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sábado, 17 de novembro de 2012

Brasil neoliberal até quando?


Comentários/opinião
Permitam parodiar o dito popular que diz “se você pensa que [tal-e-tal], se enganou, meu bem”.
Assim, quem pensava que o neoliberalismo desenfreado dos “fernandos” (Collor e FHC) tinha acabado no advento do “neodesenvolvimentismo lulo-dilmista”, se enganou, meu bem. Redondamente.
Até o processo de entrega de estatais não morreu, apenas mudou de roupagem. E além de novas vestes, tem outras trajetórias.
Todavia, o rumo é sempre o mesmo: tudo com vistas à transferência de riqueza e dinheiro para o sistema econômico e financeiro de acumulação capitalista, seja internacional ou nacional. Aliás, é impossível saber o que é uma coisa e o que é outra, dada a quantidade fantástica de aquisição de empresas “nacionais”, legítimas ou não.
Em suma, o processo de entrega das riquezas nacionais e do trabalho árduo e mal remunerado dos trabalhadores brasileiros continua em marcha batida.
Estão plotadas abaixo duas matérias divulgadas hoje pelo IHU Notícias, dentre as dezenas que exemplos de todos os dias, que dão embasamento à análise e às conclusões obvias acima.
Quando começarão aqui os movimentos de reação que apenas assomaram nos EUA, mas se espalham na hoje desgastada e empobrecida Europa?
Nos rugidos do monstro
"A preocupação com fortes indicativos de aceleração da mineração, em especial a abertura das terras indígenas através da aprovação do PL 1610 e a aprovação de um novo marco regulatório da mineração conduzido na surdina pela Casa Civil da Presidência da República, e principalmente os fortes impactos de mineração sobre comunidades quilombolas e camponesas, motivou o encontro promovido pela CPT, sobre mineração. Foi um primeiro momento, dum debate e enfrentamento urgente. O Cimi participou levando as preocupações dos povos indígenas a esse respeito. Um grupo  de trabalho irá implementar os encaminhamentos e dar continuide ao processo de reflexão, debates e embates", informa Egon Heck, CIMI-MS, ao enviar o artigo que publicamos a seguir.
Eis o artigo.
mineração é uma grande preocupação. Especialmente para os povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, em cujo subsolo existem minerais. Poderão ter em breve seus territórios removidos e transformados em infinitas crateras. Em vista disso movimentos sociais e aliados das populações que historicamente continuam sendo vítimas de modelos de desenvolvimento que os impactam e destroem a natureza, promovem encontros e reflexões para traçar suas estratégias diante da voracidade da exploração mineral.
Comissão Pastoral da Terra acaba de promover um momento de intercambio de experiências e reflexão sobre o tema "Impactos da mineração sobre comunidades camponesas, quilombolas e povos indígenas".
Governo é acusado de recuar ante tabagistas
Quatro integrantes da delegação brasileira que participavam da Conferência das Partes (COP-5) da Convenção-Quadro do Tabaco, em Seul, na Coreia do Sul, ainda em meio às discussões, foram chamados de volta pelo governo. A decisão provocou protestos de ONGs, que atribuíram a saída antecipada a pressões feitas pela indústria do fumo, manifestamente contrária a propostas debatidas durante a conferência.
"Não havia justificativa para tal ordem. A determinação foi interpretada como um recuo pró-indústria do tabaco", disse a diretora executiva da Aliança de Controle do Tabagismo, Paula Johns.
A ordem foi dada a dois funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e dois do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
A reportagem é de Lígia Formenti e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 17-11-2012.

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