Comentários/opinião
O articulista faz uma “correlação mitológica” que contem um certo sentido, destaca comparações com motivações subliminares e “submersas” de outras copas, o que também é válido, mas comete equívocos quando desliza para o campo ideológico e infere que o melhor e maior exemplo de corrupção no Brasil foi o mensalão, o qual teria sido inventado no governo Lula. E isso é depreciar, no mínimo, o conhecimento que as pessoas têm da nossa história política.
Por outro lado, não entra nas feridas vivas dos favorecimentos políticos, econômicos e financeiros que estão correndo por ai a fora nos “investimentos” para a Copa e a Olimpíada, cujos desvios somarão o equivalente a muitíssimos processos de mensalões. E são obras que de muito pouco servirão para o beneficio da sociedade após os eventos.
Esse esquecimento teria sido por ingenuidade, desconhecimento ou proposital do professor?
Clique abaixo e leia a matéria divulgada no IHU Notícias, 18-03-2012.
O aperfeiçoamento do "sistema Fifa" levou à descoberta de outro filão: promover as Copas do Mundo em países cujo controle das contas públicas não é, digamos, rígido. África do Sul (2010), Brasil (2014), Rússia (2018), Catar (2022) são oportunidades de ouro para grandes negócios. Desde que, evidentemente, os sócios locais aceitem "jogar o jogo", escreve Hilário Franco Júnior, professor do Depto. de História da USP, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, 18-03-2012.
Segundo ele, "o vazio político agora criado na CBF pode se prestar para acertos de conta entre desafetos variados na corrida pelo poder. Mas também é possível que trabalhe para uma reforma em profundidade da instituição, o que pela força modelar do futebol no Brasil serviria para uma reflexão global de nossa sociedade".
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