Comentários/opinião
Permitam parodiar o dito popular que diz “se
você pensa que [tal-e-tal], se enganou, meu bem”.
Assim, quem pensava que o neoliberalismo
desenfreado dos “fernandos” (Collor e FHC) tinha acabado no advento do “neodesenvolvimentismo
lulo-dilmista”, se enganou, meu bem. Redondamente.
Até o processo de entrega de estatais não morreu,
apenas mudou de roupagem. E além de novas vestes, tem outras trajetórias.
Todavia, o rumo é sempre o mesmo: tudo com
vistas à transferência de riqueza e dinheiro para o sistema econômico e financeiro de
acumulação capitalista, seja internacional ou nacional. Aliás, é impossível
saber o que é uma coisa e o que é outra, dada a quantidade fantástica
de aquisição de empresas “nacionais”, legítimas ou não.
Em suma, o processo de entrega das riquezas nacionais
e do trabalho árduo e mal remunerado dos trabalhadores brasileiros continua em
marcha batida.
Estão plotadas abaixo duas matérias divulgadas
hoje pelo IHU Notícias, dentre as dezenas que exemplos de todos os dias,
que dão embasamento à análise e às conclusões obvias acima.
Quando começarão aqui os movimentos de reação
que apenas assomaram nos EUA, mas se espalham na hoje desgastada e empobrecida
Europa?
Nos rugidos do monstro
"A preocupação com fortes
indicativos de aceleração da mineração, em
especial a abertura das terras indígenas através da aprovação do PL 1610 e a aprovação de um novo marco regulatório
da mineração conduzido na surdina pela Casa Civil da Presidência da República,
e principalmente os fortes impactos de mineração sobre comunidades quilombolas
e camponesas, motivou o encontro promovido pela CPT,
sobre mineração. Foi um primeiro momento, dum debate e enfrentamento urgente. O
Cimi participou levando as preocupações dos povos
indígenas a esse respeito. Um grupo de trabalho irá implementar os
encaminhamentos e dar continuide ao processo de reflexão, debates e
embates", informa Egon Heck,
CIMI-MS, ao enviar o artigo que publicamos a seguir.
Eis o artigo.
A mineração é
uma grande preocupação. Especialmente para os povos indígenas, quilombolas e
comunidades tradicionais, em cujo subsolo existem minerais. Poderão ter em
breve seus territórios removidos e
transformados em infinitas crateras. Em vista disso movimentos
sociais e aliados das populações que historicamente continuam sendo vítimas de
modelos de desenvolvimento que os impactam e destroem a natureza, promovem
encontros e reflexões para traçar suas estratégias diante da voracidade da
exploração mineral.
A Comissão Pastoral da Terra acaba
de promover um momento de intercambio de experiências e reflexão sobre o tema
"Impactos da mineração sobre comunidades camponesas, quilombolas e povos
indígenas".
Governo é acusado de recuar ante tabagistas
Quatro integrantes da delegação brasileira que
participavam da Conferência das Partes (COP-5) da Convenção-Quadro do Tabaco,
em Seul,
na Coreia do Sul, ainda em meio às discussões, foram chamados de volta pelo
governo. A decisão provocou protestos de ONGs, que atribuíram a saída
antecipada a pressões feitas pela indústria do fumo, manifestamente contrária a
propostas debatidas durante a conferência.
"Não havia justificativa para tal ordem. A
determinação foi interpretada como um recuo pró-indústria do tabaco",
disse a diretora executiva da Aliança de Controle do Tabagismo, Paula Johns.
A ordem foi dada a dois funcionários da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e dois do Instituto
Nacional do Câncer (Inca).
A reportagem é de Lígia
Formenti e publicada pelo jornal O
Estado de S. Paulo, 17-11-2012.
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