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terça-feira, 21 de agosto de 2012

“A desordem no mercado financeiro é contra o homem"

Comentários/opinião
Concordo com a advertência do Khair, mas discordo, em parte, da sua opinião sobre o governo brasileiro.
O governo Lula realmente acertou ao promover o incremento do consumo por ocasião do auge da crise explodida em 2008. Porém, todos os últimos governos brasileiros, inclusive o atual, nada fizeram com referência ao problema da dívida pública - e/ou assumida como tal -, bem como com a política de doação de quase a metade do orçamento público para o sistema financeiro. Processo danoso, que é uma das causas mater de todas as mazelas nacionais - inclusive e principalmente – a alegada "falta" de recursos para coisas básicas (educação, saúde, habitação, infraestrutura, etc)  
Isso constitui, simplesmente, crime de lesa-pátria. Em outros tempos em outras partes do mundo ele era punido de forma muito radical. A continuar nesse rumo, corre-se o risco de termos, também nós, brasileiros, de apelar para a irrecusável necessidade de ações revolucionárias e até – por que não? - de algumas "barbáries". Aliás, é o que merecem todos aqueles que se locupletam com o suor e o sangue do povo. Qualquer povo.

“A desordem no mercado financeiro é contra o homem”
“O sistema financeiro está sendo vítima de si próprio e de certa forma eu gosto disso”, diz o especialista em finanças públicas, Amir Khair. Neste momento de crise do capitalismo, em que diversas vozes têm reivindicado uma mudança de rumo, ele prevê que serão feitas algumas exigências aos bancos, mas é cético em relação à tão cobrada regulação do mercado financeiro.
Em entrevista à Revista Princípios, ele afirma que regular o mercado financeiro significa, “de certa forma, quase que uma etapa final do capitalismo. Porque o capitalismo pressupõe, na sua essência, plena liberdade”.
Ex-secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo na gestão de Luiza Erundina, ele destaca que, apesar de o capitalismo viabilizar - por meio da concorrência - uma redução de custos do consumo, por outro lado, ele é “um destruidor de empresas e de trabalhos”, já que nesse sistema vale a regra do cada um por si.
Para Khair, a crise não deve se encerrar em breve. E, ao analisar os impactos das turbulências da economia, ressalta a situação do Brasil que, sob os governos de Lula e Dilma, estimulou o consumo interno, fazendo com que o país ficasse menos dependente do mercado internacional. “Vejo com muita reticência quando se pauta a economia num mercado externo, completamente fora de controle, portanto sujeito às crises do capitalismo. O país que se amarra nesse processo corre riscos maiores”, defende.
Segundo o consultor nas áreas fiscal, orçamentária e tributária, o fio condutor do crescimento econômico do Brasil não é o investimento, mas o consumo. Nesse sentido ele afirma: “Lula, embora não seja um economista, deu uma lição em vários economistas. Ele percebeu que há um subconsumo e promoveu políticas articuladas com as centrais para que o salário mínimo acompanhasse o crescimento do país”.
Leia a entrevista completa na edição de número 119 da Revista Princípios. Para adquirir a revista, entre em contato com a Editora Anita Garibaldi.
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Sinais dos tempos


Comentários/opinião
Realmente, um bom sinal dos tempos. Melhor seria se fosse um "sinal de bons tempos", o que, infelizmente, ainda não é verdade.
Apenas um reparo: o Emir fala que a atitude do governo Correa, do Equador, foi apoiada pelos governos latino-americanos. Não me consta que o governo brasileiro o tenha feito. Ficaria feliz se estivesse equivocado nessa percepção.
Eis o artigo do Emir Sader, postado no seu Blog em 19-08-2012 – 21:35.
Sinais dos tempos
A crise diplomática gerada pela aceitação do asilo de Julian Assange pelo Equador reflete as novas condições do mundo contemporâneo. Em primeiro lugar, porque as mídias alternativas conseguiram grande vitória sobre o segredo diplomático das grandes potências, logrando colocar à disposição da opinião pública mundial mais de 5 mil documentos até ali considerados secretos.
Em segundo lugar, porque ao tentar fazer recair sobre o principal responsável por essa divulgação, Julian Assange, o peso da repressão e da censura, se viram às voltas com a solidariedade do governo do Equador, dos governos latino-americanos e de várias outras forças da própria Europa. Não puderam evitar, apesar das bravatas do governo britânico, o asilo de Assange na Embaixada do Equador e ainda tem que sofrer a campanha de protestos pela sua atitude e a favor do salvo-conduto que Assange necessita para seguir para o Equador.
Em terceiro lugar, um país progressista latinoamericano não apenas peitou o governo britânico, como aparece como território de abrigo de alguém que passou a representar a liberdade de expressão no mundo, enquanto que a Grã Bretanha aparece como seu perseguidor.
Em quarto lugar, a Grã Bretanha, com a atitude do seu governo, já é e continuará sendo objeto de campanhas no seu próprio país e em vários outros países do mundo, pela liberdade de Assange e contra a atitude do governo britânico.
Ao tomar a atitude que toma, o governo da Grã Bretanha faz uma aposta muito perigosa: a de ter que suportar, por tanto tempo quanto pretenda retardar o salvo-conduto para Assange, campanhas mundiais contra sua posição e a favor de Assange.
Se juridicamente o governo britânico pode retardar por um tempo indefinido a saída de Assange da embaixada equatoriano na direção do país que lhe concedeu asilo, a questão será decidida pelo grau de desgaste que a Grã Bretanha está disposta a sofrer por essas campanhas. Ela pode sustá-las concedendo de imediato o salvo-conduto a Assange ou ter que finalmente concedê-lo, quando esse desgaste já tenha se dado por um tempo mais ou menos longo.