Olá,
Hoje, troco de prosa e relembro uma fábula bastante popular, aquela da águia e da galinha.
Era uma vez – as fábulas sempre começam assim – um chacareiro que possuía um sitio onde, entre outras coisas, criava galinhas e produzia ovos para consumo próprio e para servir de produtos de trocas com a vizinhança, sem interesses comerciais. Bons tempos, aqueles...
Certa vez, andando pelas redondezas, em regiões mais elevadas, encontrou um filhote de águia, recém-nascido, que estava perdido do ninho e da mamãe águia. E iria morrer na certa, porque ainda não tinha condições de buscar sua própria sobrevivência.
Recolheu o bichinho, levou-o para casa, tratou dele com todo o carinho. Também a esposa e os filhos se afeiçoaram ao pássaro, o qual foi logo aceito como filho adotivo pelas galhinhas com ninhadas de pintinhos. E a paz reinou no terreiro, sem quaisquer problemas.
Quando a aguiazinha ficou bem crescida, começaram alguns atritos entre as galinhas e a águia. O chacareiro, mesmo sob severas críticas da família, achou que era hora dela ganhar o mundo dos ares e das montanhas, seu habitat natural.
Pegou a águia e jogou-a para o alto para que alçasse voo para a liberdade.
Ela, porém, ensaiou algumas batidas de asas, voou alguns metros, aterrizou e voltou para junto das galinhas, no terreiro.
O chacareiro ficou muito aborrecido e decidiu acabar com aquela história muito estranha. Pegou a águia, subiu até uns penhascos próximos e, lá de cima, jogou-a para que buscasse o seu destino, por si mesma: ou saísse voando ou se espatifasse lá em baixo.
A águia começou a bater as asas, ainda com certo descontrole, foi descendo mas logo se acertou e começou a subir, ganhar os ares e encontrar outros pássaros nas alturas, inclusive outras águias.
E foi-se em busca de novos ares e mundos.
Moral da história: Galinha sabe que é galinha e voa como galinha; águia, que pensa como galinha e voa como galinha, é galinha; águia, que pensa como águia e voa como águia, É ÁGUIA!
Podemos correlacionar essa historinha com a história de muitas pessoas, organizações, instituições, sociedades, países e nações que não têm percepção de suas potencialidades e competências -- e mesmo quando as têm --, não sabem ou não querem usá-las na busca do seu destino e de seu futuro.
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