Comentários/opinião
É, tudo parece ir no rumo direto e reto das facilitações para quem delas
não necessita. Isso, em termos de recursos públicos, porque já dispõe de
facilidades oferecidas pelo capital nacional e internacional.
Entendo que está na hora de consolidar o retorno ao passado e retirar do
nome do banco o “S”, inadvertida e espertamente ali justaposto para significar “Social”.
Porque está claro que o banco nada mais tem de social a não ser os recursos do
FAT, ou seja, dos trabalhadores brasileiros.
Traduzindo: mais uma desfaçatez e uma pouca-vergonha, algo impossível de
ser chamado de outra forma.
BNDES, para
exportação
Em nome da internacionalização, financiamentos do BNDES a empreiteiras brasileiras no exterior
cresceram 1185%, em dez anos, segundo estudo do Ibase. Odebrecht é líder.
A reportagem é de Bruno Fonseca e Jessica Mota e publicada pela Agência Pública, 28-11-2013.
A partir de 2003, com a mudança de seu estatuto social, o BNDES passou a apoiar investimentos diretos a
empresas brasileiras no exterior. Mas foi só em 2005 – quando se aprovaram as
normas de financiamento direto internacional – que o banco se tornou um agente
importante no processo de internacionalização de empresas. A seguir foram
abertos os primeiros escritórios fora do país.
O primeiro, em agosto de 2009 em Montevidéu, no Uruguai, tinha o objetivo de “identificar, estruturar e
facilitar negócios de interesse do Brasil na América do Sul, em especial nos
países do Mercosul”. O segundo escritório internacional foi instalado três
meses depois em Londres, como uma empresa
subsidiária, com autonomia para realizar operações financeiras. O banco ainda
se prepara para abrir um terceiro escritório em Joanesburgo, na África do Sul,
com o objetivo de prospectar oportunidades de negócios para empresas
brasileiras naquele continente.
O apoio do BNDES a exportações e linhas
de internacionalização de empresas se dá por diversos produtos e programas. Os
produtos são: o BNDES Exim (Pré e
Pós-Embarque), o BNDES Finem (com as linhas de
apoio à internacionalização de empresas e de aquisição de bens de capital) e o
BNDES Automático. Cada uma dessas formas de apoio tem mecanismos e objetivos
específicos, mas as linhas de financiamento podem ser combinadas entre si a
critério do banco.
De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de
Análises Sociais e Econômicas (Ibase), na
área internacional de exportação – na qual o banco financia o envio de bens já
existentes ou de serviços de uma empresa brasileira a outro país (Exim Pós-Embarque) – cerca de 87% dos investimentos,
nos últimos dez anos, foram para infraestrutura na América Latina e para compra
de bens de capital. Em 2012, o banco totalizou US$ 2,17 bilhões em desembolsos
nessa pós-embarque. O contrato se dá diretamente com a empresa brasileira, ou
com a empresa importadora de outro país – mas com a mediação da companhia
brasileira.
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