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domingo, 15 de janeiro de 2012

Mujica, longe da elite e sem encantar o povo uruguaio

Interessante a inconsistência da matéria abaixo em relação ao seu título. Dá a impressão que a repórter escreveu a matéria e alguém colocou o título. Ou, o que dá no mesmo, alguém lhe deu o título e a tarefa e ela escreveu apenas o que realmente viu.
Ou a intenção é passar a idéia de que o "povo uruguaio" é somente a elite uruguaia.
Ou, o que é pior, que as pessoas irão fazer seu julgamento lendo apenas o título.
Ou, pior ainda, que não saibam interpretar o que lêem. Inclusive as entrelinhas e as possíveis subintenções.
Na madrugada de 6 de setembro de 1971, um grupo de 111 integrantes do Movimento Tupamaro conseguiu escapar da prisão de Punta Carretas, em Montevidéu, através de um túnel de cerca de 45 metros construído durante vários meses pelos guerrilheiros, entre eles, o atual presidente do Uruguai, José "Pepe" Mujica, e seu ministro da Defesa, Eleuterio Fernández Huidobro, que mais tarde relatou o feito no bestseller "A fuga de Punta Carretas". A operação, conhecida no país como "O abuso", ganhou menção até mesmo no Livro Guinness como recorde de uma fuga de presos no século XX.
A reportagem é de Janaína Figueiredo e publicada pelo jornal O Globo, 15-01-2012.
Divulgado no IHU Notícias da mesma data

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Conflito ricos x pobres percebido como maior fonte de tensão nos EUA

Publicação: La Jornada – México – Seção Indignados – 13-01-2012
Tradução: Luiz Carlos Correa Soares – 15-01-2012
“A neutralidade é impossível em um mundo que está dividido entre indignos e indignados”, disse o escritor Eduardo Galeano, em visita à Havana. "Ninguém pode ser neutro, porque esta crise que vive todo o planeta condena muita gente a aceitar o inaceitável: a falta de trabalho, de alimentos e de perspectivas de vida. Porém, a indignação tem uma tal capacidade de contágio que nada pode pará-la", afirmou.
Cada vez mais estadunidenses percebem que a principal fonte de tensão na sociedade desse país é o conflito entre ricos e pobres, revelou uma pesquisa recente do Centro de Pesquisas Pew. Dois terços dos entrevistados disseram que há conflitos "fortes" ou "muito fortes" entre os ricos e os pobres, 19% a mais do que em 2009. Como fonte de tensão social, o conflito de classes superou o conflito entre imigrantes e nativos, bem como entre "negros" e "brancos". A Pew acredita que o movimento Ocupa pode ter influído nessa mudança de percepção.
A American Dialect Society, uma associação de lingüistas, escolheu ocupar como a palavra do ano de 2011.
Os integrantes do movimento Ocupa Washington enfrentam um possível despejo de seu acampamento.
O movimento Ocupa Wall Street está chamando uma vigília global em 15 de janeiro para celebrar a data de nascimento de Martin Luther King. Nesse dia, em Guadalajara, no México, a Assembléia Popular Jalisco realiza uma marcha e um acampamento.
Em Israel, o movimento dos indignados conseguiu que fosse aprovada a educação infantil gratuita.
O quinto programa do Amanhece Que Não É Pouco, do movimento 15-M, foi postado na Internet, tendo sido elaborado pela AudioviSol (comissão de audiovisual da Acampadasol) e pela TeleK. Nesta matéria é abordada a questão da crise financeira e mostradas imagens de eventos recentes e o que ocorreu no Egito.
A banda metaleira Ministry produziu um significativo material chamado 99%, dedicado ao movimento Ocupa. A canção faz parte do novo disco Relapse, que deve sair em março.
O renomado chef estadunidense Mark Bittman escreveu um artigo intitulado Para além das eleições, o poder do povo. Bittman, autor de alguns livros de receitas mais populares nos Estados Unidos e que tem escrito sobre a conexão entre alimentação, saúde e meio ambiente, afirma que há uma guerra de classes no país e que "o lado equivocado vai ganhando”. E denúncia: "há uma oligarquia neste país que usa a força financeira para obter poder político, que luta e intimida por seu ‘direito’ de fazer dinheiro, sem se importar com as consequências para o planeta ou o que estiver sobre ele."
"Só se houver ações coletivas realizadas por um grande número de cidadãos, os políticos - aqueles com princípios - terão o apoio de que necessitam para resistir ao poder dos lobistas empresariais", diz.
"Somente através da união das pessoas que estão dispostas a lutar por uma causa é que podemos mudar as coisas. Devo mencionar o Egito, a Tunísia e as revoluções norte-americana e francesa?", conclui.

Antes do Big Bang


Mundo, mundo, velho mundo incompreendido. E incompreensível?
Universo, velho e grande universo, grande e velho universo inexplicado. E inexplicável?
E nós, ínfimos seres, ínfimos seres presunçosos. E imbecis?
Eu admiro e gosto do Marcelo porque ele consegue dizer coisas de ciência pura e normalmente incompreensíveis para o grande público, de formas razoavelmente palatáveis para nós outros, vis mortais.
Antes do Big Bang
"O que ocorreu no começo? Há duas escolas: uma afirma que o Universo, como uma bolha em uma sopa fervendo, surgiu de uma flutuação submicroscópica, e que só então, quando a energia dessa bolha espacial transformou-se em matéria, o tempo começou. Não existia um "antes" pois não existia mudança alguma para ser quantificada. Outra diz que o Universo é parte de um multiverso eterno, entidade em que todos os universos possíveis coexistem. O fascinante é que essa hipótese pode até ser verdadeira. Mas não sabemos como testá-la", escreve Marcelo Gleiser, professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 15-01-2012.
Divulgado no IHU – 15-01-2012
Eis o artigo.
Como escreveu Milan Kundera, "as únicas perguntas sérias são aquelas que até uma criança pode fazer". Dentro desse espírito, hoje olharemos para algumas dessas perguntas sobre o Universo.
O modelo do Big Bang usa observações para concluir que o Universo originou-se há 13,7 bilhões de anos e que vem se expandindo e esfriando desde então. Essa afirmação não é uma crença. Ela se baseia em evidências concretas. O princípio da ciência é "ver para crer" e não vice-versa.
Sabemos que o Universo está em expansão pois, ao medirmos a luz de galáxias distantes, vemos que ela é desviada em direção a maiores comprimentos de onda, como prevê o efeito Doppler. Imaginando a luz como uma onda (ou o fole de um acordeão), a expansão implica na maior separação entre os picos, causando mudanças na luz que é medida na Terra.
Essa expansão é uma dilatação do próprio espaço. Galáxias não são como os detritos de uma bomba que explodiu. Caso fossem, o Universo teria um centro onde tudo começou. Pelo contrário, todos os pontos no Cosmo são importantes, como na superfície de uma bola.
Imaginando as galáxias como moedas coladas à bola, quando ela infla, um observador em uma galáxia verá todas as outras afastando-se dele. Mas outros observadores em outras galáxias verão a mesma coisa: nenhum é mais central que os outros. Nosso Universo é assim, mas em três dimensões (a superfície da bola tem duas dimensões).
Mas se o Universo está se expandindo, o que há do lado de fora?
A confusão vem de vermos a expansão cósmica como uma bola imersa no espaço à sua volta. Vendo a superfície da bola como um Universo em duas dimensões, tudo o que existe é a superfície e nada mais: a bola infla e crescem as distâncias entre as moedas (as galáxias). Nada existe, ou precisa existir, do "lado de fora". O espaço nasce e cresce com a expansão.
A coisa é mais sutil pois, devido à velocidade da luz, só podemos ver até uma certa distância. Nosso "horizonte" chega a uns 42 bilhões de anos-luz, distância percorrida pela luz em 13,7 bilhões de anos. (Seriam 13,7 bilhões de anos-luz se o Universo não estivesse em expansão, mas a luz pega carona com a dilatação do espaço e viaja três vezes mais longe.) Portanto, pode haver bastante espaço "lá fora", além do horizonte, também em expansão.
Porém, ao voltarmos no tempo, a "bola" fica menor e as galáxias se apertam. O calor aumenta e a matéria se dissocia em seus constituintes básicos: de moléculas a átomos e, depois, outras partículas. Rapidamente, chegamos a uma época em que as energias estão além do que podemos testar em laboratório.
O que ocorreu no começo? Há duas escolas: uma afirma que o Universo, como uma bolha em uma sopa fervendo, surgiu de uma flutuação submicroscópica, e que só então, quando a energia dessa bolha espacial transformou-se em matéria, o tempo começou. Não existia um "antes" pois não existia mudança alguma para ser quantificada.
Outra diz que o Universo é parte de um multiverso eterno, entidade em que todos os universos possíveis coexistem. O fascinante é que essa hipótese pode até ser verdadeira. Mas não sabemos como testá-la.