Comentários/opinião
Para os teóricos, os teorizadores, os teorizadores-práticos ou práticos-teorizadores, não científicos nem acadêmicos, ou seja, simples “curiosos observadores do cotidiano” – como eu acho que posso ser auto-enquadrado – qualquer teoria crítica do sistema capitalista é sempre bem-vinda. É o caso do tema abaixo, abordado pelo geógrafo britânico, marxista, professor da Universidade de Nova York, aqui destacado.
Apreciem, por favor.
Barba e cabelos grisalhos, magro, voz baixa e jeito tímido formam a figura de pacato senhor inglês do geógrafo David Harvey, cuja aparência esconde um ferrenho crítico do capitalismo, animado por um debate que toma as ruas desde a crise americana de 2008, que ele chama de "mãe de todas as crises". Considerado um dos autores que oxigenam o pensamento marxista na atualidade, seus cursos sobre "O Capital" estão disponíveis na internet e serão, em breve, publicados no Brasil pela Boitempo, mesma editora de seu trabalho mais recente, "O Enigma do Capital e as Crises do Capitalismo". O livro é resultado de uma provocação: Harvey foi chamado a explicar o que Marx teria dito sobre a crise. Para responder ao desafio, ele trata o capitalismo como um ser vivo, dependente do fluxo de capital como o corpo humano depende do fluxo sanguíneo. Na originalidade desse pensamento está a percepção de que todas as receitas para a crise econômica propõem a estranha combinação entre transfusão de sangue, de um lado, e sangria, do outro. "A regra do neoliberalismo é a de que, entre salvar a instituição e o bem-estar das pessoas, opta-se por salvar a instituição financeira."
A entrevista é de Carla Rodrigues e publicada pelo jornal Valor, 09-03-2012.
A presente divulgação é do IHU Notícias, de hoje, 09-03-2012.
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