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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Lei de mobilidade urbana: redesenhando as cidades. Entrevista especial com Nazareno Stanislau Affonso

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Um simples olhar para a foto que ilustra a matéria permite identificar donde ela provém: de qualquer uma das grandes cidades brasileiras. Também poderia ser de outras partes do mundo onde não há transporte coletivo de qualidade. Mas há uma diferença: duvido que exista em qualquer outro país uma política de transporte sobre pneus tão idiota e persistente como aqui. E mais, onde exista tanta facilitação para montadoras continuarem "montadas" na exploração da burrice tupiniquim. Dos governos e do povo alienado, na sua imensa maioria.

Caso essa lei seja de fato cumprida pelo Estado brasileiro, começaremos a delinear uma nova cidade”, diz o coordenador Nacional do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos – MDT.
“A lei da mobilidade urbana propõe uma mobilidade para todos, e não só para alguns, nem para pobre ou para rico. A opção é investir em um transporte de qualidade para todos”. É a partir dessa avaliação que Nazareno Affonso comenta a lei de mobilidade urbana, em vigor no país desde o dia 12 de abril deste ano, e afirma que ela “confronta a política de mobilidade instituída, que tem como base a universalização do uso e do acesso ao automóvel como meio de transporte universal da população brasileira”.
Membro de associações e movimentos sociais que reivindicam transporte público de qualidade, Affonso acompanha o debate sobre a mobilidade urbana há mais de 20 anos e assegura que o investimento em políticas públicas não é suficiente para redesenhar a mobilidade das cidades. “Quem não tem carro quer tê-lo. Então, não se trata apenas de uma mudança nas políticas públicas, mas de uma mudança de valores, de opção de vida, e de país”, avalia.
Em entrevista concedida à IHU On-Line por telefone, ele enfatiza que não existe um modelo ideal de transporte público, no sentido de reforçar os investimentos em metrôs, ônibus, bicicletas. A melhor forma de investir em transporte público e mobilidade urbana, assegura, é "verificar a relação entre capacidade, custo e tempo de implantação”.
Nazareno Stanislau Affonso é coordenador do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos – MDT e do escritório da Associação Nacional de Transportes Públicos – ANTP de Brasília. Também é diretor do Instituto RUAVIVA e é integrante do Conselho das Cidades e da Coordenação do Fórum Nacional da Reforma Urbana.

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