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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Há 46 anos na UTI, paciente cria desenho animado

Comentários/opinião
O 2014 está findando, com todos os seus prós-e-contras na vida de cada um de nós e, “pra não dizer que não falei de flores” (e de espinhos), estou divulgando uma linda história de vida, daquelas que nem sempre a vida conta. E que quase nunca a gente conhece ou se dá conta!
Há 46 anos na UTI, paciente cria desenho animado
Cláudia Collucci - 18/12/2014  01h24
As brincadeiras de sete crianças com paralisia infantil, que passaram a infância internadas numa UTI do Hospital das Clínicas de São Paulo, viraram mote para uma série de desenhos, criada pelo líder da turma.
Paulo Henrique Machado, 47, que vive ligado a um respirador artificial no Hospital das Clínicas desde um ano de idade, é mentor e roteirista da animação "Brincadeirantes", concluída nesta semana. A Folha revelou sua história no ano passado.
O episódio-piloto, com dez minutos, foi possível graças a um financiamento coletivo que arrecadou R$ 120 mil. Um total de 1.612 doadores colaboraram com a empreitada.
"Pareço criança. Já assisti umas 200 vezes e não me canso de rever. Ficou exatamente do jeito que eu sonhei. A caracterização dos personagens, a trilha, tudo. Foi um processo dolorido, por me fazer recordar dos amigos que já se foram, mas, ao mesmo tempo, desafiador", conta.




quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Cidade de 11 mil pessoas tem PIB por morador 23 vezes maior que a média

Comentários /opinião
Trata-se de mais uma das incontáveis demonstrações das desigualdades existentes neste país continental chamado Brasil.
Infelizmente, trata-se também de um país onde poucas pessoas sabem disso, se dão conta disso, se importam, compreendem e, principalmente, tomam providências. Estas últimas, também muito infelizmente, são as que governam!
Cidade de 11 mil pessoas tem PIB por morador 23 vezes maior que a média
Economia - Uol Notícias -11/12/2014 -10h00
O município de Presidente Kennedy (ES), de apenas 11 mil habitantes, tem o maior PIB per capita do país, de R$ 511.967,24, graças à produção de petróleo. Na ponta oposta, a cidade de Curralinho, no Pará, teve o pior desempenho do país, com uma renda per capita de R$ 2.720,32.
As cinco cidades com as maiores rendas per capita (por morador) do Brasil estão localizadas nas regiões Sudeste e Sul. As cinco com as menores rendas estão no Nordeste e no Norte.
Todos esses dados se referem a 2012, mas só foram divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (11), no relatório "Produto Interno Bruto dos Municípios". São os números mais recentes disponíveis.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Maior mineroduto do mundo começa a funcionar em meio a queixas

Comentários/opinião
Indubitavelmente, mais uma barbaridade, uma gananciosa aberração econômica, técnica, social, ecológica, etc, etc e etc.
Ou seja, tudo previsível, tudo morte anunciada e mais um desastroso processo econômico-ecológico cujas custas está debitada à conta do já tão sacrificado povo brasileiro.
E, obviamente, mais um despautério do senhor Eike Batista.

Maior mineroduto do mundo começa a funcionar em meio a queixas
Folha de São Paulo on line – 01-12-2014 – 02h00
Patrícia Campos Mello
Na manhã de 23 de agosto, a lavradora Maria da Consolação da Silva, 63,encontrou dezenas de peixes mortos no córrego atrás de casa. Eram traíras e piabas boiando de barriga para cima no meio de uma água cheia de espuma.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Um olho no peixe e o outro no gato: governo Dilma e direita se movimentam no tabuleiro

Comentários/opinião
No meu entendimento, está perfeita a análise anexa abaixo, de autoria do Miguel Enrique Stédile, publicado no IHU Noticias de hoje, 17-11-2014.
Aliás, é mais  “um Stédile” para eu colocar no rol dos meus admirados...
Devemos estar de olho no que rolará dentro em breve! E preparados!

Um olho no peixe e o outro no gato: governo Dilma e direita se movimentam no tabuleiro
“A oposição esteve muito próxima de ganhar as eleições e tem pautado para que o vencedor governe com o programa do derrotado, nitidamente baseado na austeridade fiscal”. O comentário é de Miguel Enrique Stédile em artigo publicado no blog Escrevinhador, 16-11-2014.
 Eis o artigo.
Ainda que os debates do segundo turno das eleições tenham sido polarizados em temas mais simbólicos do que programáticos – petismo versus anti-petismo, nordeste versus sul, respeito à pluralidade versus intolerância fundamentalista – a candidatura Dilma Rousseff reuniu em torno de si um amplo campo de esquerda.
Reuniram-se de dissidentes do PSB a apoiadores do PSOL, passando pelos movimentos sociais minimamente irmanados na ideia do combate ao retrocesso e na sinalização clara de que o próximo mandato precisa avançar mais em questões sociais e conquistas concretas para os trabalhadores.
Por sua vez, a oposição esteve muito próxima de ganhar as eleições e tem pautado para que o vencedor governe com o programa do derrotado, nitidamente baseado na austeridade fiscal, que em termos práticos significa manter os ganhos do mercado transferindo a conta para os trabalhadores.
Desde o fim do segundo turno, o caminho que a presidenta reeleita optará é uma incógnita, com sinais difusos, que ora acenam ao mercado, ora para os setores que sustentaram sua vitória. O anúncio dos novos ministros deverá ser a primeira sinalização efetiva de por onde o novo mandato caminhará.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Nova política econômica

Comentários/opinião
A matéria em anexo constitui o que eu chamo "colocar o dedo na moleira".  Aliás, não apenas um, mas vários dedos.
E deveria servir para desmontar muitos mitos espalhados e aceitos tacitamente não apenas por aqueles a quem os mitos convêm, mas também pelos incautos e desavisados. Para ser bem concessivo, é isso.
E deveria servir também para muita gente grande botar a mão na consciência (consciência?!?!) e fazer a “mea culpa mea máxima culpa” pelos gravíssimos prejuízos que têm causado ao país e ao povo brasileiro, na sua imensa maioria, exceto os apaniguados. O que apenas confirma a regra geral.
Nova política econômica
"O problema é que infelizmente não estou vendo saída nas propostas defendidas pelos dois candidatos na eleição passada. Há de se implementar nova política econômica. E o momento é agora", escreve Amir Khair, engenheiro e mestre em finanças públicas pela EAESP/FGV, em artigo publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, 02-11-2014.
Eis o artigo.
Há consenso nas análises econômicas de que o maior desafio é retomar o crescimento interrompido nos últimos quatro anos. Mas as divergências surgem ao se discutir como fazer isso.
Uns acham que o modelo econômico baseado no estímulo ao consumo teve seu papel válido no período inicial da crise com a retração do mercado mundial. Mas esse modelo se esgotou, pois as pessoas compraram bens financiados e as prestações comprometem o orçamento doméstico, além do fato de estarem atendidas em parte de suas necessidades. Assim, o consumo precisa ser contido restringindo o crédito, e no lugar do consumo, fazer crescer o investimento.
Já o governo, para crescer, procurou fazer, e ainda continua fazendo, estímulos ao consumo, à produção e ao investimento através dos bancos oficiais no que diz respeito ao crédito, programas sociais e desonerações tributárias a setores empresariais que elege. Os resultados são decepcionantes. Nesses quatro anos de governo Dilma, o crescimento médio vai ser de 1,6% ao ano, índice inferior ao período negro da economia (1981 a 2003) de 2,0%. As contas fiscais estão cada vez piores com baixos superávits primários e alta despesa com juros, devendo neste ano ocorrer um déficit no setor público próximo a 4,5% do PIB, que vai ser o pior desempenho desde 2003, quando foi de 5,2% do PIB.


quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O povo brasileiro não existe

IHU Notícias, 29 de outubro de 2014
O povo brasileiro não existe
"Desde as manifestações de 2013 o discurso da união nacional havia entrado em colapso. Quando massas foram às ruas, descobrimos que alguns gritavam pelo fim da PM enquanto outros queriam a expulsão de médicos cubanos do país", escreve Vladimir Safatle, professor de Filosofia, em artigo publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, 28-10-2014.
Eis o artigo.
Fechadas as urnas e proclamado o resultado das últimas eleições, as primeiras palavras foram em direção à reconstrução da união nacional. Afinal, esta eleição teria levado o país a um ponto perigoso no qual parecem aflorar inimizades, preconceitos e outras coisas que gostaríamos de acreditar ultrapassadas. Vamos então esquecer um pouco tudo isso, voltar à vida normal, reintegrar os expulsos do Facebook. Mas, e se isso não for mais possível?
Desde as manifestações de 2013 o discurso da união nacional havia entrado em colapso. Quando massas foram às ruas, descobrimos que alguns gritavam pelo fim da PM enquanto outros queriam a expulsão de médicos cubanos do país. Daí as leituras díspares sobre o sentido ideológico daquela explosão de descontentamento: de classe média golpista nas ruas à situação pré-revolucionária. No entanto, talvez lá havíamos simplesmente descoberto que não haveria mais união, nem mesmo o silêncio complacente de sempre. Placas tectônicas se moveram. 
O Brasil que conhecemos até agora acabou. Os amigos perdidos talvez não voltem mais. Por isso, arriscaria dizer que o maior saldo dessas eleições foi mostrar que não somos algo parecido a um povo dotado de identidade coletiva. Não há nada, absolutamente nada que me una a pessoas que tomam a avenida Faria Lima para gritar: "Viva a PM". Apenas ocupamos o mesmo espaço e tentamos politizar nosso desencontro absoluto, mas não fazemos parte de identidade coletiva alguma. Por isso, nosso encontro político sempre será violento.
Esta divisão não é apenas expressão de um conflito de classe. Desde que Lula ganhou sua primeira eleição, o PSDB tem, em média, 40% dos votos, chegando agora a 48%. Não há 40% de classe média no Brasil. A classe média e a classe pobre sempre estiveram ideologicamente divididas, com algo como um terço de seus eleitores oscilando entre dois polos.
Creio que é importante dizer isso porque as reconciliações nacionais na história brasileira foram sempre reconciliações extorquidas, na qual os mais vulneráveis são obrigados a engolir discursos conciliatórios enquanto as desigualdades e os comportamentos medievais de certas parcelas da população continuam a circular sem culpa. Não há razão alguma para continuar esta compulsão de repetição.
Seria bom para o país que os atores políticos estivessem à altura deste novo cenário.
Concordo com a tese do Safatle, porém discordo da generalização que está induzida no título da matéria.
Para mim o povo brasileiro, na sua índole mais intrínseca e fundamental, continua sendo aquela descrita por tantos pensadores nacionais, cuja síntese eu considero que foi brilhantemente descrita por Darci Ribeiro.
Em pobres palavras, destaco a admiração e a consideração que têm os brasileiros no mundo todo, tanto em razão das fortes impressões que causamos  em diversas instâncias e circunstâncias, como também as percepções daqueles que nos visitam. Vide, por exemplo, o que aconteceu na última Copa do Mundo.
Entendo que esses fundamentos e esses valores não desapareceram nem podem desaparecer. Neste momento apenas estão sendo soterrados por imensas e nojentas placas tectônicas de desconstrução induzida da nacionalidade brasileira simplesmente porque isso convém aos processos de alienação, dominação e exploração que assolam os países pobres e também os não pobres como o Brasil. Infelizmente a maioria do nosso povo, pela falta de formação e informação adequadas, não consegue perceber isso.
Assim, o processo de desconstrução está em marcha acelerada a começar pela língua, hábitos, costumes, modismos, etc. Veja a linguagem predominante nos jovens hoje em dia, vá a qualquer “shopping center” (“centro de compras/vendas”) e conte quantas lojas têm nome em português, veja quantas manifestações  de “halloween” – uma cultura totalmente alienígena, desconectada de nossos costumes -  estão acontecendo neste final de outubro. E assim por diante.
Em suma, a desconstrução da nossa brasilidade está posta de um modo brutal, porém ainda espero e creio que um dia consigamos detê-la. O que não será sem muita luta.
Para concluir, devo ir a Sartre quando disse que não importa aquilo que fazem conosco, mas sim  aquilo que permitimos que façam conosco.

sábado, 13 de setembro de 2014

BRASIL, DE 2002 A 2013

Comentários, opinião

Amigo(a)s deste Blog e demais,

Por múltiplos afazeres e compromissos de trabalho, tenho andado muito afastado deste meu despretensioso Blog.
Entretanto, tendo em vista o mar de informações circulantes nos principais e grandes meios de comunicação – que pouco comunicam e quase nada de útil informam – tenho que meter “minha colher de pau nesse mingau”.
Preliminarmente, devo estabelecer alguns princípios, sob os dois sentidos, ou seja, tanto o sentido de inícios e como o de valores.
Não apoio tudo que os chamados “governos federais do PT” têm feito nestes 11 anos de mandato.  Ao par dos inegáveis avanços socioeconômicos obtidos, muitos temas não foram tratados devidamente. Dentre estes, a meu juízo, destacam-se: a não reforma agrária, a frouxidão com a corrupção, os poucos cuidados com questões ecológicas, a submissão aos setores econômicos e, em especial, aos setores rentistas. Por exemplo, é inconcebível o absurdo tratamento dado à questão dos juros e das dívidas interna e externa. Das quais,  muitas já pagas ou que nunca existiram, como foi demonstrado na CPI da Dívida no Congresso Nacional. Hoje pagamos anualmente o equivalente a quase 50% do PIB.
E aí, amigo(a)s deste singelo Blog, salta aos olhos o tanto que ainda poderia ter sido realizado a mais do que foi, em 10 anos, neste país! E que foi deixado de realizar por razões inexplicadas e algumas possivelmente inexplicáveis.
Mesmo assim e apesar disso, apenas os dados, não exaustivos, do anexo desta matéria são impressionantes e já servem para desmitificar as barbaridades, as mistificações (é diferente de mitificações), as desinformações, as tendenciosidades, os rancores e os ódios disparatados que são disseminados impunemente a tanta gente, todos os dias por todos os cantos deste país. Muito a contragosto tenho de usar o bordão de um – para mim intolerável – comunicador “global”: é uma vergonha!  E também um deboche para com aqueles que conhecem pelo menos um pouco da História do mundo e do capitalismo.
E, em especial da história do Brasil nestas décadas finais do século passado, quando o patrimônio nacional foi mais do que vilipendiado vendido, ele foi doado para os capitais internacionais e nacionais. E são aqueles mesmos “vendilhões do templo” que hoje posam de vestais do dito cujo. Aliás, os “templos” hoje passaram a ser usados para fins nada edificantes.  Fico a imaginar o que um Cristo redivivo faria hoje com muitas das atuais figuras autodenominadas e auto ungidas como seus arautos incontestáveis. Tenho certeza que alguns milhares de chicotes seriam gastos e seriam insuficientes!
Santo Deus, o quê que o dinheiro, tanto quando seja necessário, não pode comprar hoje em dia?! Isso poderá ter algum fim? Que não seja o Dilúvio?
De minha parte, humildemente eu garanto que não são compráveis a minha consciência e as minhas convicções intelectuais, políticas e ideológicas.  Alguém duvida e deseja tentar? Garanto que perderá tempo, além de outras coisas...Por exemplo, se estiver falando sério e a menos de dois metros, perderá também um nariz intacto, se ainda for essa a situação de seu apêndice nasal...

VEJA A SEGUIR UM BREVE DESTAQUE PROVOCATIVO, DE MINHA AUTORIA, 

E MAIS ADIANTE O ENDEREÇO PARA ACESSO COMPLETO À MATÉRIA..

DESTACO QUE ELA PROVEM DE FONTES SÉRIAS, COM BASE EM ESTUDOS E DADOS DE INSTITUIÇÕES RESPEITÁVEIS, COM UM IMPORTANTE APOIO EM ESTUDOS DO PROFESSOR MUNIZ BANDEIRA, UMA PESSOA COM  UMA BAGAGEM POLÍTICA E INTELECTUAL DE ENORME RESPEITABILIDADE E SIGNIFICÂNCIA HISTÓRICA, POLÍTICA E IDEOLÓGICA,  

FHC x LUDILMA

COMPARATIVO “INCOMPARÁVEL”
  
O Brasil de 2002 a 2013

1. Produto Interno Bruto:
2002 – R$ 1,48 trilhões
2013 – R$ 4,84 trilhões
2. PIB per capita:
2002 – R$ 7,6 mil
2013 – R$ 24,1 mil
3. Dívida líquida do setor público:
2002 – 60% do PIB
2013 – 34% do PIB

PARA LER A MATÉRIA COMPLETA   CLIQUE AQUI 

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http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/09/o-brasil-real-de-2002-2013.html

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Brasil: um dos maiores reservatórios de água doce do mundo

Comentários/opinião
Nos dias atuais, em meio a tantas desvalorizações para com nosso país e nosso povo – muitas delas exageradas e outras nem tanto – sempre é bom não esquecer nossas vantagens com relação a outros territórios do nosso planetinha... Isso, é óbvio, sem qualquer desdouro ou presunção com referência a quaisquer outras partes do mundo ou outros povos ou países.
Claro está também que, se grandes são as nossas vantagens, tanto ou mais são as nossas responsabilidades decorrentes. E isso nem sempre é visível, assumido, destacado e/ou respeitado.
Brasil: um dos maiores reservatórios de água doce do mundo
Segundo Paulo Varella, diretor da Agência Nacional de Águas, as políticas setoriais de gestão de recursos hídricos devem ser indutoras do desenvolvimento sustentável.
Por: Graziela Wolfart – Revista IHU On Line 321 – 15.03.2010
“O caminho para que a gestão de recursos hídricos contribua para o desenvolvimento sustentável faz com que cada setor que utilize a água como insumo entenda a sua importância, induzindo políticas públicas para seu uso racional e entendendo que o seu uso não interfere nos demais, nem causa danos aos recursos hídricos”. A opinião é do geólogo e atual diretor da Agência Nacional de Águas – ANA, Paulo Varella. Na entrevista que segue, concedida, por e-mail, à IHU On-Line, ele afirma que “o Brasil, donatário do maior patrimônio hídrico do mundo, tem densidade e responsabilidades frente aos desafios planetários”. Sobre a presença dele e de outro brasileiro como únicos representantes da América do Sul no Conselho Mundial de Águas, Varella considera que isso os “impõe uma tarefa que extrapola as nossas fronteiras e traduz o peso e o espaço que a nova realidade geopolítica nos confia”.
Paulo Varella é geólogo, com pós-graduação em Hidrologia Subterrânea pela Universidade Politécnica de Barcelona (Espanha).


segunda-feira, 28 de julho de 2014

Xinga o movimento sem-teto, mas acha bonito doar cobertor na rua

Comentário/opinião
O Sakamoto põe, profundamente, o dedo em algumas feridas de várias naturezas: sociais, econômicas, políticas, culturais etc.
Unifico todas elas em uma grande gangrena que a tudo perpassa: a falta de formação e informação quanto à realidade histórica brasileira. A idade dessa ausência tem cinco séculos. Todavia, tem sido agravada crescentemente por conta de brutais forças internas e externas, com suas contínuas ações de alienação, dominação e exploração de uma imensa porção da sociedade brasileira. Trata-se de um circulo vicioso infame: não compreende porque é dominada e é dominada porque não compreende a realidade que a cerca.
Este, entretanto, é um tema sobre o qual não dá para dissertar em dois parágrafos.
Xinga o movimento sem-teto, mas acha bonito doar cobertor na rua
"Você acha que apenas doar agasalhos e cobertores resolve o problema de quem está passando frio do lado de fora e que a vida vai mudar com a somatória de pequenas ações de caridade coloridas e cintilantes? Pede mais educação, mais saúde, mais segurança e, ao mesmo tempo, quer menos impostos e menos Estado? Desculpe, você é muito desinformado. Ou, pior: patético". O comentário é de Leonardo Sakamoto, jornalista, em artigo no seu blog, 26-07-2014.
Veja o artigo reproduzido no IHU Notícias de hoje,  29-07-2014.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Nó górdio e crise do capitalismo

Comentários/opinião
A matéria a seguir complementa e amplia o conteúdo da matéria plotada anteriormente, nesta minha nova jornada para retomar as atividades deste meu blog, também contida no IHU Notícias de hoje.
Creio serem desnecessários maiores comentários.

Nó górdio e crise do capitalismo

Uma crise global assola o mundo que conhecemos. A crise da energia e da alimentação, a degradação do meio ambiente, a recessão e a crise financeira, a perda de legitimidade da democracia e o esvaziamento dos valores de nossa cultura são sintomas das limitações do capitalismo para reproduzir e legitimar a estrutura de relações de poder a nível global. A desintegração dessa estrutura, baseada em uma determinada forma de produção, apropriação e distribuição do excedente econômico a nível mundial, emergiu na cena política internacional através da crise financeira de 2008. Ignorar a índole sistêmica desta crise implica obscurecer os obstáculos que enfrentamos para conseguir uma maior inclusão social e integração nacional.
O artigo é de Mónica Peralta Ramos, socióloga, autora de “La economía política argentina. Poder y clases sociales”, publicado por Página/12, 15-07-2014. A tradução é do Cepat.


A idolatria do PIB – IHU Notícias 21-07-2014

POIS É... 
APÓS GRANDE RECESSO NAS POSTAGENS NESTE BLOG, RETORNO COM A ESPERANÇA DE PODER DAR EFETIVIDADE A ESSE PROPÓSITO.
VEREMOS O QUE OCORRERÁ, NA SEQUÊNCIA.

Comentários/opinião
Bela análise. Concordo integralmente.
O quê fazer? Não sei. Só sei que alguém ou algo deve morrer. O sistema capitalista, por exemplo. A ganância desenfreada é outro exemplo, decorrente do anterior e/ou acelerador do processo. Na verdade, morrerão juntos, abraçadinhos, como convém à nossa libertação e à sobrevivência do planeta.
A idolatria do PIB – IHU Notícias 21-07-2014
"Em vez de concentrar esforços na melhoria do transporte coletivo, optou-se por medidas de estímulo à venda de automóveis: isenções tributárias, crédito farto e gasolina subsidiada. Entre 2003 e 2013, a frota de carros particulares passou de 23,6 milhões para 43,4 milhões de veículos", escreve Eduardo Giannetti, economista, em artigo publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, 18-07-2014.
Segundo o economista, "a idolatria do PIB tem causado graves prejuízos ao bem-estar humano".
Eis o artigo.
PIB é uma invenção recente. A ideia de medir a variação do valor monetário dos bens e serviços produzidos a cada ano surgiu no período entre guerras, mas foi só nos anos 50 que os órgãos oficiais passaram a publicar dados de PIBpara os diferentes países. Adam SmithRicardoMarx e Mill jamais foram instados a prever o PIB do ano ou trimestre seguintes.
De lá para cá, o culto do PIB como métrica de sucesso ou fracasso das nações virou uma espécie de religião do nosso tempo. O crescimento é o objetivo supremo em nome do qual governos são eleitos ou rejeitados nas urnas e um antropólogo marciano poderia até imaginar que a sigla PIB nomeia a nossa divindade-mor na vida pública enquanto o consumo dá sentido à existência na esfera privada.
Além do passivo ambiental, a idolatria do PIB tem causado graves prejuízos ao bem-estar humano. Dois exemplos recentes ilustram isso.
Uma pesquisa pioneira, publicada no periódico "Proceedings of the National Academy of Sciences" em 2013, comparou populações sujeitas a diferentes níveis de poluição do ar nas regiões norte e sul da China e avaliou o seu impacto de longo prazo (décadas) sobre a saúde (doenças cardiovasculares e câncer de pulmão).

O estudo mostra que uma elevação de 100 microgramas de matéria particulada por metro cúbico de ar corresponde a uma redução de três anos na expectativa média de vida ao nascer. Como a diferença entre o norte e o sul da China é de 185 microgramas por metro cúbico, isso significou uma perda de cinco anos e meio de vida per capita para os habitantes do norte em relação ao sul.

Some-se a isso o fato de que 10% da terra cultivável na China está contaminada por poluentes químicos e metais pesados, e que metade da água suprida nas cidades é imprópria para banho, e se verá que o espetáculo do PIBchinês, como um Otelo sem Iago, oculta um elemento crucial da trama.
No Brasil, o afã de acelerar o crescimento no curto prazo levou o governo a tomar um atalho. Em vez de concentrar esforços na melhoria do transporte coletivo, optou-se por medidas de estímulo à venda de automóveis: isenções tributárias, crédito farto e gasolina subsidiada. Entre 2003 e 2013, a frota de carros particulares passou de 23,6 milhões para 43,4 milhões de veículos.

O resultado do erro pode ser medido em tempo de vida. Um cidadão que gaste três horas por dia em média para ir e vir do seu local de trabalho ou estudo passará cerca de quatro anos e meio da sua vida encalacrado no inferno urbano das nossas metrópoles. O PIB silencia, mas o bem-estar acusa.
Pior que crescer pouco ou crescer mal, só mesmo uma combinação judiciosa das duas coisas. E não é que o Brasil tem conseguido!