Comentários/opinião
Reafirmo tudo o que já manifestei em matérias anteriores. E parece que não estou sozinho! Entre outras coisas, está comigo o artigo quinto da Constituição Federal vigente. Ou seja, princípios que certamente vigoraram em versões anteriores, até nas constituições ditatoriais outorgadas, que não tiveram a coragem de negá-los. Hoje chegam à condição de letra morta.
É que agora as condições são outras: predominam os interesses políticos, financeiros, econômicos e comerciais (até a religião já virou comércio, descaradamente), as midias etc. Tudo isso constituído em fontes de exploração da crendice e da ignorância humanas, inclusive quanto a políticas e políticos. Com "p" minúsculo!
Acho que nem Deus é capaz de nos socorrer...
Relações entre política e igreja voltam à tona com eleições municipais.
Entre o direito ao credo e a violação do conceito de um Estado laico, caso do brasileiro, uma linha tênue que muitas vezes é rompida em prol de interesses pessoais.
A reportagem é de Eduardo Maretti e publicada pela Rede Brasil Atual, 06-09-2012.
Na campanha eleitoral de 2012 em São Paulo, o candidato líder nas pesquisas de intenção de voto até o momento, Celso Russomanno (PRB), é conhecido por sua estreita ligação com o todo poderoso bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus.
Em busca de votos, José Serra e Valdemiro Santiago, fundador e líder da Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD), celebraram um acordo, executado pelo prefeito Gilberto Kassab, suspendendo um projeto urbano (o prolongamento de uma rua em Santo Amaro, zona sul de São Paulo) para não atrapalhar a construção de um templo. Para tanto, o prefeito enviou um projeto de lei que a Câmara Municipal aprovou em primeira votação. O segundo turno, marcado para quarta passada, foi adiado pelo Legislativo municipal após forte pressão em torno do tema.