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segunda-feira, 30 de abril de 2012

SEMPRE O TRABALHO X CAPITAL...

Comentários/opinião
Vejam com cuidado as matérias que estão plotadas a seguir.
O "rapaz" do The Economist, que até pode ser avançado em anos, mas é um infantil nas suas percepções e conclusões, mexeu com o que não podia e com quem não devia.
Não podia deitar falação e conclusões apenas com a visão de uma fábrica. É claro que há hoje no mundo industrial um processo de redução de mão-de-obra humana e crescimento da robotização. Mas há também outras novidades na "modernidade" atual: o trabalho à distância, praticamente virtual, e o trabalho imaterial, como é destacado por vários brilhantes analistas, alguns deles entrevistados na 3ª matéria nesta nossa coletânea.
Todavia, o rapazito citado, não desenvolvido (intelectualmente), mexe  com quem vê e também com quem não vê. Fala de Marx e Engels, mas esquece de Adam Smith, fundador do liberalismo econômico e de David Ricardo, principalmente este. Em fins do século 18, inicio do 19, já havia sido definido que o único fator que agrega valor a um bem ou serviço é o trabalho. E o fundamento disso não mudou um milímetro nem mudará, porque em tudo que é feito, sempre haverá um trabalho, mesmo que executado por um robot. Mas quem produziu o robot? Outro robot? Quem produziu o robot anterior? E o anterior? Foi o trabalho humano, de alguma pessoa humana. Viu, seu Paul – e todos os "pauls" espalhados pelo mundo? Metam seus narizes apenas no que lhes compete!
A 2ª matéria trata também de um tema muito "zen" para o meu gosto e entendimento porque não consigo entender como conseguiremos adquirir bens reais – principalmente alimentos - com moedas imaginárias. Voltaríamos ao escambo de eras imemoriais? Poderá isso ser até interessante. E o vestuário, os meios de transporte, de comunicação, etc?. O vestuário imaginário poderá também ser interessante... Porém, muitas vezes poderá se tornar algo desastroso...
A 3ª matéria, com base no tema da revista IHU On-Line, põe nossos pés num chão um pouco mais firme. Todavia, não deixa de colocar questões desafiantes, porque é muito útil e necessário mantermos nosso olhar sempre além. É assim que se move a humanidade.
Revolução industrial 3.0
Há pouco mais de um ano, visiei uma fábrica inteiramente robotizada, sem operários, na Coreia do Sul. Dedicada à produção dos mais modernos displays e monitores de televisores, essa unidade fabril não emprega nenhum trabalhador na área de manufatura: conta apenas com uma dúzia de supervisores de qualidade e software. Essa terceira revolução industrial, aliás, foi tema de magnífica reportagem de capa da revista britânica The Economist, há pouco mais de uma semana. Ao longo de 14 páginas, o jornalista Paul Markillie nos mostra com rara precisão o que são hoje as mais modernas indústrias manufatureiras.
A reportagem é de Ethevaldo Siqueira e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 29-04-2012.
Na fábrica de 2012, quase tudo é automatizado e digital, graças à convergência de poderosas tecnologias, de software inteligente, novos materiais, milhares de computadores, robôs habilidosos, impressoras 3D, processos de realidade virtual e até simuladores de voo. É claro que, vez ou outra, podemos encontrar, como espécies em extinção, máquinas e ferramentas típicas da segunda revolução industrial, como furadeiras, prensas, lixadeiras, tornos e fresas convencionais.
Para quem não tenha visitado fábricas modernas nos últimos anos, a visão de uma dessas indústrias do século XXI produz verdadeiro choque, em particular, na indústria automotiva e na aeronáutica. Reflitamos um pouco mais sobre esse cenário.

Moedas criativas para outro FMI
"Estamos propondo um Fundo de Moedas Imaginárias. Pode o dinheiro digital mudar a economia global com novas formas de financiamento?", escrevem Gilson Schwartz, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, líder dos grupos Cidade do Conhecimento e Iconomia, associados ao Núcleo de Política e Gestão Tecnológica e à Rede de Pesquisa Interdisciplinar sobre a Internet das Coisas, José Roberto Amazonas, professor da Escola Politécnica (USP), Jorge Forbes, psicanalista e psiquiatra, é presidente do Instituto da Psicanálise Lacaniana (IPLA), Zilda Iokoi, historiadora, é professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e Guilherme Ary Plonski, professor da Escola Politécnica e da Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis da USP, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 30-04-2012.
Os pesquisadores propõem a criação "de um novo FMI: Fundo de Moedas Imaginárias".
Segundo eles, "o design social de um ícone como a "moeda" parece brincadeira, mas é um "game" muito sério que pode mudar o mundo: a mesma internet que facilita a criação de moedas é também uma rede aberta que precisa ser ocupada a partir de alianças que ultrapassam as regras do jogo acadêmico".

As mutações do mundo do trabalho. Desafios e perspectivas
As mutações do mundo do trabalho no mundo contemporâneo são um tema que perpassa a trajetória da revista IHU On-Line. O material publicado constitui um instigante material de pesquisa e contribui para todos/as aqueles/as que lutam pela emancipação dos/as trabalhadores/as.
Por ocasião do 1º de maio deste ano, oferecemos a nossos/as leitores/as mais uma edição que descreve e debate as grandes e importantes características das mutações do mundo do trabalho, hoje.
Contribuem no debate, José Dari Krein, professor do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, da Unicamp, o diretor-técnico do Dieese e professor na PUC-SP, Clemente Ganz Lucio, o professor na Universidade Federal Fluminente – UFF, Fernando Augusto Mansor de Mattos, a professora e pesquisadora da Unicamp, Márcia de Paula Leite; o economista, professor da Unicamp e presidente do IPEA, Márcio Pochmann, o advogado, bancário e secretário da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Miguel Pereira; e a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ana Tércia Sanches. Também publicamos um artigo de Cesar Sanson, professor da UFRN, e depoimento de José Alencar Ponciano Pereira, mais conhecido como Dico, que é presidente de Associação de Trabalhadores Urbanos de Resíduos Orgânicos e Inorgânicos – Aturoi, de São Leopoldo, RS.