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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Conselho Nacional de Política Energética: Onde está a sociedade civil?

Comentários/opinião
Mudo e amplio a pergunta do texto para: “onde estão a democracia e a transparência”?
A conclusão é aparentemente óbvia: se a sociedade civil deve ser convidada e não o é, é porque sua presença não é desejada nem desejável. (O “aparentemente” está aí apenas para disfarçar minha “radicalidade”...). 
Na verdade, se não é desejada nem desejável, é porque não pode dar opinião nem dificultar as decisões nem sequer saber o que está sendo tratado e decidido.
Isso parece ser de uma lógica acaciana sem contrapontos. "Aparentemente"...
A nota está divulgada no IHU Notícias de hoje, 18-12-2013, e está assinada por 41 organizações e instituições sociais e ambientais locais, regionais, nacionais e até internacionais.
Conselho Nacional de Política Energética: Onde está a sociedade civil?
"o CNPE tem menosprezado propostas inovadoras da sociedade civil e de empreendedores do setor privado em áreas estratégicas, como a eficiência energética e a conservação de energia; o aproveitamento do potencial quase infinito da energia solar, por meio da inovação tecnológica e o fomento a cadeias produtivas nacionais; as propostas de políticas para estimular, em bases sustentáveis e com justiça social, a ampliação de escala de outras fontes renováveis não convencionais, como a eólica, a biomassa e o movimento natural das águas sem barramentos, assim como a descentralização da produção e do consumo, evitando riscos e custos da produção centralizada, em mãos de grandes empresas", denuncia a nota de movimentos sociais e ambientais, publicada ontem, dia 17-12-2013. A nota é endereçada ao Governo e à Sociedade Brasileira.
Segundo a nota, "não é legítimo, nem lícito que o CNPE tome decisões estratégicas sobre a política energética sem abrir o diálogo e sem contar com a contribuição da sociedade civil.  De fato, a atual política energética está sendo imposta à sociedade, em nome de necessidades definidas a partir de critérios discutíveis, favorecendo as “necessidades” de determinados grupos econômicos".

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Brasil tem mais engenheiros que médicos, aponta pesquisa do Ipea

Comentários/opinião
E agora, José? O governo se esforça e se esbofa para atender os oráculos empresariais e midiáticos, baseados em estatísticas lidas de forma burra e fora do contexto, que tentam mostrar que há falta de profissionais nas áreas tecnológicas. A principal burrice – mas não a única – é tentar, de modo tendencioso, a generalização de situações que são pontuais, setoriais e/ou temporais específicas. Mesmo estas tem origem na mediocridade dos diagnósticos ou na ausência de planejamento com visão de projeto de nação ou em ambas. Aliás, um projeto de nação é coisa absolutamente inexistente no nosso país desde sempre.
E agora, José, onde ainda vão arranjar razões para embaçar compromissos políticos e de outras naturezas, já assumidos e justificar o injustificável? Ou seja, a importação de técnicos de outras terras onde o desemprego assusta muito os outrora inventores e agora administradores do caos econômico e social vigente por aí, nesse mundinho neoliberal.
Ressalte-se que não é de hoje que estudos do Ipea – afiançados por estudos de entidades sindicais sérias - já vêm chamando a atenção para a constatação que ora se confirma.
E não será em demasia sempre repicar que no Brasil não faltam engenheiros, mas sim salários dignos e decentes para esses profissionais, o que os afasta da profissão.
Brasil tem mais engenheiros que médicos, aponta pesquisa do Ipea
A falta de médicos em determinadas regiões do País foi constatada na pesquisa Cidades em Movimento: Desafios e Políticas Públicas, divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Feita com base no Censo 2010, mostra que, proporcionalmente, em relação ao número de habitantes, o País tem mais engenheiros que médicos.
A reportagem foi publicada pela Agência Brasil, 02-12-2013. [Reproduzida no IHU Notícias de 04-12-2013]. Grifo nosso.
Além de apresentar mapas com as regiões mais carentes de médicos, o estudo revela que para cada engenheiro a proporção é 267,62 habitantes. Já para cada médico, são 701,61 pessoas na média nacional. A proporção é menor no Maranhão, no Amapá e no Pará, onde são, respectivamente, um profissional de saúde para cada grupo de 2,3 mil, 1,9 mil e 1,5 mil pessoas.
"São quase três vezes mais engenheiros que médicos no País", reforçou o presidente do Ipea, Marcelo Neri, ao divulgar dados antecipados da pesquisa no Rio de Janeiro. "A relação é um médico no Maranhão para cada nove médicos em São Paulo."
No Maranhão, no Piauí e em Roraima, os engenheiros também são mais escassos que nos demais Estados do País, sendo um para cada grupo de 1,2 mil, 1,1 mil e mil pessoas. Coincidentemente, por outro lado, os Estados com mais engenheiros e médicos são São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Segundo a pesquisa, as profissões foram quantificadas por serem fundamentais ao desenvolvimento do País e foco de políticas públicas federais como os programas Mais Médicos, do Ministério da Saúde, e o Ciência Sem Fronteiras, coordenado em conjunto pelos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Educação." São profissões relevantes para o crescimento econômico", justificou um dos responsáveis pelo estudo, Rogério Boueri.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

BNDES, para exportação

Comentários/opinião
É, tudo parece ir no rumo direto e reto das facilitações para quem delas não necessita. Isso, em termos de recursos públicos, porque já dispõe de facilidades oferecidas pelo capital nacional e internacional.
Entendo que está na hora de consolidar o retorno ao passado e retirar do nome do banco o “S”, inadvertida e espertamente ali justaposto para significar “Social”. Porque está claro que o banco nada mais tem de social a não ser os recursos do FAT, ou seja, dos trabalhadores brasileiros.
Traduzindo: mais uma desfaçatez e uma pouca-vergonha, algo impossível de ser chamado de outra forma.
BNDES, para exportação
Em nome da internacionalização, financiamentos do BNDES a empreiteiras brasileiras no exterior cresceram 1185%, em dez anos, segundo estudo do IbaseOdebrecht é líder.
A reportagem é de Bruno Fonseca e Jessica Mota e publicada pela Agência Pública, 28-11-2013.
A partir de 2003, com a mudança de seu estatuto social, o BNDES passou a apoiar investimentos diretos a empresas brasileiras no exterior. Mas foi só em 2005 – quando se aprovaram as normas de financiamento direto internacional – que o banco se tornou um agente importante no processo de internacionalização de empresas. A seguir foram abertos os primeiros escritórios fora do país.
O primeiro, em agosto de 2009 em Montevidéu, no Uruguai, tinha o objetivo de “identificar, estruturar e facilitar negócios de interesse do Brasil na América do Sul, em especial nos países do Mercosul”. O segundo escritório internacional foi instalado três meses depois em Londres, como uma empresa subsidiária, com autonomia para realizar operações financeiras. O banco ainda se prepara para abrir um terceiro escritório em Joanesburgo, na África do Sul, com o objetivo de prospectar oportunidades de negócios para empresas brasileiras naquele continente.
O apoio do BNDES a exportações e linhas de internacionalização de empresas se dá por diversos produtos e programas. Os produtos são: o BNDES Exim (Pré e Pós-Embarque), o BNDES Finem (com as linhas de apoio à internacionalização de empresas e de aquisição de bens de capital) e o BNDES Automático. Cada uma dessas formas de apoio tem mecanismos e objetivos específicos, mas as linhas de financiamento podem ser combinadas entre si a critério do banco.
De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas  (Ibase), na área internacional de exportação – na qual o banco financia o envio de bens já existentes ou de serviços de uma empresa brasileira a outro país (Exim Pós-Embarque) – cerca de 87% dos investimentos, nos últimos dez anos, foram para infraestrutura na América Latina e para compra de bens de capital. Em 2012, o banco totalizou US$ 2,17 bilhões em desembolsos nessa pós-embarque. O contrato se dá diretamente com a empresa brasileira, ou com a empresa importadora de outro país – mas com a mediação da companhia brasileira.


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Pontos e contra-pontos: Nem tão limpa, nem tão barata

Comentários/opinião
Saio satisfeito do II Fórum Mundial de Desenvolvimento Econômico Local, realizado em Foz do Iguaçu com a presença de mais de 4.000 participantes de mais 50 países do mundo todo, excelentes relatos de experiências exitosas, interessantes debates e muitas ideias animadoras quanto à importância da organização da sociedade nas definições e execuções do desenvolvimento econômico, social e humano.
Anote-se que o evento foi encerrado com a presença do ex-presidente Lula, o qual pronunciou emotivo e aplaudidíssimo discurso sobre os avanços sociais e econômicos havidos no seu governo. Os positivos e inegáveis foram destacados, é obvio; os nem tanto, não foram destacados. Isso também é óbvio...
Saio do evento ao seu término, chego ao hotel e me deparo com a matéria alocada abaixo, expressa no IHU Notícias de hoje.
Uma conclusão nada confortável e aparentemente absurda: quantos pontos e contra-pontos existem assim como verdades, meias-verdades e até inverdades no que se diz e no que se faz e no que não se faz? E também no que não se diz mas se faz. Dá muito no que pensar.
Vejam a matéria anexa e as matérias nela referidas, especialmente a REPORTAGEM que fala das hidrelétricas do Rio Uruguai, no Sul do Brasil, um real exemplo do que ocorre em muitos – se não todos – os empreendimentos energéticos que foram e estão sendo implementados “neste país”. Para usar a expressão que se tornou “marca registrada” do ex-presidente Lula.
Nem tão limpa, nem tão barata
Reportagem cinematográfica produzida nas hidrelétricas do Rio Uruguai questiona custos reais da energia hidrelétrica.
A reportagem é do Coletivo Catarse, publicada no portal da Agência Pública, 30-10-2013.
“A população brasileira precisa estar informada de que a energia limpa e barata de hidrelétricas não existe”, alerta o professor da USP Célio Bermann. Percorremos os caminhos do rio Uruguai, divisa dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, para apurar a questão. O resultado desse trabalho é a reportagem cinematográfica “Barragem”.
A maior bacia hidrográfica da Região Sul do Brasil está cravejada de usinas hidrelétricas. O que era um complexo sistema de rios em corredeiras, hoje é uma sequência, quase que contínua, de lagos largos e profundos. E justamente nos últimos trechos em território nacional que ainda preservam características originais do ambiente, o governo federal quer autorizar a instalação de novos empreendimentos. Para isso não mede consequências, e passa por cima de direitos sociais, econômicos e ambientais.
Sempre com a posição de que se trata de um recurso natural sustentável, o planejamento das concessões de geração de energia são decididos pelo conceito daquela que consegue vender a tarifa pelo menor preço.”E se chega no menor preço pelo custo do investimento, a energia que cada fonte produz e o custo do dinheiro que tu pegas para realizar o projeto”, prega Ronaldo Custódio, diretor de Engenharia e Operação da Eletrosul, ao defender as hidrelétricas como a que melhor responde a essas exigências.
Acontece que um rio não é uma calha, um dreno, mas um organismo conectado por um sistema de fluxos à montante e à jusante. Para o  coordenador do estudo de impacto integrado da Bacia do Rio Uruguai (FRAG/Rio)Rafael Cruz, a primeira pergunta ao se pensar em barrar um rio é qual a capacidade de suporte para usinas hidrelétricas. “Quando se faz a contabilidade tradicional de uma usina hidrelétrica, e não se verifica a fragilidade do rio devido aos impactos ambientais, pode parecer limpa”, critica.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Exército ocupa frente de hotel onde ocorrerá leilão do pré-sal

Comentários/opinião
A notícia é de ontem, como se percebe. Infelizmente, o previsto foi realizado porque hoje já estão ocorrendo episódios como os que se têm visto desde junho. E certamente, outros ocorrerão na sequência. (Escrevo estas notas antes da abertura do leilão).
As perguntas que não querem calar só podem ser: que pais é este,  o qual se aferra tão duramente ao propósito de fazer doações do seu patrimônio até com o sangue de seu povo?  Não se conforma apenas em doar o seu suor? Quando começará a doação de vidas? Hoje?
Já vimos esse filme em outros tempos! Vamos insistir em repetí-los?
Exército ocupa frente de hotel onde ocorrerá leilão do pré-sal
As tropas do Exército já estão posicionadas em frente ao Hotel Windsor Barra, no Posto 4 da Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, onde nesta segunda-feira, a partir das 14h, ocorrerá o primeiro leilão de Libra, do pré-sal da Bacia de Santos, atendendo às novas regras do modelo de partilha.
A reportagem é de Douglas Corrêa e publicada pela Agência Brasil, 20-10-2013.
Os militares ocupam a entrada do hotel desde a meia-noite de domingo, equipados com escudos e armas não letais. A tropa está preparada para agir em casos de manifestações, que estão sendo convocadas pelos petroleiros em greve e pelos movimentos sociais que apoiam a paralisação, contrários ao leilão da camada do pré-sal. Os petroleiros estão parados, por tempo indeterminado, desde quinta-feira (17).
Os black blocs, grupos que se vestem de negro e usam máscaras contra gás, presentes em todas as manifestações, estão convocando pelas redes sociais para um ato unificado amanhã, a partir das 10h, na praia da Barra da Tijuca, entre a Ponte Lúcio Costa e a Praça do Ó. O texto diz que o ato unificado é "Um milhão contra o leilão, a opressão e pela educação". Os black blocs também estão marcando uma concentração, às 17h, na Candelária, para um ato ao longo da Avenida Rio Branco, com término na Cinelândia.
A segurança na região da Barra da Tijuca, onde ocorrerá o leilão, será feita pelo Exército, com o reforço da Marinha, da Força Nacional e da Polícia Militar. O patrulhamento ostensivo começou na madrugada de domingo, na faixa do litoral e nas vias do entorno do Hotel Windsor. A área de atuação das forças de segurança está delimitada pelas avenidas Lúcio Costa, Érico Verissímo, Armando Lombardi, Afonso Arinos de Melo Franco e o Canal de Marapendi.
O efetivo total empregado na operação é formado por cerca de 1.100 homens, entre militares e policiais federais e estaduais, policiais civis, guardas municipais e funcionários públicos. Em nota, o Comando Militar do Leste (CML) pede aos motoristas que evitem a região entre hoje e amanhã, por causa de retenções no tráfego nas vias próximas ao hotel.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Pré-sal e o embate geopolítico estratégico. A maior privatização da história política do Brasil. Entrevista especial com Ildo Sauer

Comentários/opinião
Indubitavelmente, tenho enorme admiração e respeito pelo professor Ildo Sauer, um permanente estudioso das questões energéticas no Brasil, não apenas na questão do petróleo. Também tenho admiração e respeito pelos seus posicionamentos, sempre sob prioridade absoluta dos interesses do país.
Assim, não é desmedida a minha concordância com a gravidade das suas observações e denúncias a respeito do tema Libra, não apenas no que se refere à questão do leilão – o qual por si só já é um crime de lesa-pátria – mas por toda a burrice estratégica e a subserviência, que a “doação” do pré-sal está desnudando.  É algo incrível que isso não esteja sendo percebido de modo muito claro! Não pode ser por burrice! Só pode ser por má-intenção. E, portanto, trata-se de um verdadeiro crime hediondo.
Veja-se abaixo a parte final de entrevista e leia-se o inteiro teor no endereço anexo, do IHU Notícias de 02-10-2013.
Pré-sal e o embate geopolítico estratégico. A maior privatização da história política do Brasil. Entrevista especial com Ildo Sauer
“Como disse, Libra, na minha estimativa, vai custar entre 60 e 80 bilhões de dólares. Além disso, o governo precisa construir a cadeia produtiva brasileira. Infelizmente o governo não se planeja, não expande a formação de recursos humanos, a expansão da capacidade industrial brasileira, das áreas de serviços. Não adianta criar essa situação que temos hoje: as empresas prometem conteúdo nacional, não cumprem, a ANP as multa e acabou! Falta planejamento no país em todos os níveis: educação, saúde, infraestrutura, nas cadeias produtivas da área de energias, etc. O Brasil é um país que opera no dia a dia no improviso. E isso ficou claro com a decisão de tentar queimar o Campo de Libra para resolver um pequeno problema econômico das contas externas e das dívidas públicas. De maneira que o problema financeiro é um mito que inventaram; não falta dinheiro para quem tem reserva de petróleo certificada. O nível de endividamento da Petrobras é facilmente resolvível mediante um modelo diferente de negócio, porque a lei permite. A lei não é boa, ela poderia ser melhor, mas tem suficiente espaço para fazer uma política que garanta o interesse nacional e o interesse público”.

sábado, 5 de outubro de 2013

Casas têm mais TVs e menos rede de esgoto em 11 Estados do Brasil

Comentários/opinião
Veja-se como os valores mudam, em especial, no que se refere à qualidade e às condições de vida. Coisas que eram fundamentais deixaram de ser e passaram sua prevalência para coisas que eram de menor importância ou até dispensáveis.
As perguntas que devem ser feitas são, por exemplo: isso veio para ficar ou se trata de mais uma onda que dá e passa? Temos que, realmente, nos habituarmos a esses valores da “modernidade” ou podemos aguardar que as atuais irracionalidades sejam entendidas como tal e ocorram novos processos de “racionalização humana”?
Casas com TV, DVD, computador, carro e moto, mas sem esgoto e coleta de lixo.
Dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, mostram que, enquanto no país avança a presença nas residências de bens duráveis, como eletrônicos, boa parte dos Estados fica paralisada - ou até regride - em serviços como água, esgoto e coleta de lixo.
De 2011 para 2012, 14 Estados tiveram redução no percentual de moradias com esses serviços (em 11 a rede de esgoto não teve nenhum avanço); apenas dois recuaram em bens duráveis. Na média nacional, houve crescimento ou estabilidade, dependendo do item.
Na prática, essa queda mostra que o aumento do número de moradias não é acompanhado no mesmo ritmo pelas políticas públicas.
Um dos maiores entraves ainda é a rede de esgoto. Ao todo, 11 Estados recuaram no acesso a este serviço. No Piauí, o percentual de casas com acesso à rede foi de 4% para 2,8% --queda de 29%.
Oito Estados também recuaram no atendimento de rede de água, enquanto 12 pouco avançaram em coleta de lixo.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Tentativas de fraude contra consumidores atingem novo recorde

Comentários/opinião
Vejam só, eu sou – como muita gente – um contribuinte muito efetivo para a estatística dos “assediados comerciais” e outros similares, tanto os aparentemente sérios, como os apenas gananciosos, como os semi-patifes, como os patifes por inteiro. Por isso, possivelmente eu seja o assediado mais raivoso do planeta.
Tenho pensado em propor um anteprojeto de lei que defina como crime hediondo também qualquer assedio comercial, político, ideológico, religioso etc. etc. Porém, em qual parlamento poderia passar uma lei dessas?
Não no “nosso”parlamento, evidentemente, pelo menos não neste atual! Qual a punição? Não sei exatamente, mas fuzilamento em praça pública seria o mínimo aceitável... Aposto que os processos assediantes acabariam em curtíssimo tempo!
Quem topar um desafio como esse, me procure, por favor... Estou brincando falando sério ou falando sério brincando. Tanto faz...
Tentativas de fraude contra consumidores atingem novo recorde
DANIELLE BRANT – Folha on-line – 23-09-2013 – São Paulo
Descobrir uma compra na fatura do cartão de crédito ou um débito na conta bancária que você desconhece pode ser apenas o começo de uma grande dor de cabeça.
O número de tentativas de fraudes contra consumidores bateu recorde neste ano, chegando a 1,42 milhão até agosto, segundo a empresa de informações financeiras Serasa Experian.
Na divisão por setor, a telefonia -móvel e fixa- lidera, respondendo por 42,3% do total e desbancando serviços (30%), que aparecia na liderança desde o início da medição, em 2010.
Bancos e financeiras ocupam a terceira posição (18%), seguidos do varejo (7%).
De acordo com Maria Zanforlin, superintendente de serviços ao consumidor da Serasa, os dados refletem as dificuldades das empresas em acompanhar a "indústria da fraude", que cria novas formas de golpes com mais rapidez do que no passado.
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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Leilão de Libra: “Brasil perderá um trilhão e meio de dólares”. Entrevista especial com José Maria

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O José Maria foi ainda muito comedido e não deixou claro que certamente esse propósito estava  acertado e “escrito nas estrelas” já antes da eleição de 2010, de modo que o discurso teria sido apenas discurso e não compromisso.  A menos que o leilão seja suspenso – e mais do que isso – cancelado. O que duvido muito. Todavia sou daqueles que, em desespero, acreditam em milagres e torço desesperadamente para que possam ainda existir alguns fiapos de soberania e de interesse na manutenção da riqueza nacional. Torço por torcer, porque não creio.
E por que não acredito? Porque todo o processo do pré-sal é de doação do patrimônio nacional. Essa história de nos contentarmos apenas com míseros royalties é algo similar à doação do nosso automóvel ao vizinho mediante o compromisso dele vir uma vez por ano nos levar para passear! É mais ou menos essa a proporção. Assim, esse trilhão e meio de dólares é muito mas é apenas troco!
Leilão de Libra: “Brasil perderá um trilhão e meio de dólares”. Entrevista especial com José Maria
“Tenho algumas hipóteses para compreender o comportamento do governo brasileiro em relação ao leilão de Libra: seria uma falta de compromisso com o que está aprovado em lei; seria para fazer caixa, já que o governo está com dívidas internas e externas?”, questiona o economista.
O cancelamento do leilão de Libra “depende única e exclusivamente da presidente Dilma, do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e da Agência Nacional de Petróleo — ANP”, diz José Maria, membro do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro — Sindipetro-RJ, à IHU On-Line, em entrevista concedida por telefone.
Segundo ele, essa “é a primeira vez que a Petrobras irá colocar a leilão uma área descoberta por ela, a qual está, em parte, em plena produção”.
Crítico à insistência do governo brasileiro em realizar oleilão de Libra depois das espionagens feitas à Petrobras pela Agência de Segurança Nacional — NSA dos Estados Unidos, o economista lembra que, à época da campanha presidencial, “em diálogo com seu oponente, Dilma disse que o pré-sal não seria submetido a qualquer tipo de apreço, leilão, entrega, enfim. Mas o que se vê agora é o contrário, de modo que esse discurso serviu para a presidente ser eleita”.


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Alemanha "exporta" idosos para casas de repouso na Polônia

Comentários/opinião
A questão posta não pode ser, prioritariamente, olhada sob pontos de vistas éticos, os quais no mundo atual estão sendo suplantados por condições sociais, econômicas, políticas, institucionais e até humanas muito ruins. E as humanas, em especial, como decorrência das demais.
E prestem atenção: quem está dizendo isso com todas as letras sou eu, um idoso já bem acima dos 70, mas que ainda goza razoavelmente de boa saúde. Por enquanto... Todavia, sou muito realista!
O Brasil – e também o estado do Paraná, o qual estou estudando com amplidão e profundidade – estão ficando velhos.  São números crescentes que dizem isso, não se trata de opinião ou suposição.
A pergunta que não pode calar é: como estarão e ficarão os velhos do Brasil e por extensão do Paraná dentro,  digamos, dos próximos dez ou vinte anos?
Quem viver, verá!!!
Alemanha "exporta" idosos para casas de repouso na Polônia
Sonja Miskulin se esqueceu de seu amado gato, Pooki. Ela não se lembra se tem netos e nem da viagem de nove horas feita num recente domingo, quando deixou para sempre sua casa na Alemanha. Essa ex-tradutora, que sofre de demência e anda em cadeira de rodas, comemorou seus 94 anos, no mês passado, em uma casa de repouso na Polônia. Sua filha a mandou para o local para que tenha uma vida melhor e um tratamento mais barato.
A reportagem é de Naomi Kresge, publicada no jornal Valor, 17-09-2013. Divulgação da IHU Notícias, 18-09-2013.
Miskulin uniu-se a um movimento controverso: residentes de asilos que emigram. Essa "exportação de avós" tem gerado indignação na Alemanha. O maior jornal de Munique denunciou o fenômeno como sendo "colonialismo gerontológico" e o comparou às nações que exportam o próprio lixo.
Contudo, cada vez mais famílias como a de Miskulin dizem que é a melhor opção para dar uma velhice digna aos idosos - e poupar dinheiro - perante a dificuldade de ter cuidados de boa qualidade em casa. Segundo uma pesquisa feita em março pela TNS Emmid, um em cada cinco alemães consideraria atualmente viajar ao exterior em busca de uma casa de repouso.
"Eu só posso dizer: crianças, quando seus pais ficarem velhos, mandem-nos para a Polônia", disse a filha deMiskulin, Ilona von Haldenwang, de 66 anos.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Médicos cubanos no RS. Um depoimento.

Comentários/opinião
Eis o depoimento de uma experiência e uma visão extraordinárias.  Aqui, melhor seria dizer "extra" ordinárias, no sentido de fora do comum e tão ausente nos contextos vigentes de burrice, estupidez , ganância e desconsideração para com os seres humanos.
Médicos cubanos no RS. Um depoimento.
Publicação do IHU Notícias , 27-08-2013
"A saúde, quando eficiente, se manifesta em linguagem universal, todos acabam entendendo, não importa se é formatada por cubanos, brasileiros ou canadenses. Até porque os pacientes somos todos, inclusive os médicos. O momento atual atesta que se precisa rever o SUS, a partir da saúde e não da doença", afirma José Alberto Wenzel, ex-secretário de Saúde de Santa Cruz do Sul, RS, no artigo "Uma experiência local", publicado pelo jornal Zero Hora, 27-08-2013.
Referindo-se à presença de médicos cubanos no município, ele testemunha: "Foi uma reviravolta no sistema de atendimento básico à saúde. Em determinada ocasião, se pretendeu transferir um dos médicos cubanos para outra unidade do PSF, hoje seria ESFEstratégia de Saúde da Família. Tivemos que manter o médico em sua unidade original, tal foi a manifestação de apoio da população, exigindo sua permanência. Noutra ocasião, tivemos alguns problemas com a manutenção de um deles, tanto que tivemos que tomar as providências cabíveis".
Eis o artigo.
Palácio de Convenções de Havana estava lotado. Era o dia 28 de novembro de 1997, data de encerramento do 6º Seminário Internacional de Atenção Primária de Saúde. O tema do evento Salud para Todos en Cuba, falava por si. Profissionais, gestores, gente de muitos países, haviam passado quatro dias trabalhando saúde pública básica e preventiva.
Convidados a conhecer unidades do Programa de Saúde da Família, visitamos um posto onde o médico também residia. Cada morador da área de abrangência do posto estava identificado em fichas, onde constavam os dados pessoais, familiares, laborais e sua situação de saúde, bem como os procedimentos que vinham sendo adotados, ou seja, havia um prontuário, que era atualizado a cada visita do médico, enfermeiro e equipe responsável por aquele quarteirão.
De volta a Santa Cruz do Sul, não se teve dúvida. Foi instalado o Programa de Saúde da Família (PSF), que já se organizava e implantava em algumas cidades brasileiras. Entre as dificuldades, surgiu a questão dos médicos. Era necessário disponibilizar à população adstrita à Unidade Básica de Saúde da Família um médico, enfermeiro e equipe de agentes de saúde, em turno de oito horas diárias, com visitação efetiva às famílias. Alguns médicos se disponibilizaram, mas foi necessário buscar outra alternativa: contratamos dois médicos cubanos, pagos nos mesmos termos que os demais médicos locais.
Num primeiro momento, surgiram as dificuldades comuns, como alugar casa, arrumar avalista, enfim instalar os profissionais e integrá-los à comunidade. Como haviam passado por Brasília, já vinham com a condição de atuação temporária validada.
Foi uma reviravolta no sistema de atendimento básico à saúde. Em determinada ocasião, se pretendeu transferir um dos médicos cubanos para outra unidade do PSF, hoje seria ESFEstratégia de Saúde da Família. Tivemos que manter o médico em sua unidade original, tal foi a manifestação de apoio da população, exigindo sua permanência. Noutra ocasião, tivemos alguns problemas com a manutenção de um deles, tanto que tivemos que tomar as providências cabíveis.
O que ficou desta experiência em Santa Cruz do SulPrimeiro, que o programa exige o trabalho em equipe, formada por médico, enfermeira, agentes comunitários de saúde e outros profissionais julgados necessários à determinada comunidade. Segundo, há que se dotar a unidade de atenção básica da estrutura adequada. Terceiro, nenhuma unidade funciona como uma ilha, há que integrá-la ao sistema de saúde. Quarto, o sistema não é apenas de abrangência nacional, estadual, intermunicipal; ele precisa ser operado resolutivamente dentro da estrutura local, envolvendo a unidade básica, as especialidades, urgências, hospitais e demais instituições ligadas à área. Por fim, a saúde, quando eficiente, se manifesta em linguagem universal, todos acabam entendendo, não importa se é formatada por cubanos, brasileiros ou canadenses. Até porque os pacientes somos todos, inclusive os médicos. O momento atual atesta que se precisa rever o SUS, a partir da saúde e não da doença.
*Ex-secretário de Saúde de Santa Cruz do Sul

sábado, 24 de agosto de 2013

Grandes corporações promovem uma ditadura do alimento

Comentários/opinião
Essa indiana é – felizmente para o bem da humanidade – muito corajosa!
Todavia, como está a bulir com muitas e enormes cachorradas e alcateias de lobos extremamente poderosas, deve tomar especiais cuidados com sua sobrevivência pessoal.
Entendo que as organizações sociais mundiais – e a sociedade em geral de modos que forem possíveis – devem já manifestar, em alto e bom som, fortes ameaças de represálias a todos esses potentados, advertindo-os do risco que correm no caso de qualquer tentava criminosa. Tanto contra ela como a qualquer pessoa que ouse denunciá-los.
Essas atitudes devem começar por ameaças a seus bens mais sensíveis e apreciados aos seus bolsos, ou seja, os respectivos produtos no mercado. Por exemplo: algumas campanhas de boicote, aqui e acolá. Só para começar a mexer com as abelheiras e os marimbondos e demonstrar que não se está brincando!
E.T. - Eu mesmo estou ciente dos meus possíveis riscos. Ocorre que também estou ciente que minha insignificância é incapaz de bulir com gentes desse tamanho...
Grandes corporações promovem uma ditadura do alimento
Considerada a inimiga número um da indústria de transgênicos, a física e ativista indiana Vandana Shiva afirma que há uma ditadura do alimento, onde poucas e grandes corporações controlam toda a cadeia produtiva. E dá nome aos bois: NestléCargilMonsantoPepsico e Walmart.
"Essas empresas querem se apropriar da alimentação humana e da evolução das sementes, que são um patrimônio da humanidade e resultado de milhões de anos de evolução das espécies", diz.
Crítica feroz à biopirataria, Shiva ressalta que a única maneira de combater o controle sobre a alimentação é o ativismo individual na hora de consumir produtos mais saudáveis e de melhor qualidade.
A entrevista é de Tatiane Ribeiro e Toni Sciarretta e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 24-08-2013.

Moeda do Fora do Eixo ilustra desafios de 'alternativas' ao dinheiro

Comentários/opinião
Parece que nem tudo está perdido neste perdido mundo de ganancia e exploração capitalista.
Aqui e ali, por aí a fora – e no Brasil também – estão aflorando erupções de coerência humana e de cidadania, nas tentativas e experiências já exitosas de alternativas à submissão às explorações impostas pelos donos do dinheiro e do mundo.  
Moeda do Fora do Eixo ilustra desafios de 'alternativas' ao dinheiro
Utilizada como meio de pagamento pelos coletivos da rede Fora do Eixo nas transações financeiras entre o grupo e seus associados, o chamado "cubo card", um tipo de moeda "social" ou "complementar", revelou os desafios de um sistema monetário alternativo à moeda oficial.
Esses tipos de moeda são normalmente usadas por coletivos ou comunidades para impulsionar a economia de setores específicos.
Os cubo cards, rebatizados posteriormente de Fora do Eixo cards, foram criados em 2004 pelo grupo cultural mato-grossense Espaço Cubo, embrião do Fora do Eixo, que reúne mais de 200 coletivos espalhados pelo país e hoje tem sede em São Paulo.
A reportagem é de Luís Guilherme Barrucho e publicada pela BBC Brasil, 23-08-2013.