Boas vindas

BEM VINDO A ESTE SINGELO ESPAÇO DE DEBATES!

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

BNDES, para exportação

Comentários/opinião
É, tudo parece ir no rumo direto e reto das facilitações para quem delas não necessita. Isso, em termos de recursos públicos, porque já dispõe de facilidades oferecidas pelo capital nacional e internacional.
Entendo que está na hora de consolidar o retorno ao passado e retirar do nome do banco o “S”, inadvertida e espertamente ali justaposto para significar “Social”. Porque está claro que o banco nada mais tem de social a não ser os recursos do FAT, ou seja, dos trabalhadores brasileiros.
Traduzindo: mais uma desfaçatez e uma pouca-vergonha, algo impossível de ser chamado de outra forma.
BNDES, para exportação
Em nome da internacionalização, financiamentos do BNDES a empreiteiras brasileiras no exterior cresceram 1185%, em dez anos, segundo estudo do IbaseOdebrecht é líder.
A reportagem é de Bruno Fonseca e Jessica Mota e publicada pela Agência Pública, 28-11-2013.
A partir de 2003, com a mudança de seu estatuto social, o BNDES passou a apoiar investimentos diretos a empresas brasileiras no exterior. Mas foi só em 2005 – quando se aprovaram as normas de financiamento direto internacional – que o banco se tornou um agente importante no processo de internacionalização de empresas. A seguir foram abertos os primeiros escritórios fora do país.
O primeiro, em agosto de 2009 em Montevidéu, no Uruguai, tinha o objetivo de “identificar, estruturar e facilitar negócios de interesse do Brasil na América do Sul, em especial nos países do Mercosul”. O segundo escritório internacional foi instalado três meses depois em Londres, como uma empresa subsidiária, com autonomia para realizar operações financeiras. O banco ainda se prepara para abrir um terceiro escritório em Joanesburgo, na África do Sul, com o objetivo de prospectar oportunidades de negócios para empresas brasileiras naquele continente.
O apoio do BNDES a exportações e linhas de internacionalização de empresas se dá por diversos produtos e programas. Os produtos são: o BNDES Exim (Pré e Pós-Embarque), o BNDES Finem (com as linhas de apoio à internacionalização de empresas e de aquisição de bens de capital) e o BNDES Automático. Cada uma dessas formas de apoio tem mecanismos e objetivos específicos, mas as linhas de financiamento podem ser combinadas entre si a critério do banco.
De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas  (Ibase), na área internacional de exportação – na qual o banco financia o envio de bens já existentes ou de serviços de uma empresa brasileira a outro país (Exim Pós-Embarque) – cerca de 87% dos investimentos, nos últimos dez anos, foram para infraestrutura na América Latina e para compra de bens de capital. Em 2012, o banco totalizou US$ 2,17 bilhões em desembolsos nessa pós-embarque. O contrato se dá diretamente com a empresa brasileira, ou com a empresa importadora de outro país – mas com a mediação da companhia brasileira.


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Pontos e contra-pontos: Nem tão limpa, nem tão barata

Comentários/opinião
Saio satisfeito do II Fórum Mundial de Desenvolvimento Econômico Local, realizado em Foz do Iguaçu com a presença de mais de 4.000 participantes de mais 50 países do mundo todo, excelentes relatos de experiências exitosas, interessantes debates e muitas ideias animadoras quanto à importância da organização da sociedade nas definições e execuções do desenvolvimento econômico, social e humano.
Anote-se que o evento foi encerrado com a presença do ex-presidente Lula, o qual pronunciou emotivo e aplaudidíssimo discurso sobre os avanços sociais e econômicos havidos no seu governo. Os positivos e inegáveis foram destacados, é obvio; os nem tanto, não foram destacados. Isso também é óbvio...
Saio do evento ao seu término, chego ao hotel e me deparo com a matéria alocada abaixo, expressa no IHU Notícias de hoje.
Uma conclusão nada confortável e aparentemente absurda: quantos pontos e contra-pontos existem assim como verdades, meias-verdades e até inverdades no que se diz e no que se faz e no que não se faz? E também no que não se diz mas se faz. Dá muito no que pensar.
Vejam a matéria anexa e as matérias nela referidas, especialmente a REPORTAGEM que fala das hidrelétricas do Rio Uruguai, no Sul do Brasil, um real exemplo do que ocorre em muitos – se não todos – os empreendimentos energéticos que foram e estão sendo implementados “neste país”. Para usar a expressão que se tornou “marca registrada” do ex-presidente Lula.
Nem tão limpa, nem tão barata
Reportagem cinematográfica produzida nas hidrelétricas do Rio Uruguai questiona custos reais da energia hidrelétrica.
A reportagem é do Coletivo Catarse, publicada no portal da Agência Pública, 30-10-2013.
“A população brasileira precisa estar informada de que a energia limpa e barata de hidrelétricas não existe”, alerta o professor da USP Célio Bermann. Percorremos os caminhos do rio Uruguai, divisa dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, para apurar a questão. O resultado desse trabalho é a reportagem cinematográfica “Barragem”.
A maior bacia hidrográfica da Região Sul do Brasil está cravejada de usinas hidrelétricas. O que era um complexo sistema de rios em corredeiras, hoje é uma sequência, quase que contínua, de lagos largos e profundos. E justamente nos últimos trechos em território nacional que ainda preservam características originais do ambiente, o governo federal quer autorizar a instalação de novos empreendimentos. Para isso não mede consequências, e passa por cima de direitos sociais, econômicos e ambientais.
Sempre com a posição de que se trata de um recurso natural sustentável, o planejamento das concessões de geração de energia são decididos pelo conceito daquela que consegue vender a tarifa pelo menor preço.”E se chega no menor preço pelo custo do investimento, a energia que cada fonte produz e o custo do dinheiro que tu pegas para realizar o projeto”, prega Ronaldo Custódio, diretor de Engenharia e Operação da Eletrosul, ao defender as hidrelétricas como a que melhor responde a essas exigências.
Acontece que um rio não é uma calha, um dreno, mas um organismo conectado por um sistema de fluxos à montante e à jusante. Para o  coordenador do estudo de impacto integrado da Bacia do Rio Uruguai (FRAG/Rio)Rafael Cruz, a primeira pergunta ao se pensar em barrar um rio é qual a capacidade de suporte para usinas hidrelétricas. “Quando se faz a contabilidade tradicional de uma usina hidrelétrica, e não se verifica a fragilidade do rio devido aos impactos ambientais, pode parecer limpa”, critica.