Comentários/opinião
No artigo abaixo – muito bom – a crise da Grécia é batizada como o olho do furacão, mas eu acho que está mais para buraco negro, aquele da implosão de uma estrela ou até de uma galáxia e, talvez um dia, do próprio Universo. Porém, há outra metáfora que me parece mais apropriada.
Imaginem uma fileira de peças de dominó, em pé, arranjadas de modo que, no inicio, as peças estão colocadas muito próximas e vão se afastando progressivamente. Imaginem também que elas estão oscilantes em proporção inversa, as primeiras mais e as últimas aparentemente firmes.
Se as peças se firmarem, nada acontece. Se a primeira cair, leva as demais até o ponto em que a separação seja maior do que o comprimento daquela imediatamente anterior, que já caiu.
Parece coisa infantil, não é? Pois é esse nível de infantilidade que domina e conduz o mundo do capital nestes tempos ditos “modernos”.
Clique abaixo para ler a matéria divulgada pelo IHU Notícias, 19-03-2012
"A lei da mercadoria, tão certeiramente definida por Marx, levou a lógica do capital até os rincões mais afastados do planeta. Para esta longa viagem, na sua equipagem o capital levou também as suas contradições e a propensão à crise. É o pulso das economias capitalistas", escreve Alejandro Nadal, economista mexicano, em artigo publicado pelo jornal La Jornada, 14-03-2012, e reproduzido por resistir.info.
Eis o artigo.
Dizem que o tempo é um invento para evitar que tudo aconteça no mesmo instante. A frase original é do escritor Ray Cummings e aparece no seu romance de ficção científica A garota do átomo dourado (publicado em 1929). Parece assim que hoje o tempo colapsa sobre si próprio e, efetivamente, todas as economias do planeta acusam simultaneamente os sintomas e as feridas da crise.Isto pode parecer uma opinião demasiado pessimista. Afinal de contas a imprensa de negócios esforça-se por fazer-nos acreditar que a crise global entrou numa fase de acalmia e até de recuperação. A violência da crise na Grécia passou momentaneamente para um segundo plano com reestruturação da sua dívida, há uma semana. O euro parece que melhorou a sua posição e surgem outras "boas notícias". Nos Estados Unidos, pelo terceiro mês consecutivo, anuncia-se que foram gerados empregos e fala-se de uma "tímida recuperação".
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