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quinta-feira, 14 de junho de 2012

A crise, a corda e o pescoço

Comentários/opinião
Mais uma vez tomo um artigo do Saul Leblon como referencial. É que temos muitas opiniões em comum a respeito de muitos temas.
É interessantíssimo comparar o que ocorre no mundo, especialmente na Europa atual, e no Brasil. Tanto as similaridades como as dissimilaridades permitem análises e conclusões interessantes. Vejam os juros reais negativos vigentes por aí a fora e os juros reais positivíssimos que vigem por aqui. São situações dissímiles e símiles, ao mesmo tempo, dependendo do foco do olhar. Na Europa a banca, por muitas maneiras, cria ou induz dificuldades nos países periféricos europeus, sufoca-os e retorna "ajudas": ganha na ida e na volta. Para o Brasil, a banca recebe grana a juros baixos e empresta a juros escorchantes. O resultado final é o mesmo: ganha sempre!

A palavra crise dissimula o violento conflito de interesses que redesenha a geografia e a posse da riqueza no processo de derrocada econômica que se esboça na zona do euro nesse momento. Não há faixa de neutralidade no trânsito nervoso do dinheiro que ela provoca. A chantagem dos mercados contra a soberania democrática do povo grego, por exemplo, já produziu a ruína vaticinada por quem sabe materializar suas profecias.
Fugas diárias de US$ 1 bilhão vem desidratando o sistema bancário do país, num cotejo cercado de pânico e ameaças para impedir a vitória da esquerda unida, a Syriza, nas urnas do próximo domingo. Quem não se lembra do que acontece no Brasil, no interregno que antecede o voto, quando uma candidatura progressista roça a porta do poder?

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