Comentários/opinião
Opa! "Eles" estão de volta, na
Espanha. Ao que parece, agora mais experientes, mais organizados, mais
conhecedores do inimigo, mais pés-no-chão. E, em sendo assim, com mais condições
objetivas de causar maiores dissabores ao sistema conservador, reacionário, excludente,
subalterno e submisso ao poder econômico-financeiro, que domina a Espanha.
Vejamos se o "25-S" supera o
"15-M", em termos de resultados a favor da sociedade no seu embate contra
a tirania político-econômica vigente na velha Europa. As recentes eleições havidas
por lá são um indicativo de que isso é possível.
Aliás, o que acontece na pequenina Marinaleda
(vide-matéria anterior) é outro indicativo nada desprezível.
Matéria divulgada no IHU Notícias, 26-09-2012.
Marcha para “ocupar o Congresso” na Espanha
reforçou desejo de nova constituinte, reivindicação que ficou em segundo plano
nas manchetes dos jornais após confronto da polícia com manifestantes – dezenas
foram detidos e feridos. Indignados voltam às ruas nesta quarta-feira para exigir
uma democracia mais participativa.
A reportagem é de Naira Hofmeister e Guilherme
Kolling e publicado pela Agência Carta Maior, 26-09-2012.
Tudo o que a classe política espanhola queria
era que, após o protesto do 25-S (em referência à data de 25
de setembro), ou “Ocupa o Congresso”, o noticiário do país ficasse centrado em
um confronto entre a polícia e os manifestantes. Só assim poderiam desviar a
atenção da exigência dos cidadãos que foram à rua: uma constituinte para
modificar as bases da democracia na Espanha.
“Nossa Carta Magna foi escrita logo que acabou
uma longa ditadura e naquele momento, no final dos anos 70, parecia avançada.
Mas hoje se vê que era uma forma de manter o poder nas mãos dos mesmos grupos
para sempre”, reclamava um jovem de não mais de 30 anos que, como todos os demais
entrevistados nesta marcha, não quis identificar-se.
O debate de fundo acabou aplastado nos grandes
jornais que optaram por destacar os distúrbios que terminaram com dezenas feridos,
outros tantos detidos e muitos insatisfeitos que não arredaram o pé da frente
do Parlamento mesmo após a carga policial. E que voltarão a reunir-se no mesmo
lugar nesta quarta-feira, com a mesma proposta. “Queremos que isso seja um movimento
revolucionário”, garantem.
Na verdade já é assim, tendo em vista que o 25-S
é a continuação do que no Brasil ficou conhecido como o movimento dos Indignados e que na Espanha é lembrado
pela data em que milhares acamparam na Puerta del Sol em Madri, o 15-M, 15 de
maio de 2011. Nessa ocasião eles já pediam “democracia real já”.
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