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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Dicotomias da formação no Brasil

Comentários/opinião
Por um lado, na primeira matéria, vemos a grande dificuldade para aumentar  0,5% do PIB no “fantástico” orçamento da educação no Brasil, ou seja, dos “incríveis” 7,0% para os “exorbitantes” 7,5%... Não dá vontade de mandar enfiar os 0,5% em “algum lugar”?
Por outro lado, na segunda matéria, vemos as condições do sistema de educação na Finlândia. E mais dados da educação no Brasil.
Para uma comparação aligeirada com a Finlândia, tomemos como referência o nosso estado do Paraná. Em área, a Finlândia é cerca de 1,5 maior; a população é cerca da metade; a renda per capita é maior que o dobro; o IDH é cerca de 0,9. Em termos de recursos naturais pode-se dizer que é menor e quanto às condições de clima é incomparável pior. O governo é parlamentarista, como em alguns países da Europa.
Donde, então, provêm as diferenças fundamentais que são tão evidentes? Será da idade das respectivas civilizações, ou da cultura, ou da política ou do quê? Eu acho que é “do quê”! E cada um defina isso como quiser!
Quanto vale a educação?
A principal polêmica da matéria continua sendo o percentual do PIB que deverá ser aplicado na educação. Os movimentos sociais prometem endurecer a campanha pelos 10%, mas o relator da matéria, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) antecipa que não conseguirá avançar para além dos 7,5% já autorizados pela equipe econômica do governo. Segundo ele, a meta da Casa é aprovar a matéria até abril, para que possa ser enviada ao Senado antes que as duas casas paralisem suas atividades por causa das eleições municipais.
A reportagem é de Najla Passos e publicada pela Agência Carta Maior, 27-02-2012.

O Brasil entre a ruptura e a inércia
Carta Maior, 28-02-2012
[....]
Os dados do Enad confirmam: predominantemente, a opção pelo magistério é feita pelos que tem renda mais baixa (até três mínimos) e são obrigados a conciliar o trabalho e estudo. Entidades representativas dos municípios brasileiros alegam que nem isso podem pagar: precisariam de um subsídio federal de R$ 7 bi/ano para viabilizar a nova folha do professorado. Compare-se esse 'déficit' com o supergasto na ponta dos juros: fica claro que o salto na educação passa por um corte graúdo no apetite rentista, caso contrário, como atrair os melhores talentos que uma revolução educacional requer?
Na Finlândia, o extremo oposto que ocupa a 3ª posição no ranking do Pisa, entre 65 países, o magistério é a opção preferencial de um em cada cinco estudantes. Cursos de pedagogia são disputados em uma seleção rigorosa: 10 candidatos por vaga; o ensino é 99% público, não há 'incentivos' de desempenho para escamotear arrocho, classes são pequenas e o salário médio se equipara ao das carreiras mais valorizadas. Um dia a Finlândia decidiu que não podia desperdiçar nenhum jovem. E o Brasil?

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A crise e a sua pergunta mais incômoda

Comentários/opinião
Concordo em gênero, número e grau com as perguntas do Saul Leblon no texto postado pela Carta Maior ontem, 27-02-2012, e destacada a seguir.
Todavia, a questão fundamental são as respostas para perguntas tão incômodas como essas, tais como muitas outras que eu venho fazendo há bastante tempo. Minha percepção é que, no caso do Brasil, essas respostas não estão em horizonte visível. E por duas razões básicas: 1. a agenda “progressista” do governo não é progressista o suficiente para sequer pensar em controle público do sistema financeiro – na realidade, em pensar em qualquer controle real e efetivo; 2. as agendas “progressistas” dos movimentos da sociedade – salvo as poucas exceções que confirmam a regra – também não são suficientemente progressistas para priorizar ações dessa envergadura. Tudo isso porque, no popular: “a água ainda não bateu nas nossas respectivas partes baixas”.
“... Curto e grosso: o que mais precisa acontecer para a agenda progressista assumir que o controle público do sistema financeiro é um requisito à superação da desordem neoliberal? Dirija-se a indagação também ao ambientalismo consequente --ou alguém imagina que haverá desenvolvimento sustentável enquanto as taxas de lucratividade estiverem referenciadas ao paradigma de retorno oferecido pela dominância rentista?...”

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O Oscar na periferia do mundo: era uma vez um Império que fazia cinema

Comentários/opinião
Os sistemas de poder, de quaisquer naturezas, são similares a entes mitológicos, tais como o Cérbero, a Hidra, a Medusa e outros.  Isto é, com varias cabeças e/ou membros e, portanto, com vários mecanismos de ataque e de defesa, tidos como invensíveis. Todavia, também como nos foi contado, eles sempre encontraram opositores que, cedo ou tarde, os derrotaram. E normalmente com o uso dos próprios poderes dos monstros, contra eles mesmos.
Entendo que esses processos se aplicam, ao menos como metáfora de alerta, ao tema da matéria abaixo. E bem assim, a tantos outros processos de perda de hegemonia e dominação, não apenas ao longo da Historia, mas também na atualidade.
Hollywood padece da mesma anemia de poder que foi se apoderando do império americano. Embora não tenha deixado de impor densos valores culturais ao resto do mundo, o glamour de suas estrelas já não brilha como antes e seu modelo narrativo já não produz tanto impacto. Vítima de seu próprio êxito, Hollywood se esforça a cada ano em renovar as expectativas em um mundo no qual os relatos se tornaram mais dispersos e menos hegemônicos graças à proliferação das novas tecnologias da comunicação. "And the winner is… "a periferia do mundo, que tem ainda muito para dizer e não pode nem quer dizer do jeito hollywoodiano.
Oscar Guisoni - Especial para Carta Maior, 26-02-2012

Quatorze debates de uma só vez. É mole?

Comentários/opinião
O clipping do IHU Notícias de hoje, 27-02-2012, por si só, preenche uma pauta enorme para debates em variados temas, alguns dos quais têm merecido destaques neste singelo e despretensioso Blog. A começar pela análise de conjuntura da semana, a qual toma como referência várias matérias já destacadas e comentadas aqui.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O neoliberalismo atropela seus mitos

Comentários/opinião
Tenho, desde há muito, batido na tecla da absoluta “(des)necessidade”, para não dizer estupidez e imbecilidade – mas já o dizendo – do mito das tais “agências reguladoras”. Meu chavão sempre foi – e continuará a ser – “raposas que cuidam dos galinheiros”. Ao que acrescento: “a serviço exclusivo dos raposões-mór, os donos do capital.
O exemplo tomado como mote no texto abaixo, nos remete integralmente para a luta – um tanto solitária e bastante inglória - do nosso companheiro Paulo Sidney, na questão das ferrovias no Brasil. E, como se constata, também ocorreu na Argentina, que tinha um sistema ferroviário que sempre deu de 10x0 no sistema brasileiro. Isso, no tempo em que ele existia e apesar das deficiências de apoios governamentais à nossa brava ex-RFSA.
O texto abaixo está totalmente dentro desse contexto. Aliás, tenho admirado bastante os textos do Saul Leblon, na Carta Maior. Ele já está incluído entre os meus gurus.
Carta Maior – 25-02-2012
Por Saul Leblon
Um trem de passageiros breca na entrada da estação, mas o freio não responde; a composição com mais de mil pessoas a caminho do trabalho tromba numa barreira de concreto. O segundo vagão esmaga o primeiro e assim, sucessivamente; o efeito dominó mata 50 pessoas e fere outras 700. A decifração do desastre que abalou a Argentina esta semana inclui particularidades que materializam uma discussão recorrente nas sociedades submetidas à onda de privatizações de serviços públicos dos anos 80/90, mitigadas mas não interrompidas nas décadas seguintes pelos governantes da região. O do Brasil entre eles.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Similaridades não, correlações nos fundamentos sim

Comentários/opinião
É difícil colocar no mesmo balaio analítico as duas matérias abaixo, publicadas no Estado de São Paulo e divulgadas no IHU Notícias, também de hoje. A rigor, a principal correlação parece ser o mar de dicotomias existentes no governo brasileiro, em decorrência do espectro caleidoscópico da imensa tentativa de “concertação”, similar ao modelo político-ideológico espanhol “concertación”, do PSOE, o qual deu no que na Espanha. Entretanto, foi o processo instalado por Lula e mantido por Dilma. Até agora, pelo menos. 
Quanto ao primeiro tema, tendo em vista um histórico de longa data e os enleios políticos e econômicos vigentes, o andamento caminhará para um velho chavão: “ouvir, eu ouço; prometer, eu prometo; aplicar, depende...”. E fica por isso mesmo. Gostaria de estar enganado. O futuro dará o veredito.
Quanto ao segundo processo, o resultado será no mínimo estéril, mais ou menos como o caso acima. No máximo, haverá beneficiamentos para o capital, a Fiesp do doutor Scaf. E as centrais e seus trabalhadores desempenharão apenas um papel tantas vezes já ocorrido: correias de transmissão e lubrificantes nas engrenagens do poder político e, principalmente, econômico dos donos e beneficiários do capital. O de sempre...! Neste caso, aposto que não há a menor condição de eu estar equivocado.
Planalto cria mesa de negociação com movimentos
O governo federal está atento à movimentação dos grupos que defendem a construção de mais moradias populares. O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, deve oficializar nos próximos dias a criação de uma mesa permanente de negociações com representantes desses movimentos. Ela já opera de maneira informal, mas o governo entende que pode se tornar mais eficiente se for oficializada.
A informação é de Roldão Arruda e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 25-02-2012.
Uma das maiores dificuldades do governo nas negociações nessa área é a enorme quantidade de organizações e de tendências políticas envolvidas. Parte do movimento está ligado às pastorais sociais da Igreja Católica. Acredita-se que elas atuam em quase todo o País. Uma outra parte vincula-se a partidos localizados mais à esquerda no espectro político, entre eles o PSOL, o PSTU e o PT. Por outro lado, quase todas as centrais também contam com braços nessa área.
No ano passado, para demonstrar a disposição do governo para o diálogo, Carvalho participou do encontro nacional que os movimentos por moradia realizaram em Minas Gerais. De maneira geral ele procura seguir a principal recomendação que ouviu da presidente Dilma Rousseff quando lhe transferiu a responsabilidade de garantir o diálogo social de seu governo. Segundo Dilma, ele deveria deixar sempre abertas as portas do Palácio do Planalto.
Quase não se ouvem queixas sobre a falta de diálogo. As reclamações que envolvem a área de atuação de Carvalho se referem sobretudo à falta de decisões, causada principalmente por conflitos de interesses entre o governo e os sindicatos e movimentos sociais. Este ano, será particularmente difícil para o ministro: a proximidade das eleições parece animar cada vez mais os diferentes grupos a pôr os seus blocos na rua.
Movimento quer fortalecer a indústria
Um grupo de 27 entidades, das quais 19 empresariais e oito sindicais, quer compromisso efetivo do governo para barrar o processo de desindustrialização no País. Eles defendem medidas de proteção contra importados, desoneração de investimentos e ações macroeconômicas relacionadas a juros e câmbio. Do contrário, empresários e trabalhadores da indústria de transformação prometem ir às ruas em protestos por todo o País em defesa da produção nacional
A reportagem é de Cleide Silva e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 25-02-2012.
O movimento reúne entidades como Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Abimaq (máquinas e equipamentos), Sindipeças (autopeças), Abit (têxtil), Força Sindical e CUT. Na segunda-feira, estava confirmado encontro com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, para debater o tema na sede da Fiesp, em São Paulo. Na tarde de ontem, ele cancelou presença.
"É lamentável, pois o ministro do Desenvolvimento não pode ter nenhum compromisso mais importante neste momento do que um encontro com o setor produtivo", afirmou Paulo Skaf, presidente da Fiesp. Segundo ele, durante todo o ano passado, o governo foi alertado sobre a perda de competitividade do País e o déficit da balança comercial, mas quase nada foi feito.
Pimentel propôs a presença de outro representante do ministério, mas as entidades recusaram. "Se já é difícil obter compromisso do ministro, imagina de um representante", diz Skaf.
A balança comercial do setor de manufatura teve saldo negativo recorde de US$ 93 bilhões em 2011. A indústria de transformação, que em 1985 representava 27% do PIB, viu essa participação cair a cerca de 16% no ano passado e a tendência é de continuidade de queda em 2012.
Mesmo sem Pimentel, o grupo se reunirá para finalizar um manifesto, chamado de "Grito de alerta em defesa da produção e do emprego". O texto traz as razões do movimento e sugere medidas emergenciais apresentadas em cinco itens: Macroeconômicas; Investimento produtivo como promotor do crescimento econômico; Defesa comercial/inversão do quadro de invasão das importações; Fim de incentivo fiscal à importação; e Crescimento industrial como prioridade da política econômica.
O manifesto é "simbólico" e não será entregue ao governo. "Não adianta levar documento, o que precisamos é de providências", diz Skaf. "Não queremos que o governo nos receba só para dialogar, queremos medidas concretas e, se isso não ocorrer, vamos partir para manifestações." Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, ressaltou que, neste momento, "a única coisa que une trabalhadores e empresários é a defesa da indústria nacional para enfrentar a onda de importações que tem quebrado muitas empresas".
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, lembrou que a política de juros altos e câmbio valorizado já promovia desindustrialização, mas o quadro está se agravando.
Guerra
As entidades têm um calendário preestabelecido para manifestações em várias capitais, a partir de 15 de março, mas podem optar por um dia único de protestos em todo o País.
Na terça-feira, a primeira ação conjunta será a visita a todos os senadores, incluindo o presidente do Senado, José Sarney, para pedir urgência na aprovação da Resolução 72. A medida acaba com a guerra fiscal travada em vários Estados que oferecem benefícios para o desembarque de produtos importados em seus portos. Por causa da entrada desses importados, segundo as entidades, 770 mil empregos deixaram de ser criados desde 2007.
O diretor-superintendente da Abit, Fernando Pimentel, diz que a guerra fiscal garante aos importados benefícios relativos ao ICMS que o produto nacional não tem. "Não se trata de xenofobia, o que seria retrocesso, mas, se nada for feito, o Brasil ficará para trás, pois outros países estão defendendo sua indústria."

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Pontos e contra-pontos III: leis trabalhistas na Europa e a ira dos islandeses

Comentários/opinião
Vejam as matérias a seguir, publicadas no jornal espanhol El País e traduzidas por mim.
Os assuntos são absolutamente correlatos quanto às suas origens e razões, ou seja, a crise mundial atual. Têm, porém, soluções diametralmente opostas,  tomadas pela Islândia e pelos países da União Européia. E os resultados, evidentemente, são também opostos. E as razões para tal são apenas ideológicas e de princípios. Um pais tem a visão dos interesses do seu povo em primeiro lugar; os outros, os interesses do capital selvagem. Simples assim.
A Europa entra no jogo
Os países da União Européia revolucionam suas leis trabalhistas para sair do abismo
El Pais, Madrid, 19/02/2012
Tradução: Luiz Carlos Correa Soares
A necessidade urgente de ajustar os orçamentos e para fomentar o crescimento está comandando uma revolta na legislação trabalhista em muitos países europeus, especialmente no sul. 
Direitos e privilégios existiam há décadas  - em muitos casos desde o final da Segunda Guerra Mundial - estão desaparecendo da noite para o dia. Precedidas de pouco debate na maioria dos casos, as reformas obrigam uma mudança na mentalidade dos cidadãos, pois enterram uma concepção do posto de trabalho bem arraigada em algumas sociedades. O emprego para toda a vida na mesma empresa, que foi realidade durante várias  gerações, agora parece uma aspiração impossível para os mais jovens. As alterações na legislação laboral  aproximam Espanha, Portugal e Itália aos mercados tremendamente flexíveis, tais como os do Reino Unido ou dos EUA.
Como ocorre com a tributação, o trabalho é um dos territórios menos coesos da União Européia. Enquanto a França oferece a máxima proteção ao empregado, o Reino Unido dá aos empregadores enormes facilidades para modificar seus modelos. Cada uma das reformas laborais  que os governos estão assumindo é diferente da outra, mas todas têm algo em comum: será mais fácil e mais barato demitir um trabalhador. Os objetivos também são comuns: facilitar a contratação e promover a recuperação da atividade econômica.
É aí onde surgem as incógnitas.  Promoverão as reformas o aumento da competitividade européia frente às potências econômicas emergentes, como China, Índia ou Brasil? Será que vão ser compatíveis com a manutenção do estado de bem-estar? Qual será o novo papel dos sindicatos, pilares da Europa do último meio século?
->Alemanha: flexibilidade para a pequena empresa


Os islandeses colhem os benefícios de sua ira
A economia da ilha cresceu 2,9% no ano passado e se expandirá 2,4% este ano
Fitch acredita que "a pouco ortodoxa política de resposta para a crise da ilha tem obtido êxito"
Omar R. Valdimarsson (Bloomberg) - Reykjavik, 20- 02-2012
Tradução: Luiz Carlos Correa Soares
Os islandeses, que jogaram pedras no Parlamento em 2009 exigindo de seus líderes e banqueiros uma resposta para o colapso econômico e financeiro do país, estão colhendo os benefícios de sua ira. Desde o final de 2008, os bancos da ilha tem perdoado empréstimos equivalentes a 13% do PIB, o que facilita a carga da dívida em mais de um quarto da população, segundo um informe publicado este mês pela Associação de Serviços Financeiros da Islândia.
"Eu poderia dizer com segurança que a Islândia tem o recorde mundial no alivio da dívida das famílias", disse Lars Christensen, economista-chefe de mercados emergentes do Danske Bank, em Copenhague. "A Islândia seguiu o exemplo clássico do que se exige em uma crise. Qualquer economista [islandês] concorda com isso."

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Militares criticam opiniões de ministras e omissão de Dilma

Comentários/opinião
Quem não deve, não teme. As forças militares brasileiras - tal como em quase todo o mundo - produziram vários fatos históricos difíceis de aceitar, impossíveis de aplaudir. Qual o problema de serem revisitados, conhecidos, revisados e, se necessário, punidos? A História é algo sempre em marcha inexorável, inclusive quando o conhecimento e o saber crescentes têm demolido dogmas de fé e mitos de deuses ou semi-deuses do Olimpo. Será que ainda existem espécies pretensamente acima do Bem e do Mal? Ou estão a serviço de “forças ocultas”? Ou, sem rodeios, em bom português, direto e reto: está em marcha algum novo golpe?
Em sinalização de como os militares da reserva estão digerindo a instalação da Comissão da Verdade, presidentes dos três clubes militares publicaram um manifesto censurando a presidente Dilma Rousseff e atacando as ministras dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e da Secretaria das Mulheres, Eleonora Menicucci, por supostas críticas dirigidas à caserna.
A reportagem é de Tânia Monteiro e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 21-02-2012.
Divulgada no IHU Notícias, 21-02-2012.
A carta, embora assinada por oficiais da reserva, traduz a insatisfação de militares da ativa, que são proibidos de se manifestarem. Eles se queixam de Maria do Rosário por supostamente estar questionando a Lei da Anistia e da titular da pasta das mulheres por "críticas exacerbadas aos governos militares".

Bruxelas: "Grécia é um protetorado da banca"

Sem comentários... E precisa?... 
Apenas alguns grifos e um alerta: atenção para a possível primeira peça do dominó do capitalismo!
Carta Maior, 21/02/2012
O 'acordo' de ajuste assinado entre Atenas e a troika do euro na madrugada desta 3ª feira, em Bruxelas, passará à história como o mais draconiano e humilhante exemplo da rendição de um país aos mercados em tempos modernos. O que se deliberou é pior até que os termos devastadores do Tratado de Versalhes, de 1919, que colocou a derrotada Alemanha da Primeira Guerra de joelhos, impondo-lhe reparações equivalentes a 3% de um PIB em frangalhos, ademais de autorizar os saques de fábricas e da então poderosa marinha mercante germânica. 
A pilhagem associada à crise mundial de 29 esfarelou a moeda alemã e exauriu a poupança das famílias. O desespero e a hiperinflação pavimentaram a chegada de Hitler ao poder, em 1933: a ascensão nazista jogou o mundo na Segunda Guerra Mundial. 
Negociador pelo lado britânico em Versalhes, Keynes renunciou à missão em protesto contra o massacre. Em 1920 escreveria 'As Consequências Econômicas da Paz', antecipando o desastre em marcha. O que se decidiu em Bruxelas neste 21 de fevereiro de 2012 conecta as gerações gregas do presente e do futuro a um implacável sistema de transfusão que as condena a servir aos credores até a morte. Todo o dinheiro do 'socorro' acertado (130 bi de euros) - liberado em troca de demissões em massa, corte de salários e aposentadorias, vendas de patrimônio público, supressão de serviços essenciais e até de medicamentos à rede pública de saúde - não poderá ser tocado pelo Estado grego.
Depositado em conta bloqueada e supervisionada por um diretório do euro, o recurso será destinado prioritariamente ao pagamento de juros aos credores. Troca-se assim um desconto de 53% sobre papéis que enfrentam desvalorização de mercado superior a isso, por juros sagrados. Ao aceitar a lógica da coação, Atenas renunciou ainda à soberania orçamentária. A partir de agora, as contas do país passam à condição de protetorado de uma junta da troika sediada fisicamente no coração do Estado grego, com poder de veto sobre decisões de governo. 
Dentro de dois meses a Grécia vai às urnas eleger um novo parlamento; a esquerda tem 40% das intenções de voto e mais de um centurião do governo alemão já sugeriu adiar o pleito, para o bem do ajuste. O que se acertou em Bruxelas nesta madrugada foi ainda pior: a troika arrancou de Atenas a promessa de que o acordo está acima do que decidirem as urnas em abril. Em outras palavras, a elite política grega comprometeu-se também a ceder a soberania democrática aos mercados, tornando inalteráveis os termos do arrocho. Ao reduzir uma nação a uma entidade excretora de juros, expropriada de soberania orçamentária e política, Bruxelas, involuntariamente, emitiu a mais pedagógica e contundente convocação à resistência contra a agenda ortodoxa dominante na UE.
De agora em diante fica claro que a escolha é resistir nas ruas ou render-se à servidão financeira.
Postado por Saul Leblon às 08:52

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Pontos e contra-pontos II: engenheiros, previsão de enchentes, sementes crioulas

Comentários/opinião
Vejam que as três matérias anexadas a seguir têm algumas fortes correlações interpretativas.
A priori, seria de se perguntar: quando o professor Leal Lobo foi reitor da USP, o que teria feito para mudar as situações que critica? Ele, com certeza, diria que teve de seguir a política ditada pelo MEC. É apenas assim, mesmo? Quem tem os posicionamentos como os que estão colocados – com os quais estou inteiramente de acordo – e sendo reitor da poderosa USP, nada pode fazer a respeito?
Todavia, a análise do ex-reitor, está perfeita e “põe o dedo nas feridas”. As quais, também em meu entendimento, estão na base das dificuldades vigentes. Contudo, existem outras causas, certamente mais fundamentais, ainda, tais como a mercantilização do ensino no Brasil; a importação de “caixas pretas” (com a consequente transformação dos técnicos nacionais em “apertadores de botões e parafusos”); a facilitação para ganhos absurdos de capital nacional e internacional, dentre outras. O tema é vastíssimo.
Por outro lado, as duas matérias subsequentes dão exemplos da competência e da criatividade do nosso povo que, mesmo soterradas sob as camadas tectônicas dos interesses da ganância a qualquer custo e preço, continuam a assomar, aqui, ali e acolá.
O que precisa ser feito – mas tenho fortes desconfianças que não o será – é dar mais força e estímulo para as competências e criatividades emergirem. E dar condições adequadas para tal, é óbvio!
'Precisamos de engenheiros inovadores'
O diagnóstico de que o desenvolvimento do Brasil exige mais engenheiros já virou consenso. O País está sendo obrigado a importar pessoal qualificado, porque forma por ano cerca de 40 mil profissionais, ante 190 mil na Rússia, 220 mil na Índia e 650 mil na China, para ficar só com os Brics, o bloco dos países emergentes. Interlocutor do governo num plano para atacar a questão, o ex-reitor da Universidade de São Paulo Roberto Leal Lobo acredita que é preciso trabalhar em outra frente além da quantitativa: mudar currículos e acabar com a especialização precoce, definida ainda antes no vestibular. Para ele, o profissional do futuro precisa ter visão genérica, combinar técnica e ciência para criar inovação, gerar patentes. "Nosso engenheiro não é criado para a inovação, mas para a reprodução."
A entrevista é de Sérgio Pompeu e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 20-02-2012.
Eis a entrevista.
O senhor escreveu recentemente um artigo (veja em estadão.com.br/educação) no qual critica a especialização precoce dos engenheiros. Qual o perfil do engenheiro do futuro?
É uma pessoa com boa formação básica, porque alguém com esse perfil aprende qualquer coisa, com uma visão genérica da Engenharia, no sentido de cobrir todas as áreas, e uma visão de mercado, para que saiba como utilizar conhecimento para atender às necessidades da sociedade. É uma exigência mundial. É o que pede, por exemplo, a National Science Foundation americana.
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Brasileiro desenvolve método rápido para prever enchentes
Um novo método criado por um cientista brasileiro torna mais rápido, simples e barato identificar áreas com risco de enchentes, deslizamentos e outros desastres naturais. O sistema pode ser usado para prevenir as tragédias que se acumulam no período de chuva no país.
A reportagem é de Giuliana Miranda e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 20-02-2012.
Enquanto as metodologias consagradas hoje em dia precisam que os pesquisadores visitem os locais e tenham um mapeamento detalhado das topografias, o que em geral custa muito caro, o novo projeto pode ser feito à distância e com bem menos requisitos.
Batizado de Hand (sigla em inglês para altura acima da drenagem mais próxima), ele é um modelo digital de terreno que, para identificar as áreas de risco, precisa apenas de uma imagem da topografia da região - capturada por radar ou laser - e de informações sobre os rios do entorno.
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Sementes Crioulas Avançam em Alagoas
O agricultor Sebastião Damasceno, de Santana do Ipanema, se transformou num dos símbolos do movimento chamado em Alagoas de “Sementes da Resistência”. Ele participa de praticamente todos os encontros de agricultores familiares, feiras e exposições exibindo uma coleção de sementes crioulas que inclui desde variedades mais comuns de feijão e milho plantadas em Alagoas, até raridades como variedades de algodão e fava que praticamente não são mais cultivadas no Estado. Por onde passa, ele explica que as sementes que carrega, além de adaptadas às condições de clima e solo do Estado, fazem parte das culturas e tradições dos agricultores alagoanos.
A reportagem é do jornal Gazeta de Alagoas, 03-02-2012 e reproduzidada pelo boletim da AS-PTA.
Mas engana-se quem pensa que Damasceno participa de um movimento “romântico” ou saudosista. Ao contrário. Os produtores querem na verdade é melhorar de vida e de renda com a seleção e plantio das próprias sementes. E estão conseguindo avanços importantes. Este ano, pela primeira vez na história, os gastos públicos com a aquisição de sementes crioulas vão superar os gastos com a compra de sementes comerciais.

"Será que o bicho está pegando na Europa?"

Comentários/opinião
Na Europa, parece que o “bicho está pegando”, conforme destaque do editorial da Carta Maior de hoje, 20-02-2012, e de várias matérias de jornais do mundo, como é o exemplo logo abaixo, divulgado pelo IHU Notícias, também de hoje.
Entretanto, aqui no nosso Brasil carnavalesco, parece que o povo apenas se diverte vendo a banda e a caravana passarem e o tempo correr. “Numa boa”.
Será que aqui não tem crise nem se corre o risco de ter? Será que todo o mundo está feliz e satisfeito e de bem com a vida? E, bem assim, com o tanto de circo e o pouco de pão que lhe é oferecido?
Entendo que há diferenças fundamentais e destaco apenas duas. Uma, corresponde aos níveis, bem diferentes, de acomodação da nossa sociedade e das sociedades européias quando seus interesses não estão sendo satisfeitos adequadamente. Outra, corresponde aos níveis de submissão das organizações sociais (partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais etc) aos padrões impostos pelos poderes econômico e governamentais.
ARRIBA, ESPANHA!
“Maré humana toma conta das ruas de Madrid, Barcelona e de dezenas de outras cidades espanholas neste domingo.  Trabalhadores aderem em massa ao protesto convocado pelas centrais sindicais contra a reforma laboral do governo Rajoy. Perto de completar dois meses de mandato, o PP tenta fazer todo o mal de uma vez e enfileira o arrocho contra os trabalhadores na sequência de um draconiano corte de gastos fiscais. A austeridade trouxe, por exemplo, um efeito desconcertante na esfera da saúde pública: de um lado, filas que só fazem crescer; de outro, alas inteiras de hospitais fechadas com leitos ociosos, por medida de economia. A revista 'Nature' denuncia, ainda,o "suicídio científico espanhol", fruto dos cortes de gastos que incentivam a debandada de pesquisadores para o exterior. A reforma laboral que levou 500 mil às ruas de Madrid ,outros 400 mil em Barcelona, barateia a demissão e autoriza a redução unilateral de salários pelos  patrões. A relevancia desse cabo de guerra  extrapola as fronteiras do país.  A economia espanhola é  a pinguela frágil que interliga nações  pobres e ricas no interior do quebra-cabeças do euro.  Se o arrocho fracassar aí pela pressão das ruas, abre-se um avenida de bandeiras comuns para a unificação dos protestos na UE, mudando a relação de forças na Europa e a agenda da crise em todo o mundo.
Deputados viram reféns cercados por manifestantes e líderes da UE
Um enorme aparato de segurança cerca a sede do Parlamento Helênico, o núcleo do poder político da Grécia, no centro de Atenas. O efetivo da polícia serve para desestimular tentativas de invasão por manifestantes, mas também alimenta uma ironia corrente na capital: a de que os deputados são reféns, mantidos em cativeiro.
A reportagem é de Andrei Netto e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 20-02-2012.
O curioso é que foi assim que diversos parlamentares entrevistados pelo Estado na última semana descreveram a situação em que se encontram. De um lado, afirmam, enfrentam uma pressão permanente de líderes políticos da União Europeia (UE) e de técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) para que aprovem sem emendas as medidas de austeridade, que já totalizam € 160 bilhões em dois anos. De outro, sentem-se humilhados pelas vaias, pelo descrédito e pelo desprezo com que são vistos pela opinião pública.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Governo prevê, dois anos antes, aval do Ibama a megausina

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É óbvio que qualquer empreendimento tem de ter a priori um planejamento adequado. E quanto maior, tanto mais completo e perfeito deve ser o seu planejamento. Até aí, nada de mais. Todavia, o que precede qualquer plano executivo é a definição da necessidade, do objetivo, das razões e do custo x benefício da “coisa”. E, nos empreendimentos públicos, acrescente-se a resposta a uma pergunta que raramente é feita: a quem serve, ou seja, quem se apropria dos resultados da “coisa”.
No caso abaixo, para que não seja uma decisão extremamente autoritária e absolutista, tem de ser esclarecido se não existem interesses subalternos e sub-reptícios envolvidos, bem como compromissos de naturezas criticáveis. Em outras palavras, tem de haver transparência total e absoluta.
A matéria foi divulgada no IHU Noticias de 18-02-2012.

Mesmo sem saber como conseguirá a licença ambiental, o governo já marcou para dezembro de 2013 o leilão da quarta maior usina hidrelétrica do país, a de São Luiz do Tapajós, no Pará.
A reportagem é de Cláudio Angelo e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 18-02-2012.
Slides de apresentação do MME (Ministério de Minas e Energia), obtidos pela Folha, mostram que todas as etapas para o licenciamento foram estimadas desde 2011 - inclusive a expedição da licença prévia pelo Ibama.
Com 7.880 megawatts estimados de potência instalada, São Luiz será maior que Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira, somadas.
Será também uma das obras de maior complexidade ambiental do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), pois exigirá a redução de quatro unidades de conservação numa zona prioritária para a biodiversidade.
Juntas, as quatro áreas protegidas perderiam para o lago da usina uma área equivalente a quase um terço da cidade de São Paulo.
No mesmo mês, o Ibama expediu o termo de referência, conjunto de parâmetros para elaboração do estudo de impacto ambiental da usina, que inicia o licenciamento.
A apresentação do MME mostra que houve uma discussão sobre a melhor maneira de reduzir os parques.
Segundo os slides, o Ministério do Meio Ambiente estudou uma proposta de projeto de lei, "no sentido de minimizar possíveis desgastes [de imagem] para o governo".
Para não comprometer o cronograma da obra, porém, decidiu-se fazer a redução das áreas protegidas via MP.
O ato foi contestado no STF (Supremo Tribunal Federal) na semana passada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Segundo ele, redefinir limites de unidades de conservação por MP é inconstitucional. As áreas são de "extrema relevância" para o bioma Amazônia, disse.
Se acatada pelo STF, a ação interromperá todo o processo de licenciamento.
Ambientalistas criticam o planejamento do setor elétrico. "[O governo] determina um cronograma para viabilizar o leilão com data marcada, restando a Funai Ibama cumprir com as tarefas para que isso aconteça", disse Brent Millikan, coordenador da ONG International Rivers Network no Brasil. O MME não se manifestou.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

“Perdendo o mundo”: o declínio dos EUA em perspectiva

Comentários/opinião
O texto anexado abaixo, de Noam Chosmky, deve ser copiado e guardado em local bem visível, de modo a ser facilmente re-consultado e relido, não só por necessidades eventuais mas também para que seu conteúdo não seja facilmente esquecido.
É de se destacar também – porque é muito significante - que ele foi divulgado pela Al Jazeera, onde a Carta Maior foi buscá-lo para reprodução como matéria de ontem, 17-02-2012.
Como sabemos, Al Jazeera ou Al Jazira (que significa ilha ou península) são transliterações para o inglês e para o português do nome da grande e moderna mídia do emirado árabe Qatar, a qual mantém forte independência de ação perante os governos do mundo, inclusive do Qatar e dos demais países árabes.

O declínio dos Estados Unidos entrou, há algum tempo, em uma nova fase: a do declínio autoinfligido. Desde os anos 70 tem havido mudanças significativas na economia dos EUA, à medida que estrategistas, estatais e do setor privado, passaram a conduzi-la para a financeirização e à exportação de plantas industriais. Essas decisões deram início ao círculo vicioso no qual a riqueza e o poder político se tornaram altamente concentrados, os salários dos trabalhadores ficaram estagnados, a carga de trabalho aumentou e o endividamento das famílias também. O artigo é de Noam Chomsky.
Noam Chosmky - Al Jazeera
Data: 17/02/2012
Aniversários significativos são comemorados solenemente – o do ataque japonês à base da Marinha norte-americana de Pearl Harbor, por exemplo. Outros são ignorados, e podemos sempre aprender importantes lições que eles nos dão de como é possível seguir mentindo adiante. Na verdade, agora.
No momento, estamos errando em não comemorar o 50° aniversário da decisão do presidente John F Kennedy de promover a mais assassina e destrutiva agressão do período pós-Segunda Guerra: a invasão do Vietnã do Sul, e depois de toda a Indochina, deixando milhões de mortos e quatro países devastados, com perdas ainda crescentes causadas pela exposição do país aos carcinogênicos mais letais de que se tem conhecimento, que comprometerem a cobertura vegetal e a produção de alimentos.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Suspeito de corrupção, presidente da Alemanha renuncia

Comentários/opinião
No velho continente parece que essas coisas ainda acontecem. E com mais frequência e rapidez. Aqui, acontecem de vez em quando e desde que o acusado não tenha padrinhos poderosos, em vários sentidos.
Todavia, parece que isso começa a mudar. Muito devagar, é verdade, mas pode ser indício de um bom começo.
A matéria está publicada hoje na Carta Maior, sob o endereço eletrônico acessível abaixo.
Num movimento inédito na história pelo menos da República Federal da Alemanha (do pós-Segunda Guerra), a Promotoria do estado de Nieder-Sachsen (Baixa Saxônia), pediu ao Bundestag (Parlamento Nacional) que suspendesse a imunidade do presidente Christian Wulff para investigá-lo e eventualmente processá-lo por corrupção ativa e passiva. Wulff anunciou sua renúncia em um pronunciamento ao vivo na televisão, na manhã desta sexta-feira. 
O artigo é de Flávio Aguiar, direto de Berlim.
Num movimento algo surpreendente, algo não, o presidente da Alemanha Christian Wulff anunciou num pronunciamento ao vivo na TV, às 11 horas da sexta-feira (08 horas em Brasília), 17 de fevereiro, sua renúncia ao cargo. Curiosamente, no momento em que a 62ª edição da Berlinale chega ao seu apogeu, o caso tem a ver com cinema. Diante da gravidade da crise, a chanceler Ângela Merkel cancelou viagem que faria à Itália para reunião com o primeiro ministro Mario Monti e o presidente Giorgio Napolitano.
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“Que diacho, agora todo o dia é dia de notícia ruim?!”

Comentários/opinião
É que me deu uma vontade enorme de imitar o gáucho (pronuncia-se gáutcho) e aqui significa o habitante da região do bioma Pampa, que já se tentou chamar de Cisplatina. Ou seja, uma parte de três países: Uruguai, Argentina e meu Rio Grande amado... hehehehehehehe...
Vejam as matérias abaixo, tanto a nominada como seus dois anexos. Estão divulgadas no IHU Notícias de hoje,17-02-2012.

“Indicação é ofensiva para todos os camponeses do Brasil”, afirma João Pedro Stédile

O dirigente do MST João Pedro Stedile condenou a nomeação do líder do Partido Progressista (PP) na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), para o Ministério das Cidades.
A reportagem é de Catia Seabra e publicada pela Folha de S.Paulo, 02-02-2012.
Em e-mail enviado à reportagem, Stedile diz que Dilma "mancharia o seu próprio passado de lutas, com indicação tão espúria, e ofensiva para todos os camponeses do Brasil e a todos que sempre lutaram contra a ditadura dos militares e dos coronéis do nordeste".
Avô de Ribeiro, o ex-deputado Aguinaldo Veloso Borges é apontado em dois livros lançados pelo governo federal como mandante do assassinato de João Pedro Teixeira, fundador da Liga Camponesa de Sapé (PB), em 1962. Segundo o livro Retrato da Repressão Política no Campo, relançado pelo governo de Dilma Rousseff, Borges só não foi preso porque era sexto suplente de deputado e, graças à saída dos titulares, obteve imunidade parlamentar.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Farra do "nosso" capitalismo tupiniquim (II)

Comentários/opinião

Em 08-02-2012 postamos a matéria intitulada conforme acima, complementada agora com a matéria abaixo, dentro do mesmo tema. Aliás, por certo irão ocorrer ainda muitas "complementações"...
Em tempo - É claro que também se correlaciona com a matéria postada hoje, mais abaixo... Ou não?

UOL NOTÍCIAS - ECONOMIA - 16/02/2012 - 13h56

Lucro de 2011 da Vale é o maior da história entre brasileiras de capital aberto

O lucro de R$ 37,814 bilhões informados pela Vale para o exercício de 2011 é o maior já registrado por uma empresa de capital aberto brasileira, segundo levantamento da consultoria Economatica.
A consultoria comparou os lucros nominais de todas as empresas brasileiras de capital aberto, conforme os números oficiais encaminhados à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Além da Vale, o lucro de 2011 de outras quatro empresas também figuram entre os 20 maiores lucros da história no país: Petrobras na 3ª colocação (R$ 33,313 bilhões), Itaú Unibanco em 14º lugar (R$ 14,621 bilhões), Banco do Brasil em 16º lugar (R$ 12,126 bilhões) e Bradesco em 19º lugar (R$ 11,028 bilhões).
Entre os 20 maiores lucros, o setor bancário é o que mais se destaca. A Petrobras acumula nove dos 20 maiores lucros e a Vale, seis.
MAIORES LUCROS DE EMPRESAS BRASILEIRAS DE CAPITAL ABERTO
Posição
Empresa
Setor
Lucro líquido (em bilhões de R$)
Ano
1
Vale
Mineração
37,814
2011
2
Petrobras
Petróleo e gás
35,189
2010
3
Petrobras
Petróleo e gás
33,313
2011
4
Petrobras
Petróleo e gás
32,988
2008
5
Vale
Mineração
30,070
2010
6
Petrobras
Petróleo e gás
28,982
2009
7
Petrobras
Petróleo e gás
25,919
2006
8
Petrobras
Petróleo e gás
23,725
2005
9
Petrobras
Petróleo e gás
21,512
2007
10
Vale
Mineração
21,280
2008
11
Vale
Mineração
20,006
2007
12
Petrobras
Petróleo e gás
17,861
2004
13
Petrobras
Petróleo e gás
17,795
2003
14
Itaú Unibanco
Bancos
14,621
2011
15
Vale
Mineração
13,431
2006
16
Banco do Brasil
Bancos
12,126
2011
17
Itaú Unibanco
Bancos
11,708
2010
18
Banco do Brasil
Bancos
11,296
2010
19
Bradesco
Bancos
11,028
2011
20
Vale
Mineração
10,443
2005
Fonte: Economatica