Comentários/opinião
A mais recente tentativa governamental para estímulo da economia já produziu um debate acirrado, com os tiroteios de sempre, ao sabor de todos os gostos e preferências. Todavia, parece que agora "o bicho está pegando mais pesado".
Apenas como um "breve" exemplo, alinham-se a seguir somente seis matérias divulgadas hoje.
Minha opinião pessoal sobre o assunto não cabe no espaço que normalmente me reservo neste Blog. Apenas destaco que me alinho em grande medida com a posição do Leononardo Sacamoto, na segunda matéria da serie aqui destacada.
Para ler cada texto integral, clique no respectivo título, colocado após cada chamada.
O governo abriu mão de R$ 3,1 bilhões em receitas fiscais neste ano para impulsionar o crescimento e levar o Produto Interno Bruto (PIB) a aumentar 4,5% em 2012. O pacote de medidas divulgado ontem em cerimônia no Palácio do Planalto envolve R$ 60,4 bilhões em estímulos, sendo a maior parte referente ao repasse de R$ 45 bilhões do Tesouro Nacional para o BNDES. A grande aposta do governo para gerar estímulos imediatos à economia, no entanto, é a desoneração da folha de pagamentos.
A reportagem é de João Villaverde e Edna Simão e publicada pelo jornal Valor, 04-04-2012.
Ao todo são 15 (quatro antigos e 11 novos) os setores que, em 90 dias, passarão a ter a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamentos reduzida a zero, numa operação que vai cortar em R$ 4,9 bilhões as receitas da Previdência Social. Esses setores, no entanto, vão passar a contribuir com uma alíquota sobre o faturamento bruto de 1%, para a indústria, e 2% para serviços.
Ao todo são 15 (quatro antigos e 11 novos) os setores que, em 90 dias, passarão a ter a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamentos reduzida a zero, numa operação que vai cortar em R$ 4,9 bilhões as receitas da Previdência Social. Esses setores, no entanto, vão passar a contribuir com uma alíquota sobre o faturamento bruto de 1%, para a indústria, e 2% para serviços.
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“O governo defender uma visão de desenvolvimento que privilegia o crescimento do bolo em detrimento à sua divisão, é compreensível. É triste, mas entende-se devido à quantidade de interesses que ele acaba atendendo. Quando isso ocorre com representantes de trabalhadores, a situação é diferente”. O comentário é do jornalista Leonardo Sakamoto em artigo publicado em seu blog, 03-04-2012.
Eis o artigo.
Eis o artigo.
O movimento sindical foi responsável não apenas pela melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores do país, mas contribuiu também para o processo de redemocratização. Quem diz que sindicato é coisa inútil, por exemplo, deveria aceitar o índice de reajuste oferecido pelo patrão e não aquele que foi negociado pelo sindicato de sua categoria. Claro que também possuem defeitos, com gente corrupta e imprestável, como todo ator social que detém poder e influência, como partidos políticos, igrejas e a imprensa.
Há sindicatos que fazem, inclusive, um necessário contraponto ao desenvolvimento a todo o custo e ao progresso cego. Muitos, mas nem todos.
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A ampliação da desoneração da folha de salários anunciada ontem é considerada uma medida positiva, mas tímida, por representantes de empresas. O resultado prático da mudança - a recomposição de margem, a formalização de mão de obra ou a redução de preço - deve variar entre as companhias e não somente entre setores. O impacto depende da relação folha/faturamento e da fatia de importados e da exportação na receita da empresa. Setores como móveis, plásticos e tecnologia da informação dizem que a redução de carga tributária não é uniforme.
A reportagem é de Fernando Exman, Yvna Sousa, Thiago Resende e Edna Simão, Rodrigo Pedroso, Carlos Giffoni e Marta Watanabe e publicada pelo jornal Valor, 04-04-2012.
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Para estimular a indústria nacional, que sofre com a perda de competitividade, o governo federal resolveu fazer um aporte de R$ 45 bilhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A medida, além de alavancar as operações de crédito, vai permitir uma redução generalizada da taxa de juros das linhas de capital de giro e para financiamento das exportações.
A reportagem é de Edna Simão e João Villaverde e publicada pelo jornal Valor, 04-04-2012.
Com a injeção de recursos, a previsão de desembolsos do banco para este ano deve variar de R$ 145 bilhões a R$ 150 bilhões. "Mas segue a orientação do governo de estabilização dos desembolsos do banco", afirmou o vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz. Em 2011, o Tesouro destinou R$ 55 bilhões ao BNDES e os empréstimos chegaram a R$ 139 bilhões.
Com a injeção de recursos, a previsão de desembolsos do banco para este ano deve variar de R$ 145 bilhões a R$ 150 bilhões. "Mas segue a orientação do governo de estabilização dos desembolsos do banco", afirmou o vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz. Em 2011, o Tesouro destinou R$ 55 bilhões ao BNDES e os empréstimos chegaram a R$ 139 bilhões.
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"Comparar os resultados históricos do período desenvolvimentista com as utopias é um exercício útil, mas parcial", escreveRicardo Carneiro, professor titular do Instituto de Economia da Unicamp e coordenador da Rede Desenvolvimentista, em artigo publicado no jornal Valor, 04-04-2012, debatendo os recentes artigos de José Luís Fiori, economista, sobre o desenvolvimentismo.
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"A contração da indústria de transformação no Brasil é assustadora, não porque outros setores tenham crescido (mineração, agroindústria, construção civil), mas porque há contração da atividade industrial com o mercado interno brasileiro crescendo", constata Carlos Lessa, economista, ex-presidente do BNDES, em artigo publicado no jornal Valor, 04-04-2012.
Segundo ele, a participação da indústria de transformação no PIB em 2011 retrocedeu a meados de 1950.
"Gosto do anúncio de que o Banco do Brasil irá reduzir os juros e ampliar sua participação no crédito", afirma Carlos Lessa.