Ora, ora! Até que enfim começa a cair a máscara de mais um dos modismos e empulhações capitalistas, que foi assimilado, como sempre, com grande avidez e estardalhaço pelos assanhados neoliberais tupiniquins. Ele segue o caminho inexorável de outros modismos e empulhações: neoliberalismo, agências reguladoras, PPPs, entre outros menos ou mais votados. Ou seja, o caminho do fracasso e da queda da máscara.
O tal crédito de carbono – contra o qual sempre me posicionei – na prática significa o seguinte: “eu continuo poluindo aqui e ganhando muita grana e pago apenas uns vinténs furados para uns idiotas subdesenvolvidos ficarem muito felizes e acharem que estão salvando o planeta”! Só não vê quem não quer ou tem interesses em “se arrumar”.
O número de projetos brasileiros certificados para vender créditos de carbono caiu em 2011 depois de uma leve recuperação em 2010. Foram registrados pela Organização das Nações Unidas (ONU) apenas 14 projetos de redução de emissões no ano passado, frente a 20 em 2010. A queda no número de projetos, cujo pico foi em 2006, com 81, começou em 2009, com a crise financeira internacional. Recentemente, os investidores também se mostraram inseguros sobre se o Protocolo de Kyoto, que terminaria este ano, seria prorrogado, mantendo o mercado de crédito de carbono.
A reportagem é de Samantha Maia e publicada pelo jornal Valor, 05-01-2012.
A validade do protocolo, que estabelece metas de redução de emissões de gás a países desenvolvidos, foi estendida para 2017 na conferência do clima em Durban, na África do Sul, em dezembro do ano passado. Não haverá, porém, a participação de Canadá, Japão e Rússia, que se retiraram, e dos Estados Unidos, que já não participavam antes. "Diminui o número de projetos porque se imaginava que o mercado de crédito de carbono poderia acabar. Mas há expectativa de que volte a ter crescimento", diz a advogada Érica Rusch, sócia do Rusch Advogados e especialista em ambiente.
Assim como o número de projetos desenvolvidos, também caiu o preço dos créditos de carbono, e a rentabilidade dos projetos passa a ser o motivo da maior insegurança hoje após a prorrogação de Kyoto.
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