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domingo, 1 de abril de 2012

A três semanas do pleito francês, Mélenchon vai a 15% e sacode modorra da esquerda mundial

Comentários/opinião
Parece que nem sempre se pode desprezar ensinamentos que nos venham da velha Europa.
E as eleições deste mês na França podem muito bem servir como um exemplo disso. Ou seja, um boa dica para as confusas esquerdas do mundo, inclusive as nossas esquerdas tupiniquins.
Convém ler a matéria da Carta Maior, 01-04-2012, transcrita a seguir, bem como outras referidas no texto e/ou indicadas abaixo. Também é bom guardá-las para futuras reflexões. 
Bem, este despretensioso Blog também pode servir para tal finalidade...
Nem Sarkozy nem Hollande nem a extrema direita de Marine Le Pen, a grande revelação das eleições francesas chama-se Jean-Luc Mélenchon. E tudo indica que não apenas das eleições francesas.
A Frente de Esquerda que o apoia reúne desde o velho partido comunista francês, passando pela esquerda antineoliberal até os ambientalistas consequentes. Só esse feito já o credenciaria a merecer as atenções da esquerda mundial. Mas o mais importante foi ter elaborado essa aliança com um programa que parece ser o que mais se aproxima, por enquanto, do salto político que a esquerda está a dever como resposta ao colapso do capitalismo desregulado sob hegemonia das finanças. O eixo principal do programa da Frente de Esquerda é a 'planificação ecológica', que inclui a autocrítica da indiferenciação histórica entre direita e esquerda no que diz respeito ao consumismo e à panacéia do crescimento ilimitado.
A candidatura Mélenchon faz isso sem abdicar do socialismo, o que a distingue de um certo ecologismo confortável ao poder, que se propõe a tingir de verde o capitalismo.
O programa da Frente de Esquerda propugna, ademais, forte controle estatal do sistema financeiro e nisso pode dar uma importante contribuição ao debate sobre o aggiornamento do desenvolvimentismo no Brasil, por exemplo (leia artigos de Fiori, Belluzzo e Ricardo Carneiro, nesta pág.). Mas a sua maior singularidade é o impacto receptivo dessas ideias no eleitorado francês: em janeiro, Mélenchon tinha 6% dos votos;neste final de semana, pesquisas já indicavam que ele se aproxima dos 15%, à frente da extrema direita e destinado a ser o voto de minerva do de uma 2º turno a essa altura inevitável.
Mélenchon falou com exclusividade ao correspondente de Carta Maior em Paris, Eduardo Febbro, numa entrevista minuciosa em que expõe o arcabouço de seu programa; leia nesta pág. Leia também o comentário de Ignacio Ramonet sobre o pleito do próximo dia 22, que pode sacudir a crise do euro e a modorra do pensamento de esquerda mundial.

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