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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

"Será que o bicho está pegando na Europa?"

Comentários/opinião
Na Europa, parece que o “bicho está pegando”, conforme destaque do editorial da Carta Maior de hoje, 20-02-2012, e de várias matérias de jornais do mundo, como é o exemplo logo abaixo, divulgado pelo IHU Notícias, também de hoje.
Entretanto, aqui no nosso Brasil carnavalesco, parece que o povo apenas se diverte vendo a banda e a caravana passarem e o tempo correr. “Numa boa”.
Será que aqui não tem crise nem se corre o risco de ter? Será que todo o mundo está feliz e satisfeito e de bem com a vida? E, bem assim, com o tanto de circo e o pouco de pão que lhe é oferecido?
Entendo que há diferenças fundamentais e destaco apenas duas. Uma, corresponde aos níveis, bem diferentes, de acomodação da nossa sociedade e das sociedades européias quando seus interesses não estão sendo satisfeitos adequadamente. Outra, corresponde aos níveis de submissão das organizações sociais (partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais etc) aos padrões impostos pelos poderes econômico e governamentais.
ARRIBA, ESPANHA!
“Maré humana toma conta das ruas de Madrid, Barcelona e de dezenas de outras cidades espanholas neste domingo.  Trabalhadores aderem em massa ao protesto convocado pelas centrais sindicais contra a reforma laboral do governo Rajoy. Perto de completar dois meses de mandato, o PP tenta fazer todo o mal de uma vez e enfileira o arrocho contra os trabalhadores na sequência de um draconiano corte de gastos fiscais. A austeridade trouxe, por exemplo, um efeito desconcertante na esfera da saúde pública: de um lado, filas que só fazem crescer; de outro, alas inteiras de hospitais fechadas com leitos ociosos, por medida de economia. A revista 'Nature' denuncia, ainda,o "suicídio científico espanhol", fruto dos cortes de gastos que incentivam a debandada de pesquisadores para o exterior. A reforma laboral que levou 500 mil às ruas de Madrid ,outros 400 mil em Barcelona, barateia a demissão e autoriza a redução unilateral de salários pelos  patrões. A relevancia desse cabo de guerra  extrapola as fronteiras do país.  A economia espanhola é  a pinguela frágil que interliga nações  pobres e ricas no interior do quebra-cabeças do euro.  Se o arrocho fracassar aí pela pressão das ruas, abre-se um avenida de bandeiras comuns para a unificação dos protestos na UE, mudando a relação de forças na Europa e a agenda da crise em todo o mundo.
Deputados viram reféns cercados por manifestantes e líderes da UE
Um enorme aparato de segurança cerca a sede do Parlamento Helênico, o núcleo do poder político da Grécia, no centro de Atenas. O efetivo da polícia serve para desestimular tentativas de invasão por manifestantes, mas também alimenta uma ironia corrente na capital: a de que os deputados são reféns, mantidos em cativeiro.
A reportagem é de Andrei Netto e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 20-02-2012.
O curioso é que foi assim que diversos parlamentares entrevistados pelo Estado na última semana descreveram a situação em que se encontram. De um lado, afirmam, enfrentam uma pressão permanente de líderes políticos da União Europeia (UE) e de técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) para que aprovem sem emendas as medidas de austeridade, que já totalizam € 160 bilhões em dois anos. De outro, sentem-se humilhados pelas vaias, pelo descrédito e pelo desprezo com que são vistos pela opinião pública.

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