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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Equador. US$ 116 milhões para não explorar o petróleo

O debate sobre o Parque Yasuni não é novo (ver outras matérias referenciadas no texto), mas o tema, como um todo, é muito atual, amplo e profundo. Ou seja, a busca de alternativas para impedir problemas ecológicos sem impedir que o povo – normalmente pobre – da região (ou do país) possa ser beneficiado de alguma forma mais racional. E que os ricos paguem o preço, é claro!
Uma aliança entre autoridades locais europeias, governos, estrelas de Holywood, lojas japonesas, companhias de refrigerantes e fundações russas fincou o pé para impedir companhias petrolíferas de extraírem 900 milhões de barris de óleo cru de um dos lugares mais ricos em flora e fauna do planeta.
Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), a iniciativa levantou, de imediato, US$ 116 milhões. É o suficiente para interromper a exploração de 1.870 quilômetros quadrados de Floresta Amazônica no Parque Nacional Yasuni, no Equador.
A notícia é do jornal Zero Hora, 16-01-2012. Reproduzida pelo IHU Notícias, da mesma data.

Ao retomar concessões, Dilma atende a grandes emissoras de tevê

Que coisa ruim: enquanto dona Cristina endurece o jogo com os poderosos da comunicação de massa na Argentina, dona Dilma – via Paulo Bernardo – dá mais força ainda aos donos da comunicação no Brasil. Será que a diferença reside nos respectivos patronos políticos (Kirchner x Lula)?!
O decreto estabelecendo regras para novas concessões de rádio e televisão que está previsto para a presidenta Dilma Rousseff assinar ainda esta semana atende a pedido das grandes emissoras de televisão.
A informação é dos jornalistas Jorge Felix e Tales Faria e publicada no sítio Poder Online, 16-01-2012. Reproduzida no IHU Notícias, 16-01-2012.
Independentemente de serem mais rígidas ou não, mais transparentes ou não, o importante para quem vinha reivindicando a volta das concessões é que elas saiam rápido. E o governo sabe disso.
Foi comunicado com todas as letras. Logo, as tais “regras duras” passam a ser mera justificativa para Dilma resolver um problema político com grandes consequências eleitorais.
A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ouviu das grandes emissoras, cara a cara, reclamações sobre a demora – ou paralização total – das concessões que mofafam na mesa de seu marido, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
Sentiu que a situação estava no limite. Comunicou a Dilma e esta chamou Bernardo para um almoço.
O atraso das concessões, sobretudo para cidades de até 30 mil habitantes, passaram a cruzar os interesses do governo no Congresso e as eleições municipais nas capitais país afora.
A intenção de Dilma é reduzir a insatisfação das grandes emissoras com o fato de Bernardo desprezar o setor de radiodifusão no dia a dia da pasta.

20 horas de trabalho por semana. É possível?

Sim, "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". A luta pela redução da jornada de trabalho tem que continuar, sempre firme.
"Os ganhos de produtividade alcançados com o uso de novas tecnologias favoreceram unicamente os proprietários; os trabalhadores, ou foram demitidos, ou tiveram o trabalho desvalorizado. Já é tempo, e é mais do que justo e necessário, que estes ganhos revertam em maior qualidade de vida para toda a humanidade". O comentário é do sociólogo Ivo Poletto em artigo publicado no seu blog, 14-01-2012. Reproduzido no IHU Notícias, 16-01-2012.
Eis o artigo.
Lendo reflexões sobre a crise que não tem fim na Europa, uma me chamou a atenção: a que propunha a redução do tempo de trabalho para 20 horas por semana. Seria uma estratégia eficaz tanto para criar oportunidades de trabalho, especialmente para os jovens, como para redistribuir a renda, cada dia mais concentrada.
Como você, também perguntei-me se isso seria possível. Porque, evidentemente, o pressuposto é manter e até mesmo aumentar os salários recebidos por 34, 36 ou 40 horas semanais. Num primeiro momento, parece algo impossível, e a razão está no fato de termos engolido o essencial da sociedade denominada de livre mercado: o caráter sagrado da propriedade privada de qualquer bem, de qualquer tipo, mesmo quando ela delega poder de vida ou morte para a humanidade a poucas centenas de proprietários.

A extrema direita ocupa o vácuo

Carta Maior -16-01-2012
“O mundialismo não é apenas um sistema econômico selvagem (...) é também uma ideologia que vai além da simples globalização e que visa uniformizar as culturas, encorajar o nomadismos na circulação permanente de pessoas entre um continente e outro, tornando-as intercambiáveis, até transformá-las em anônimas. Nesse sistema o indivíduo não conta mais; reduz-se a nada mais que uma unidade de produção ou de consumo num mundo sem fronteiras onde os territórios se equivalem". (Marine Le Pen, virtual candidata da extrema direita francesa nas eleições presidenciais de abril deste ano, em pronunciamento dia 15-01.
Seu partido, a Frente Nacional, xenófoba, anti-comunista e racista, já teria o apoio de 30% do eleitorado, segundo algumas pesquisas.
A bandeira de Le Pen contra a desintegração de uma Europa corroída pela crise capitalista e a desastrosa hegemonia rentista-ortodoxa, é resgatar a única comunidade que conta ao extremismo conservador, a comunidade nacional.
Como na França, a extrema-direita avança a passos largos também na Hungria, onde magnetiza a classe média e os pobres com a proposta de abandonar o euro para salvar o país do ajuste ortodoxo que o esmaga.
Na Espanha, a direita e a extrema direita estão de volta ao governo após o fiasco de uma social-democracia indistinguível do conservadorismo ortodoxo. O mesmo ocorre em Portugal, sempre com o beneplácito da esquerda dividida e colonizada pelo credo dos mercados auto-reguláveis.
Tudo isso já aconteceu antes na História de modo muito semelhante. E não deu em boa coisa. A lição serve também a governos progressistas de nações em desenvolvimento: a crise requer lideranças assertivas, dotadas de projetos claros e de respostas encorajadoras, que alimentem a confiança e a esperança da sociedade no futuro da democracia, da igualdade e do crescimento. Ou ela buscará abrigo em outros valores.
Mais que nunca, vale o ditado: em política não existe vácuo, nem cadeira cativa.