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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Prenúncio de crise no Fórum Econômico em Davos?

Pela primeira vez em muitas gerações já não se acredita que as crianças terão melhores condições de vida.
FEM: diferença entre ricos e pobres alimenta o ressentimento mundial
·      Corre-se o risco descarrilar o avanço da globalização, adverte o Fórum antes da reunião em Davos.
·      Insustentáveis dívidas públicas ameaçam a economia mundial
Notícia: Reuters - Londres,11-01-2012
Publicação: Jornal La Jornada – México – 12-01-2012.
Tradução: Luiz Carlos Correa Soares
Reprodução: IHU Notícias
O crescente mal-estar causado por altos níveis de desigualdade e evidenciado por movimentos como o ocupa Wall Street ou a primavera árabe, pode produzir o descarrilar do processo da globalização e ameaçar as economias globais, indicou o Fórum Econômico Mundial (FEM ) em seu informe Global Risks 2012.
As grandes disparidades de renda e as fracas finanças públicas foram colocadas como as principais ameaças econômicas que o planeta enfrenta, de acordo com relatório 2012 sobre os riscos globais, divulgado quarta-feira pelo Fórum.
O documento de 60 páginas foi divulgado duas semanas antes da reunião anual que se realiza no centro de esqui de Davos-Klosters, na Suíça e desenha um quadro desolador frente a um mundo cada vez mais incerto.
Nas últimas quatro décadas o encontro de Davos, que reúne políticos, empresários e economistas mais influentes do mundo [econômico], tornou-se sinônimo de globalização.
O crescente desemprego dos jovens, os problemas que enfrentam os aposentados para se aposentarem em situações de endividamento e uma profunda fenda na sua renda, semeou as sementes de uma anti-utopia, assinala o relatório, com base em uma pesquisa entre 469 especialistas e líderes industriais.
“Pela primeira vez em gerações, as pessoas já não acreditam que seus filhos terão um melhor padrão de vida. Esta nova sensação de desconforto é particularmente aguda nos países industrializados, que historicamente têm sido fonte de grande confiança e idéias ousadas”, acrescenta o documento.
“Isto precisa de atenção política imediata, caso contrário a retórica política que responde a esta agitação social gerará nacionalismos, protecionismos e um retrocesso no processo de globalização”, assegurou o diretor do Fórum, Lee Howell.
O texto salienta que o fosso crescente entre ricos e pobres está alimentando o ressentimento global.
Os níveis insustentáveis ​​da dívida pública em muitos países já tinham sido mencionados como uma importante ameaça nos dois relatórios anteriores do Fórum, sobre os riscos mundiais. A natureza crônica dos desequilíbrios fiscais faz com que este assunto siga no centro dos debates, também de acordo com o Fórum.
A sétima edição do estudo indicou que os desequilíbrios fiscais crônicos e graves disparidades de renda são os principais riscos que vão dominar os próximos 10 anos na economia global. O primeiro, de acordo com o informe, ameaça o crescimento global, porque esses riscos são condutores de nacionalismo, populismo e protecionismo, num momento em que o mundo está vulnerável a choques sistêmicos financeiros, bem como possíveis crises de alimentos e de água.
O texto descreve 50 riscos globais agrupadas em diversas categorias: econômicos, ambientais, sociais, geopolíticos e tecnológicos. Em cada uma das categorias se percebe o risco sistêmico mais importante e também se destacam os fatores X, que dizem respeito às preocupações emergentes que devem ser investigadas em profundidade. Os três casos de risco e de fatores X serão o foco de atenção em sessões especiais na próxima reunião.
O relatório destaca duas tendências: a primeira se refere a dúvidas sobre a capacidade de enfrentar os riscos derivados das tecnologias emergentes, a interdependência financeira e a mudança climática. A segunda se relaciona com o crime cibernético que engloba o crescente mercado de smartphones e o acesso à Internet. “A primavera árabe demonstrou o poder que os serviços de comunicação em rede têm para avançar na liberdade pessoal; entretanto, a mesma tecnologia atuou a serviço dos tumultos em Londres”, opinou Steve Wilson, diretor de riscos da General Insurance, em Zurique.
Desde o último encontro em Davos, a crise da eurozona se espalhou e se aprofundou, forçando mudanças de governo na Grécia e na Itália. Os Estados Unidos tão pouco têm se saído muito melhor já que em agosto passado a agência Standard & Poors retirou-lhe a qualificação de dívida AAA, devido à sua delicada situação fiscal.
Com tal panorama, neste ano o Fórum de Davos dará mais atenção do que nunca para as falhas da economia de mercado, incluindo discussões sobre o futuro do capitalismo, tema que era deixado de lado nos anos anteriores à crise financeira.

BNDES anuncia R$ 4 bilhões para canaviais

Tentando traduzir o economês da matéria – coisa difícil para nós, vis mortais - cabe destacar questões financeiras, políticas e estratégicas, que não podem ficar subalternas, periféricas ou no limbo.
1. Os números significam que 20 mi vão para taxas de intermediação, outros xx mi são negociados com o agente repassador (o que é isso?). Mais 36 mi  (ou 52 mi) vão para a remuneração do banco de fomento (BNDES?). Todo esse “ervário” não produz um só pé de cana!
2. Mais quanto acabará indo - pelos meandros e interstícios do “mercado” financeiro - para a aquisição de títulos do governo, ao dobro da taxa de empréstimo?
3. Tudo isso subtraído, quanto sobrará para ser aplicado efetivamente no objeto – tido como real e necessário - do programa?
4. Por que e para que continuar plantando mais cana e produzindo mais álcool  para exportação?
Bem, esta é fácil de responder: é para transferir renda nacional para o mercado financeiro, ganancioso e especulador. Tanto o internacional como o nacional.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criou novo programa para incentivar a produção de cana-de-açúcar por meio de financiamentos à renovação e à ampliação de canaviais no país.
A reportagem é de Rafael Rosas e publicada pelo jornal Valor, 12-01-2012. Publicado no IHU Notícias da mesma data.
BNDES Prorenova, como foi batizado, tem orçamento de R$ 4 bilhões e vigência até 31 de dezembro deste ano. Segundo o banco, espera-se que os recursos possam financiar a renovação e/ou ampliação de mais de 1 milhão de hectares de cana-de-açúcar
Com o aumento da disponibilidade de matéria-prima, a expectativa é que a produção de etanol aumente de 2 bilhões a 4 bilhões de litros entre 2013 e 2014, o que representaria um aumento de mais de 10% em relação à safra atual
As operações serão indiretas e, para as empresas médias-grandes e grandes, aquelas com receita operacional bruta igual ou superior a R$ 90 milhões, a taxa de juros é composta de taxa de juros de longo prazo (TJLP), atualmente em 6% ao ano, mais 1,3% de remuneração básica do BNDES. Há ainda a taxa de intermediação financeira de 0,5% e a remuneração do agente repassador, negociada entre este e o beneficiário
O programa terá participação máxima do BNDES de até 80% dos itens financiáveis. O prazo total está limitado a 72 meses, incluindo carência de, no máximo, 18 meses.
Para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) já existe apoio via BNDES Automático para operações abaixo de R$ 20 milhões com condições mais vantajosas. Nesse caso, a remuneração básica do banco de fomento é de 0,9%.

O primeiro ano da presidente Dilma Rousseff foi contraditório, afirmam movimentos sociais

Com um pedido, a priori, de escusas pela metáfora grosseira e tomando como referência as atividades do ferreiro – uma adaptação do famoso dito popular – faço a seguinte comparação entre os governos FHC, Lula e Dilma. Com as devidas concessões para as diferenças em tempo dos mandatos. Considerando as pancadas no sentido de ações que favorecem ou protegem, teríamos as seguintes proporções:
No cravo (sistema vigente): FHC = 3; Lula = 3; Dilma = 2
Na ferradura (sociedade): FHC =-4; Lula = -2; Dilma =-1
Publicação IHU – 11-01-2012
O primeiro ano da presidente Dilma Rousseff foi contraditório, afirmam movimentos sociais
Para CUT, UNE e MST, presidente Dilma Rousseff manteve-se distante em seu primeiro ano de mandato. Mais identificadas com estilo Lula, entidades queixam-se de perda de influência em decisões do governo, política econômica contraditória e falta de reforma agrária. Secretario Geral da Presidência evitou mal maior. Sem pressão constante, acham que situação não muda. 
A reportagem é de Najla Passos e publicada pela Agência Carta Maior, 10-01-2012.
O primeiro ano da presidenta Dilma Rousseff foi contraditório, para três dos principais movimentos sociais brasileiros. Embora problemas de relacionamento com Dilma, que tem um estilo bem diferente do "companheiro" Lula, tenham sido contornados pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, o tempo de resposta às reivindicações deixou muito a desejar. Compromissos assumidos não teriam saído do papel, enquanto o empresariado arrancava concessões. Se não houver pressão, 2012 corre os mesmos riscos.
“O debate sobre a situação macroeconômica permeou todas as discussões. E, para nosso espanto, o governo adotou uma postura mais conservadora perante a crise, pautada pelos grandes veículos de comunicação”, avalia o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu.