Comentários/opinião
Veja-se como os valores mudam, em especial, no
que se refere à qualidade e às condições de vida. Coisas que eram fundamentais
deixaram de ser e passaram sua prevalência para coisas que eram de menor importância
ou até dispensáveis.
As perguntas que devem ser feitas são, por
exemplo: isso veio para ficar ou se trata de mais uma onda que dá e passa? Temos
que, realmente, nos habituarmos a esses valores da “modernidade” ou podemos
aguardar que as atuais irracionalidades sejam entendidas como tal e ocorram
novos processos de “racionalização humana”?
Casas com TV, DVD,
computador, carro e moto, mas sem esgoto e coleta de lixo.
Dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios), do IBGE, mostram que, enquanto no país avança a presença nas
residências de bens duráveis, como eletrônicos, boa parte dos Estados fica
paralisada - ou até regride - em serviços como água, esgoto e coleta de lixo.
De 2011 para 2012, 14 Estados tiveram redução no
percentual de moradias com esses serviços (em 11 a rede de esgoto não teve
nenhum avanço); apenas dois recuaram em bens duráveis. Na média nacional, houve
crescimento ou estabilidade, dependendo do item.
Na prática, essa queda mostra que o aumento do
número de moradias não é acompanhado no mesmo ritmo pelas políticas públicas.
Um dos maiores entraves ainda é a rede de esgoto.
Ao todo, 11 Estados recuaram no acesso a este serviço. No Piauí, o percentual
de casas com acesso à rede foi de 4% para 2,8% --queda de 29%.
Oito Estados também recuaram no atendimento de rede
de água, enquanto 12 pouco avançaram em coleta de lixo.