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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Em 19 anos, aplicação de R$ 100 vira R$ 2 mil, mas dívida atinge R$ 7 milhões

Comentários/opinião
Alguém já foi pra cadeia? Deveriam ir todos aqueles que fazem isso, os que deixam fazer e os que institucionalizam esse crime. Mais do que hediondo, bárbaro.
Será gente de mais, não tem cadeia que comporte? Não há problema, joga no meio do oceano, onde existam muitos tubarões e/ou outros predadores.
É como se poderia dizer, adaptando grosseiramente uma expressão latina: “predatoribus cum predatoribus fricati”
Em 19 anos, aplicação de R$ 100 vira R$ 2 mil, mas dívida atinge R$ 7 milhões
Sílvio Guedes Crespo
13/08/2013  - 06:00
Você sabe qual é a diferença entre os juros que você ganha do banco, quando empresta dinheiro, e os que você paga, quando toma emprestado?
Quando olhamos para os números no curto prazo, já enxergamos um abismo. O CDB (Certificado de Depósito Bancário), o papel que você recebe quando empresta ao banco, está rendendo atualmente 7,8% ao ano, em média.
Já o crédito pessoal, aquele dinheiro que você toma emprestado sem nenhuma garantia, rende 73% ao ano para a instituição financeira.
Ao pensarmos em como isso ficaria no longo prazo, então, a diferença é muito mais gritante.
O banco que tomou emprestado R$ 100 de uma pessoa física (ou seja, que emitiu um CDB a esse preço) em 1º de julho de 1994, início do Plano Real, teria que devolver, hoje, R$ 2.038 a esse cliente. Descontado o Imposto de Renda, o pequeno investidor poderia resgatar R$ 1.733.
Considerando que a inflação foi de 333% no período, a rentabilidade real dessa aplicação foi de 370%.
No caminho inverso, se porventura uma pessoa física fizesse exatamente o mesmo que o banco fez, ou seja, tomado emprestados R$ 100 em 1994 e nada ter pagado nesse período e nem mesmo renegociado, sua dívida estaria hoje na casa dos milhões. Mais precisamente, ele deveria R$ 7.205.180,78.
A conta foi feita pelo economista Fabiano Guasti Lima, a pedido do blog Achados Econômicos. Ele é pesquisador do Instituto Assaf e professor da USP em Ribeirão Preto.
É claro que um banco jamais deixaria a situação chegar a esse ponto. Muito antes de a dívida atingir a casa do milhão, o credor já teria interpelado judicialmente o devedor, de modo que o saldo pudesse ser pago, ainda que após renegociação.
Mesmo assim, esses números são um pouco mais do que mera curiosidade. Mostram o enorme poder de barganha das instituições financeiras diante dos seus clientes. Considerando que houve uma forte concentração do setor bancário nos últimos anos, essa assimetria pode estar aumentando.
Aplicações
A rentabilidade real do CDB desde 1994, de 370%, foi uma das melhores, entre as aplicações disponíveis para pessoa física. A Bolsa, por exemplo, gerou ganhos de 201%, e a poupança, 181%.
Veja abaixo o rendimento acumulado de diversos tipos investimentos acessíveis para pessoas físicas no período.
http://achadoseconomicos.blogosfera.uol.com.br/2013/08/13/em-19-anos-aplicacao-de-r-100-vira-r-2-mil-mas-divida-atinge-r-7-milhoes/#comentarios

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