diretório do euro, o recurso será destinado prioritariamente ao pagamento de juros aos credores. Troca-se assim um desconto de 53% sobre papéis que enfrentam desvalorização de mercado superior a isso, por juros sagrados. Ao aceitar a lógica da coação, Atenas renunciou ainda à soberania orçamentária. A partir de agora, as contas do país passam à condição de protetorado de uma junta da troika sediada fisicamente no coração do Estado grego, com poder de veto sobre decisões de governo. 
Dentro de dois meses a Grécia vai às urnas eleger um novo parlamento; a esquerda tem 40% das intenções de voto e mais de um centurião do governo alemão já sugeriu adiar o pleito, para o bem do ajuste. O que se acertou em Bruxelas nesta madrugada foi ainda pior: a troika arrancou de Atenas a promessa de que o acordo está acima do que decidirem as urnas em abril. Em outras palavras, a elite política grega comprometeu-se também a ceder a soberania democrática aos mercados, tornando inalteráveis os termos do arrocho. Ao reduzir uma nação a uma entidade excretora de juros, expropriada de soberania orçamentária e política, Bruxelas, involuntariamente, emitiu a mais pedagógica e contundente convocação à resistência contra a agenda ortodoxa dominante na UE.
De agora em diante fica claro que a escolha é resistir nas ruas ou render-se à servidão financeira.
Postado por Saul Leblon às 08:52